"Uma criança é como o cristal e como a cera. Qualquer choque, por mais brando, a abala e comove, e a faz vibrar de molécula em molécula, de átomo em átomo; e qualquer impressão, boa ou má, nela se grava de modo profundo e indelével." (Olavo Bilac)

"Un bambino è come il cristallo e come la cera. Qualsiasi shock, per quanto morbido sia
lo scuote e lo smuove, vibra di molecola in molecola, di atomo in atomo, e qualsiasi impressione,
buona o cattiva, si registra in lui in modo profondo e indelebile." (Olavo Bilac, giornalista e poeta brasiliano)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Respondendo a perguntas sobre a compra do meu livro

Cintia Liana. "Filhos da Esperança".
Livro sobre a construção da família através da adoção.
Aborda aspectos culturais, sociais, psicológicos e jurídicos deste percurso.

Fala a autora:

Queridas leitores, obrigada pelo carinho.
Respondendo às perguntas, é possível comprar o livro somente on line (http://www.agbook.com.br/book/43553--Filhos_da_Esperanca), por enquanto, pagando não só com cartões bancários de débito ou crédito, mas também com boleto bancário, o site da editora gera o boleto.

É possível também pegar o livro em uma gráfica autorizada da Agbook, assim não se paga frete.

Por enquanto este meu livro só está sendo disponibilizado online, mas tenho planos de colocá-lo em livrarias, avisarei aqui em meu blog quando isso acontecer.

Sobre os livros para a Europa, tenho três exemplares aqui  comigo na Itália. Se quiserem, me mandem um e-mail (cintialrdesilva@yahoo.com) com o endereço para eu calcular o valor da postagem e eu respondo informando o valor total.

Obrigada.

Por Cintia Liana

sábado, 28 de janeiro de 2012

Telespectadores hiperativos

Mandy Lynne

"Não existem crianças hiperativas. Sua televisão é que tem poucos canais infantis". A foto do outdoor que exibe essa mensagem traz dois meninos em ação, em um ambiente fechado, sala ou quarto onde as crianças urbanas passam a maior parte de seus dias. Um deles levanta uma bola de futebol sobre a cabeça, como se estivesse pronto para arremesá-la em nossa direção. O outro, igualmente animado, acion...a um controle remoto. A TV está para ser ligada, os pais podem respirar aliviados: paz no lar.

(...)

O jargão psiquiátrico (hiperativo) designa uma patologia, suposto distúrbio do comportamento infantil que exige tratamento farmacológico (...) As causas da angústia da criança diagnosticada como hiperativa, os conflitos latentes no grupo social e familiar onde ela se insere, os imperativos do gozo que produzem nela, permanentemente, uma excitação aflita e sem objeto, nada disso entra em questão quando um diagnóstico fisicalista é aplicado ao sofrimento infantil. Os desadaptados ao mundo atual sofrem de hiperatividade ou de déficit de atenção, assim como sofrerão na adolescência de sociofobia, de pânico ou de depressão.

A indústria farmacêutica encarrega-se, assim, dos "restos" pulsionais que a indústria do espetáculo não foi capaz de adaptar às suas ofertas. Aos pais aflitos restam duas alternativas para tranquilizar seus rebentos angustiados, agressivos, rebeldes, ansiosos - ou simplesmente mal-educados: os psicofármacos e a televisão. A ironia da publicidade, hoje, favorece mais a produção conformista do cinismo do que a desconstrução crítica das verdades socialmente compartilhadas. A ironia publicitária é a reafirmação esperta da ideologia.

Telespectadores hiperativos - Maria Rita Kehl
Livro: 18 Crônicas e Mais Algumas, Boitempo Editorial
Postado Por Cintia Liana

Adozioni: nel 2011 calo bimbi da estero/Adoções: em 2011 diminue número de crianças do exterior

ANSA.IT

Da 57 paesi, 3154 le coppie coinvilte. Rapporto commissione.
27 gennaio, 20:36

(ANSA) - ROMA, 27 GEN - Nel 2011 sono stati adottati in Italia 4.022 bambini stranieri (-2,6% rispetto al 2010): 57 i paesi di provenienza, 3.154 le coppie coinvolte. Sono i dati del rapporto della Commissione per le adozioni internazionali (Cai). La Federazione Russa, con 781 minori, e' il paese da cui provengono piu' adottati;segue Colombia (554), Brasile (304), Ucraina (297) Etiopia (296). La Lombardia ha il maggior numero di coppie adottive (559,il 17,7%)così come si conferma l'aumento in alcune regioni del sud.

Tradução Cintia Liana:
(ANSA) - ROMA, 27 GEN - Em 2011 foram adotados na Itália 4.022 crianças extrangeiras (-2,6% em relação a 2010): 57 os Países de proveniencia, 3.154 casais envolvidos. São os dados da relação da Comissão para as Adoções Internacionais (Cai). A Federação Russa, com 781 menores, é o País de onde vem mais adotados; seguido pela Colômbia (554), Brasil (304), Ucrania (297) Etiopia (296). A Lombardia tem o maior número de casais adotivos (559, 17,7%) assim como se confirma o aumento  em algumas regiões do Sul (da Itália).

Postado Por Cintia Liana

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Agradecendo as mensagens e comentários

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Caros leitores,

Me deu vontade de agradecer a presença de vocês aqui, alguns estão sempre presentes, outros que vão chegando e ficam, a todos os comentários e mensagens, tantos os carinhosos, como os de pedido de ajuda.

Obrigada pela confiança que depositam no meu trabalho.

Nem sempre posso responder a todos os comentários por falta de tempo mesmo. Como muitos sabem tenho mais de dois blogs, um grupo no Facebook, outro no "yahoo! Grupos", uma página no Facebook, além de trabalhar aqui na Italia e de tentar responder a todos os e-mails pedindo conselhos, orientações, informações e ajuda de todos os tipos. Pessoas que se abrem e que confiam não só numa palavra de uma profissional experiente, mas também numa palavra amiga, que traga conforto.

Quero agradecer também os acessos dos leitores de Portugal que estão sempre aqui.

Um abraço adotivo bem apertado a todos!

Página Facebook "Psicologia e Adoção":
https://www.facebook.com/#!/pages/Psicologia-e-Ado%C3%A7%C3%A3o-Por-Cintia-Liana/198134460197525

Grupo Facebook "Psicologia e Adoção":
https://www.facebook.com/#!/groups/112993232068132/

Yahoo! Grupos "Psicologia e Adoção" (desde março de 2007):
http://br.groups.yahoo.com/group/psicologiaeadocao/
Por Cintia Liana

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Adoção moderna: todo tipo de motivação vale a pena

Cacau Waller

A chamada adoção moderna aceita todas as motivações. Elas movem futuros pais a vencer a burocracia da legislação, a longa espera e até o preconceito na busca por formar crianças felizes.

Por Ana Claudia Cruz e Thais Lazzeri

Os estímulos mais comuns para partir para a adoção são o desejo de construir um lar e o de fazer o bem a quem precisa. Não se trata de ajuda humanitária, mas de sensibilidade social. Há alguns anos, esse tipo de motivação não era bem aceito. Hoje vale qualquer adoção que garanta a melhoria da qualidade de vida da criança que vive em diferentes instituições. Dentro da nova visão, a prioridade deve ser o respeito à prerrogativa de a criança ter um lar, ser amada. "Quem tem direito a ter uma família é a criança", afirma Lidia Weber, psicóloga, autora de Pais e Filhos por Adoção no Brasil (Ed. Juruá). Ela não está sozinha nessa avaliação.

O advogado Rodrigo da Cunha Pereira afirma que a iniciativa dos famosos é maravilhosa. Aqui, podemos citar o exemplo de Meg Ryan, feliz com uma bebê chinesa; o casal Angelina Jolie e Brad Pitt, que tem a guarda de Maddox, cambojano, e Zahara, etíope; e por fim, Madonna, que decidiu adotar David, uma criança africana. Eles conseguem reunir as duas coisas: constituir uma família e ajudar as crianças. "E mais, eles ajudam a estimular a adoção tardia e dos que não estão no padrão que todos querem, um bebê branco com, no máximo, 3 meses", afirma Pereira.

Um bebê branco e com até 3 meses é justamente o perfil do requisitado na maioria dos processos adotivos no Brasil. Há uma busca por crianças que tenham semelhanças físicas com os futuros pais. Fazer dos laços físicos os biológicos, na tentativa de construir um vínculo pela aparência, deixa casais por anos na fila de espera. Costuma-se dizer que a "gravidez" dura mais que nove meses. Trata-se de um cuidado desnecessário, do ponto de vista da terapeuta familiar Maria Teresa Maldonado: "Laços de amor independem do de sangue". Essa situação, somada à burocracia criada pela legislação, são os fatores que mais limitam as adoções no país.

"As crianças mais velhas, certamente, passaram por experiências, positivas ou não, que nunca serão apagadas. Por isso, podem testar os pais, para garantir se eles querem mesmo ficar com elas. Mas isso acaba. Talvez nem aconteça", diz Lidia Weber. Se, de um lado, a adoção tardia pode ter esse complicador, quem opta por bebês vai experimentar a fase da revelação.

Na pesquisa de Lidia para seu livro, a revelação tardia, a longo prazo, foi o maior problema diagnosticado. No contexto de adoção moderna, não pode haver segredo. "O ideal é que a história seja sempre apresentada à criança. Que os pais dêem respostas esclarecedoras e objetivas", diz. Algumas escolas, reconhecendo o movimento da adoção moderna, incluíram a pauta nas aulas de reprodução humana. "Explicamos que, como os pais não conseguiram tê-lo, buscaram alguém para fazer isso por eles e a criança adotada foi tão desejada e buscada como qualquer outra", afirma Karen Kaufmann Sacchetto, pedagoga e diretora de escola.

FONTE: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI956-10514,00.html

Postado Por Cintia Liana

domingo, 22 de janeiro de 2012

Diferenças na adoção que não são importantes


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Vocês sabia que aqui na Itália para se fazer uma adoção nacional ou internacional não se pode fazer menção à etnia da criança? É assim, o casal não pode fazer referência nenhuma a cor de pele ou etnia do filho pretendido, mas pode escolher o País de origem dele.
Adotando uma criança no Brasil, po exemplo, não se saberá que cor poderá ser, por termos uma grande diversidade etnica e miscigenação. Mas para eles a cor não é importante. Existe uma boa preparação quanto a esta realidade exigida em lei.
Para conhecer mais esta realidade: http://www.tribunaledeiminori.it/adozione-internazionale.php
Por Cintia Liana Reis de Silva

A abertura na adoção é uma questão de tempo e investimento na maturação do ato de tornar-se pai e mãe. Vocês já observaram que certos aspectos de nossas vidas, quando olhamos para trás, pensamos que poderíamos fazer de outro modo se fosse hoje? Então, é assim na adoção. Quando se começa a pensar nela se tem certas crenças e medos que com o tempo mudam suas formas, com informação e auto conhecimento tudo se transforma dentro de nós e o Universo também se abre para quem quer e tem olhos para este preparo necessário.

Em minha experiência profissional com adoção, vejo que para ser pai e mãe de uma criança não depende em nada de cor, idade, sexo. Depende do desejo de pertencer e fazer pertencer, e isso faz toda a diferença para uma adoção de sucesso. Claro que identificação e empatia são importantes, mas lembrem-se que nós podemos mudar uma relação com boa vontade, podemos fazer o outro se sentir mais seguro diante de nós, observando também nossas resistências, medos e preconceitos em relação ao outro e assim mudar os rumos desta dialética. Temos também que ter motivação para entender a criança para poder ajudá-la a superar seus dilemas e dores e ela vai mudando, se fortalecendo. É assim também com filhos biológicos. Ou nós, filhos biológicos, não tivemos nossas dores e traumas? Claro que tivemos e os temos até hoje, adultos. As feridas cicatrizam ao longo da vida com o cuidado correto.

Outra coisa importante a entender é que na adoção não existe a escolha de uma criança. Escolher trás ansiedade, fortes dúvidas, é cruel, não se tem como "escolher um filho", desta forma pode-se cair na triste impressão de que se está lidando com uma "mercadoria". Os tecnicos vão indicar uma criança que pelo perfil possa fazer parte daquela família com uma chance maior de haver harmonia, isso dentro do entendimento e experiência deles, o resto quem vai fazer é o adotante, com sensibilidade e sabedoria, tentando entender, se doar àquela nova relação, sem imaginar: "...e se fosse outra criança?". Esse tipo de pergunta pode acontecer, é natural, mas dificulta tudo, pois naquela relação que está se formando também tem a cara de quem está adotando, é a pessoa que está levando a relação adiante, então ela toma a forma que queremos e temos que ter, não só habilidade para levar adiante, mas para estar dispostos a mudar de postura, caso seja necessário, e muitas vezes é. A criança também responde a estímulos e muitas vezes eles são demasiadamente sutis e inconscientes, nem os pais os percebem. Jogo de cintura, tolerância, compreensão com aquele pequeno ser que está aprendendo a viver, e muito mais cheio de medo que quem adota, por mais que algumas vezes não deixe transparecer.

Sobre adoção interracial, tenho a dizer que quem adotou uma criança de etnia diferente da sua, por exemplo, e soube prepará-la com firmeza para a vida, sabe que essas diferenças não dificultam, depende de como se vê tudo e se prepara para enfrentar o mundo. A depender da postura dos pais, força e otimismo, as dificuldades só fortalecer a criança para o futuro.

As diferenças físicas entre pais e filhos adotados não são importantes. Importante é a forma com que você se relaciona com essas diferenças. E seu filho, com o tempo, também aprenderá a lidar da mesma forma com elas.

A questão é: somos responsáveis por nossas vidas e sobre como o mundo se comporta com nós. Se não está dando certo temos que olhar para dentro, mudar o jeito de dialogar, de se comportar e ver que as respostas também mudam. É difícil fazer, é difícil compreender essa teoria dos sistemas, mas quando aprendemos, se ganha a verdadeira liberdade de viver.
Por Cintia Liana
 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

E-mail de uma leitora sobre o texto "Atenda ao telefone. Responsabilidade já!"

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Depois do texto *"Atenda ao telefone. Responsabilidade já!", recebi muitos e-mails dizendo que ele estava circulando em muitos grupos e um dos e-mails que mais me chamou a atenção foi este:
 
"Cara Liana,
Seu texto está circulando entre de amigos de um grupo muito querido. Postei este comentário e me sugeriram enviá-lo pra você.
Parabéns pelo maravilhoso trabalho.

Grupo querido!
Estava lendo o diálogo e me emocionei. Isto pq minhas duas adoções aconteceram numa sexta-feira.
Da primeira vez foi tranquilo, pois havia uma pessoa de responsabilidade e ela moveu céus e terra pra que não passasse mais um fim de semana em que Yasmim estivesse longe de mim.
Da segunda vez precisei chorar copiosamente no vidro frio do cartório até perceberem que o documento da guarda já estava assinado e que eu poderia buscar minha pequena Joana.
Sexta-feira, não termine seu expediente com pendências.
beijos no coração"
...
____________________________________
*Texto:
Quem trabalha com o público em geral, lembre-se que ao responder uma ligação e responder a uma dúvida de alguém você pode estar resolvendo um grande problema para ela, que precisa tomar uma decisão baseada naquela resposta. Hoje é sexta-feira, mas é dia de trabalhar. Nossos atos e boa vontade podem mudar a vida de uma pessoa mesmo na sexta-feira.

Eu trabalho com adoção internacional, entendo que as crianças não podem esperar finais de semana, feriados, recessos, carnavais, porque são vidas e isso é mais importante que divertimento pessoal.
RES-PON-SA-BI-LI-DA-DE JÁ!

Por Cintia Liana

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Odeio perguntas cretinas

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“O pai dele é coreano?”, pergunta uma senhora à minha mulher, no corredor do supermercado, referindo-se aos olhos puxados do meu filho Antonio. A Ana responde com um simples não e segue olhando as ofertas do dia. 

Curiosa, a senhora arrisca novamente: “Então é japonês?”. Apesar da inconveniência, minha esposa faz um esforço para esboçar um leve sorriso e nega pela segunda vez, ainda de forma bastante polida. 

A partir deste momento, o grupo desuniforme de quase sete bilhões de seres vivos que chamamos de humanidade divide-se em dois. Os mais agraciados pela seleção natural de Darwin, que desde o tempo das cavernas conseguiram solucionar problemas muito complexos, como descobrir o fogo, rapidamente perceberiam a inadequação daquelas indagações, ainda mais quando se dirigiam a uma mãe com bebê de colo, alguém que mal tem tempo para almoçar, muito menos para ficar de papo enquanto escolhe os tomates na seção de hortifruti. Entretanto, uma linha científica alternativa suspeita que a outra parcela do grupo chegou a esses tempos modernos por pura questão de sorte, ou por acaso, talvez comendo restos de dinossauros e mamutes caçados pelos outros, pois, parece, sobreviveu ao paleolítico, atravessou o neolítico e circula até hoje por aí – nos corredores da Câmara, do Senado e dos supermercados –, sem se dar ao trabalho de desenvolver a capacidade de raciocinar. 

A senhora em questão, indubitavelmente, faz parte da segunda metade do grupo. Incansável, entretida com a brincadeira, ela resolveu testar seus dotes de adivinhação uma terceira vez, questionando se o pai do Antonio era chinês, ao que a minha mulher, desta vez mais ríspida, respondeu com uma explicação genérica de que nossa família tem os olhos pequenos e se afastou da interrogadora antes que ela percorresse todas as demais nações do continente asiático com suas suposições. 

Os dicionários chamam de cretino o indivíduo que tem grave deficiência mental. Que me perdoem Aurélio, Houaiss e outros senhores das palavras, mas esta definição está completamente incorreta. Eu, como pai de um filho com este problema, afirmo, assino embaixo e reconheço em cartório que pessoas como o Antonio podem sofrer de tudo, menos de cretinismo. Hoje, ao observar alguém com deficiência, em vez de notar os movimentos descoordenados e os pensamentos desorganizados, vejo um cérebro lutando com todas as forças para funcionar, muitas vezes com mais afinco e dedicação do que nós, os normais, o fazemos, seja lá o que a palavra normal signifique. Cretinice mesmo é ter todo o intelecto disponível, mas usá-lo com parcimônia. É ter preguiça – e não inabilidade – de pensar. 

No tempo em que tive a oportunidade de dar aulas, aprendi a respeitar o valor de uma dúvida, por mais estúpida que pareça. Quando o objetivo é obter um novo conhecimento, não há censura para as perguntas. O problema é quando, espertos que somos, acreditamos já sabermos a resposta e, sem querer, ou querendo, deixamos esta pressuposição escapar. A chance de estar certo existe. Porém, não se pode perder de vista o risco de cometer um erro presunçoso, uma gafe desrespeitosa ou simplesmente de se passar por cretino, quando existem formas bem melhores de formular as mesmas questões. 

Perdão pela teoria maçante de professor antiquado. Você que dormiu no terceiro parágrafo, por favor, acorde. Chegamos aos exemplos práticos. Vale a pena anotar. 

Não há nada mais cretino do que vislumbrar uma barriguinha em uma mulher e disparar “Para quando é o bebê?”. Por mais que você acredite que ela não tenha exagerado no chope com frango a passarinho, existe a possibilidade de não haver um filho ali dentro. É mais prudente comentar algo genérico sobre crianças. Se ela estiver grávida, certamente dirá. 

Ligar para um conhecido no meio da tarde, num dia de semana, e perguntar “Você está no trabalho?” também é cretino. Às vezes tenho vontade de responder que não, que estou no motel, gabaritando o Kama Sutra, mas que a posição da catapulta não impede de falar ao telefone. Não importa o grau de intimidade, pergunte apenas se a pessoa pode atender. 

Perguntar quanto alguém pagou por um carro ou apartamento: muito cretino. Deixa implícito que você tem uma noção do valor e que, na verdade, está avaliando se a pessoa fez bom negócio ou não. Ou pior, sugere que o que você realmente quer saber é o poder de compra do seu amigo, fingindo não fazer uma comparação interna com as suas próprias posses e utilizar o resultado da conta da maneira menos nobre possível: para se sentir melhor ou pior. 

A lista é grande. Não quero me estender. Como exprimi antes, a cretinice não está na curiosidade, mas na ilusão de saber o que a outra pessoa irá dizer. O segredo é segurar a língua a tempo e não revelar a sua hipótese. É a única maneira de se proteger. 

Há alguns anos, uma amiga minha cruzou na rua com uma conhecida dos tempos de escola. Elas se abraçaram com saudades, deram gritinhos, perguntaram como andavam as coisas, se abraçaram de novo, celebraram com nostalgia aquele encontro inesperado. A colega, confiando na antiga cumplicidade de amigas de colégio, provavelmente sentindo o prazer de ter superado algum trauma de infância, contou animadíssima que finalmente tinha tomado coragem e feito uma cirurgia plástica. Minha amiga, sem pensar, logo soltou: “Não acredito! No queixo?” O sorriso da colega desabou e quebrou no chão. Perplexa, em choque, tateando o queixo com a mão, a garota respondeu: “Não."

Fonte: http://www.flizam.com/2011/12/odeio-perguntas-cretinas.html


Postado Por Cintia Liana

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Doze maneiras de aumentar a auto-estima de seu filho

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A auto-estima é um ingrediente importante para uma vida feliz e bem-sucedida. A pessoa pode ser abençoada com inteligência e talento, mas se carece de auto-estima, este pode ser um obstáculo em ter sucesso num emprego, num relacionamento e praticamente em todas as áreas da vida.

Os primeiros anos de uma criança são o alicerce para uma auto-estima positiva.

Como pais, não podemos controlar tudo que nosso filho vê, ouve ou pensa, e que contribuirá para sua auto-imagem. Porém há muito que podemos fazer.

Temos a criança nos primeiros anos de vida; Deus nos deu um presente especial – um novo ser humano com uma "lousa em branco". Durante os primeiros anos, aquilo que passa pela cabeça da criança a deixa muito impressionada. Os pais, portanto, têm uma oportunidade de estabelecer uma "conta bancária de auto-estima" na qual a criança armazena muitas coisas positivas sobre si mesma. Nos anos e décadas que virão, esta "conta bancária" compensará as experiências negativas, que são inevitáveis.

Como então fazemos depósitos na conta de nosso filho? Como podemos nós, os pais, construir para a auto-estima de nosso filho? Aqui estão algumas sugestões:

1. Demonstre amor e afeição. Tudo que fazemos com nossos filhos, desde a mais tenra infância, deve ser com afeição e amor. Um bebê tratado com carinho terá um sentimento subconsciente de que é valioso e importante o suficiente para ser amado.

2. Elogie seu filho. Faça elogios ao seu filho sempre que possível, toda vez que ele fizer algo bem feito. Diga: "Estou orgulhoso de você. Você é muito especial. Gostei da sua maneira de fazer isto."

3. Torne seus elogios críveis. É importante, no entanto, que ele acredite nos elogios. Frases exageradas como "Você é o melhor do mundo. Você é a pessoa melhor que já existiu" podem na verdade ser contra-produtivos. A criança desenvolverá um ego inflado, e isso pode afetar seu relacionamento com os amigos, o que a longo prazo terá um efeito negativo sobre sua auto-estima.

4. Estabeleça metas para seu filho. A meta deve ser algo passível de atingir – vestir-se sozinho, conseguir uma determinada nota na próxima prova escolar. Estabeleça metas que sejam apropriadas para a idade e capacidade da criança (estabelecer um objetivo inatingível terá um efeito negativo). À medida que a criança se aproxima da meta, estimule-a e elogie cada sucesso ao longo do caminho. Quando a criança atinge a meta, cumprimente-a e reforce sua auto-imagem como realizadora.

5. Critique a ação, não a pessoa. Quando a criança faz algo negativo, diga: "Você é uma criança especial e muito boa, não deveria estar fazendo isso", em vez de dizer "Você é mau".

6. Confirme os sentimentos do seu filho. Quando seu filho recebe um golpe na sua auto-estima, é importante validar seus sentimentos. Por exemplo, se a criança se ofendeu com um comentário maldoso de um amigo ou professor, diga a ela: "Sim, você ficou ofendida por aquilo que a pessoa disse" ou "Você se ofendeu com o fato de que a outra pessoa não gosta de você". Somente depois que a criança sentir que seus sentimentos foram validados, ela se abrirá, permitindo que você lhe aumente a auto-estima, apontando pessoas que gostam dela, e as coisas positivas que outros disseram a respeito dela.

7. Tenha orgulho do seu filho. De maneira regular, você deve lembrar-se de dizer ao seu filho como você se sente feliz e orgulhoso por ser pai/mãe dele.

8. Fale positivamente sobre seu filho na presença de pessoas importantes na vida dele, como avós, professores, amigos, etc.

9. Nunca compare seu filho com outras crianças, dizendo: "Por que você não é como Carlinhos?" Quando esse tipo de comparação for feita por outras pessoas, diga ao seu filho que ele é especial e único à sua maneira.

10. Assegure que outras pessoas que lidam com seu filho conheçam seus pontos positivos. No início do ano escolar, fale com os professores de seu filho e diga-lhes quais são seus pontos fortes, assim a professora terá uma atitude positiva neste aspecto e continuará a reforçar aqueles pontos fortes.

11. Diga ao seu filho, sempre, que o ama incondicionalmente. Quando eles falham, ou fazem algo errado, lembre-se de dizer: "Você é especial para mim, e sempre o amarei, não importa o que aconteça
!"

12. Cuide de sua própria auto-estima. Você precisa enxergar-se sob uma luz positiva. Pais que não têm auto-estima terão dificuldades em criar um filho com uma elevada auto-estima. Um pai positivo é aquele que sabe que não é perfeito, mas se valoriza, e está sempre tentando crescer e melhorar.


Fonte: http://www.chabad.org.br

Postado Por Cintia Liana

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Casal espanhol acusa pizzaria de São Paulo de racismo contra filho negro

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03/01/2012 - 11h06
Do UOL Notícias, em São Paulo

Um casal de turistas espanhóis acusa uma pizzaria de São Paulo de racismo contra o filho deles. A mãe afirma que o garoto -- que tem seis anos de idade, é adotado, negro e nasceu na Etiópia -- foi confundido com um menino de rua. Ainda segundo ela, o menino foi colocado para fora do estabelecimento.

As informações foram passadas pelo delegado Márcio de Castro Nilsson, do 36º DP (Vila Mariana), onde a mãe do garoto registrou um boletim de ocorrência.

Segundo o depoimento dela, o garoto, que não fala português, estava sozinho na mesa e teria sido abordado por um funcionário da pizzaria enquanto ela e o marido se serviam no buffet. Ao se dar conta de que o menino não estava mais à mesa, a mãe saiu para procurá-lo e o encontrou na rua, chorando. Foi então que o garoto disse que havia sido colocado para fora da pizzaria.

Ainda segundo o delegado, a turista disse que, em um primeiro momento, um funcionário que se identificou como gerente da pizzaria negou o ocorrido e disse que não se passava de um mal entendido. Mais tarde, porém, ele afirmou que, como havia uma feira na rua naquele momento, havia confundido o garoto com um menino de rua.

O fato ocorreu por volta das 13h30 do dia 30 de dezembro, na pizzaria Nonno Paolo, que fica na rua Abílio Soares, no Paraíso (zona sul de São Paulo).

O delegado Nilsson informou que instaurou um inquérito para apurar se houve constrangimento ilegal ou crime de racismo. Se ficar comprovada a ofensa racial, o acusado pode pegar de um a três anos de prisão.

Outro lado

Em nota, a pizzaria negou que qualquer funcionário tenha tocado no menino. Segundo o restaurante, ao ver o menino, um funcionário apenas lhe perguntou sobre seus pais, mas o garoto não disse nada e saiu do estabelecimento sozinho.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2012/01/03/casal-espanhol-acusa-pizzaria-de-sao-paulo-de-racismo-contra-filho-etiope.jhtm

Postado Por Cintia Liana

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Tolerância e mudança

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Por Cintia Liana Reis de Silva
Como dizia Sai Baba, mestre espiritual da Índia, “seja tolerante com os erros alheios e cruel com os seus próprios".

Ser tolerante traz sensação de paz. Na medida em que você sente que tem seu tempo para entender e mudar as coisas dentro de si mesmo, tem também a percepção clara de que os outros são assim igualmente. As pessoas mudam, enxergam, até aquelas que escolhem não mudar com esta nova persepção.

Conhecendo a si mesmo entenderá o mundo, o caminho das pedras está no conhecimento da nossa própria subjetividade. Bem assim. Quem somos nós para exigir que o outro veja, que o outro mude? Cada um com o seu tempo e forma de crescer. Quem é psicólogo precisa entender isso o mais cedo possível ou fica louco vendo os erros alheios dentro de um consultório.

Não querer provar nada a ninguém dá sensação de felicidade, realização, completude e tranquilidade.

Mas ser tolerante não significa ser permissivo, submisso e aceitar ofensas. Tolerância é não ser propotente, autoritário, é não querer estar no controle, é não levar tudo como uma ofensa pessoal. É não querer competir, medir força ou influência, querer ensinar há todo momento, é estar em paz, não querer provar nada ao outro.

É fundamental buscar ser tolerante ao extremo para viver em paz consigo e com os outros, trabalhando o senso de valor antes de tudo consigo mesmo.

A psicologia sistêmica mostra e prova que quando mudamos a nossa forma de nos relacionar as pessoas respondem de modo diferente, algo no mundo já muda em relação a nós. Então comece.

Um felicíssimo ano novo para todos nós!

Por Cintia Liana