"Uma criança é como o cristal e como a cera. Qualquer choque, por mais brando, a abala e comove, e a faz vibrar de molécula em molécula, de átomo em átomo; e qualquer impressão, boa ou má, nela se grava de modo profundo e indelével." (Olavo Bilac)

"Un bambino è come il cristallo e come la cera. Qualsiasi shock, per quanto morbido sia
lo scuote e lo smuove, vibra di molecola in molecola, di atomo in atomo, e qualsiasi impressione,
buona o cattiva, si registra in lui in modo profondo e indelebile." (Olavo Bilac, giornalista e poeta brasiliano)

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Uma psicóloga aprendendo a ser mãe

Mandy Lynne

Por Cintia Liana Reis de Silva

Sou formada em psicologia há mais de 12 anos, trabalho com famílias e casos de adoção há mais de 10. A compreensão da maternidade sempre esteve perto de mim de maneira muito especial, tanto que me especializei em casal e família e amo o meu trabalho. Mas há pouco mais de 5 meses comecei a experimentar desse amor, a ver e a viver a maternidade com a pele e com todo o resto de mim de maneira nunca imaginada.

Devo admitir que por mais que entendesse e tivesse sensibilidade para tratar e ajudar as famílias em meu trabalho eu não poderia sentir o que as mães sentiam e digo que nem deveria sentir tudo exatamente, afinal deveria ser profissional e agir com racionalidade, sensibilidade e boa vontade, e o fato do psicólogo ser um humano já é o suficiente para uma boa empatia.

Comecei a ser chamada de “fada da adoção” pelas pessoas próximas e pela mídia da minha cidade, quando percebiam o amor que eu imprimia em meu trabalho. Mas ao parir a minha filha caíram-se muitas fichas sobre esse fenômeno do ser mãe, sobre o amor humano, sobre o amor animal e ao sentir esse amor, que se constrói e cresce no cotidiano, se abriu em mim uma nova consciência de tudo o que estudei até hoje sobre apego, afeto, tolerância, maturidade, padrões integeracionais e tudo o que posso vincular a maternidade e a maternagem.

Posso dizer que me tornei mãe quando iniciei o contato pele a pele com minha filha, porque a relação com a “barriga” é diferente, o bebê já existe, está alí, mas olhar para o seu rosto, amamentar, ver e tocar a sua frágil forma faz acontecer a relação, ela começa naquele momento e nada mais é do que uma adoção, sim o fenômeno da verdadeira maternidade é a adoção. Existem mães que adotam os seus filhos paridos por elas e outras que não adotam, que não os aceitam e que não criam um espaço real para eles em suas vidas, como também têm mães que fizeram uma adoção propriamente dita através do Judiciário mas não adotaram de fato e outras que adotaram de todo o coração. Existem mães que não são “mães” e outras que fazem jus a esse nome.

Não só com o que estudei, vi e senti com o meu trabalho, mas também com a minha pele e o meu coração de mãe, afirmo que a única forma de tornar-se filho é sendo adotado e a única forma de tornar-se mãe é adotando um filho, vindo ou não de seu ventre, seja ele de que forma, cor, tamanho for, se parecendo ou não com você. E o aprendizado com o filho não depende dele, depende dos olhos de quem vê e da abertura para olhar de fato para a experiência que se está passando.

Tantas teorias obsoletas, ultrapassadas, outras ultramodernas e a vontade de acertar, mas seguramente nada é mais valioso que a capacidade de uma boa e preparada mãe em tentar perceber o que é melhor para o seu próprio filho naquele dado momento. Deixar ou não dormir mamando? Deixar ou não dormir em meio aos pais nos primeiros meses? Nem vou perguntar se deve ou não deixar mamar a hora que quiser, porque esta pergunta não tem nem cabimento, visto que é a criança é quem sabe quando tem fome ou necessidade de contato físico. A questão é, será que todas as mulheres que se tornam mães estão de fato preparadas para aguçarem esse olhar? Será que sabem o valor de alguns atos e de alguns “deixo sim, ele precisa disso agora”? Ou “não deixo, por mais que eu também queira, pois isso vai fazer mal lá na frente”?

Quando me tornei mãe, fiquei assustada com o tamanho da ignorância das pessoas e da quantidade de equívocos quanto a educação e cuidados com o bebê, começando com a afirmação de “não pegar muito no colo porque acostuma”, e aí comecei a escrever aqui na Itália também, alertando às pessoas sobre a importância do contato físico entre mãe e bebê. Vi que os recém nascidos normalmente se tornam vítimas da imaturidade e nada podem, é como se tudo fizesse mal, até a sua própria natureza, mamar, dormir e estar perto da mãe a hora que quiser. Ver essa intolerância e falta de sensibilidade me fez muito mal e hoje fico muito mais preocupada com as crianças.

Enfim, uma das coisas que mais me chamou a atenção nesse processo foi olhar a minha filha dormindo e perceber o quanto me tornei forte, capaz de protegê-la de qualquer coisa, mas também o quanto me tornei frágil e vulnerável, ao perceber que a minha felicidade hoje depende do seu bem estar e aí me veio a pergunta, até que ponto eu posso ter o controle desse bem estar? É como se eu tivesse visto o meu próprio coração alí, fora do meu corpo e passei a entender e a respeitar muito mais a minha mãe.

O fato se der psicóloga me ajuda e muito, mas o que diferencia muito mais é o desejo pessoal de crescer de cada um, amadurecer, conhecer e dar ao filho o melhor de nós, sem colocar no meio interesses pessoais.

Cada mulher vive a maternidade de uma forma particular, isso eu já sabia, mas a minha forma de viver está sendo muito mais linda e gostosa do que poderia imaginar, sobretudo no que diz respeito ao amor, que só cresce.

Por Cintia Liana

domingo, 26 de maio de 2013

Por que as crianças francesas não têm Déficit de Atenção?

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Muito bom esse texto!
Algo ótimo para se refletir sobre a abordagem médico-psicológica do TDAH.
No consultório defendo a ideia de que o TDAH é um conjunto de sintomas que informa um desconforto, enquanto muitos médico ainda pensam que nasce do "nada", só do orgânico.
Não mascarar e ensinar a comunicar, são expressões de ordem.
No resto, não concordo com palmadas. Se existe um real diálogo e um nível bom de expressão do que se sente e pensa em casa jamais precisará de palmadas, nem das mais leves. A palmada mais leve sempre é uma expressão de violência. Quando se atinge esse nível de consciência não há espaço para isso em casa. Se acostumar com tapas e banalizá-los é algo muito sério. 
Não concordo absolutamente em deixar o bebê chorando (ler o meu texto "Aquele abraço negado") e nem acredito que se precisa ter essa rigidez  no horário das refeições.

Cintia Liana

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Fonte: Pragmatismo Político

Como é que a epidemia do Déficit de Atenção, que tornou-se firmemente estabelecida em vários países do mundo, foi quase completamente desconsiderada com relação a crianças na França?


Nos Estados Unidos, pelo menos 9% das crianças em idade escolar foram diagnosticadas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), e estão sendo tratadas com medicamentos. Na França, a percentagem de crianças diagnosticadas e medicadas para o TDAH é inferior a 0,5%. Como é que a epidemia de TDAH, que tornou-se firmemente estabelecida nos Estados Unidos, foi quase completamente desconsiderada com relação a crianças na França?
 
TDAH é um transtorno biológico-neurológico? Surpreendentemente, a resposta a esta pergunta depende do fato de você morar na França ou nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, os psiquiatras pediátricos consideram o TDAH como um distúrbio biológico, com causas biológicas. O tratamento de escolha também é biológico – medicamentos estimulantes psíquicos, tais como Ritalina e Adderall.

Os psiquiatras infantis franceses, por outro lado, vêem o TDAH como uma condição médica que tem causas psico-sociais e situacionais. Em vez de tratar os problemas de concentração e de comportamento com drogas, os médicos franceses preferem avaliar o problema subjacente que está causando o sofrimento da criança; não o cérebro da criança, mas o contexto social da criança. Eles, então, optam por tratar o problema do contexto social subjacente com psicoterapia ou aconselhamento familiar. Esta é uma maneira muito diferente de ver as coisas, comparada à tendência americana de atribuir todos os sintomas de uma disfunção biológica a um desequilíbrio químico no cérebro da criança.
Os psiquiatras infantis franceses não usam o mesmo sistema de classificação de problemas emocionais infantis utilizado pelos psiquiatras americanos. Eles não usam o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou DSM. De acordo com o sociólogo Manuel Vallee, a Federação Francesa de Psiquiatria desenvolveu um sistema de classificação alternativa, como uma resistência à influência do DSM-3. Esta alternativa foi a CFTMEA (Classification Française des Troubles Mentaux de L’Enfant et de L’Adolescent), lançado pela primeira vez em 1983, e atualizado em 1988 e 2000. O foco do CFTMEA está em identificar e tratar as causas psicossociais subjacentes aos sintomas das crianças, e não em encontrar os melhores bandaids farmacológicos para mascarar os sintomas.

Na medida em que os médicos franceses são bem sucedidos em encontrar e reparar o que estava errado no contexto social da criança, menos crianças se enquadram no diagnóstico de TDAH. Além disso, a definição de TDAH não é tão ampla quanto no sistema americano, que na minha opinião, tende a “patologizar” muito do que seria um comportamento normal da infância. O DSM não considera causas subjacentes. Dessa forma, leva os médicos a diagnosticarem como TDAH um número muito maior de crianças sintomáticas, e também os incentiva a tratar as crianças com produtos farmacêuticos.

A abordagem psico-social holística francesa também permite considerar causas nutricionais para sintomas do TDAH, especificamente o fato de o comportamento de algumas crianças se agravar após a ingestão de alimentos com corantes, certos conservantes, e / ou alérgenos. Os médicos que trabalham com crianças com problemas, para não mencionar os pais de muitas crianças com TDAH, estão bem conscientes de que as intervenções dietéticas às vezes podem ajudar. Nos Estados Unidos, o foco estrito no tratamento farmacológico do TDAH, no entanto, incentiva os médicos a ignorarem a influência dos fatores dietéticos sobre o comportamento das crianças.

E depois, claro, há muitas diferentes filosofias de educação infantil nos Estados Unidos e na França. Estas filosofias divergentes poderiam explicar por que as crianças francesas são geralmente mais bem comportadas do que as americanas. Pamela Druckerman destaca os estilos parentais divergentes em seu recente livro, Bringing up Bébé. Acredito que suas idéias são relevantes para a discussão, por que o número de crianças francesas diagnosticadas com TDAH, em nada parecem com os números que estamos vendo nos Estados Unidos.

A partir do momento que seus filhos nascem, os pais franceses oferecem um firme cadre – que significa “matriz” ou “estrutura”. Não é permitido, por exemplo, que as crianças tomem um lanche quando quiserem. As refeições são em quatro momentos específicos do dia. Crianças francesas aprendem a esperar pacientemente pelas refeições, em vez de comer salgadinhos, sempre que lhes apetecer. Os bebês franceses também se adequam aos limites estabelecidos pelos pais. Pais franceses deixam seus bebês chorando se não dormirem durante a noite, com a idade de quatro meses.

Os pais franceses, destaca Druckerman, amam seus filhos tanto quanto os pais americanos. Eles os levam às aulas de piano, à prática esportiva, e os incentivam a tirar o máximo de seus talentos. Mas os pais franceses têm uma filosofia diferente de disciplina. Limites aplicados de forma coerente, na visão francesa, fazem as crianças se sentirem seguras e protegidas. Limites claros, eles acreditam, fazem a criança se sentir mais feliz e mais segura, algo que é congruente com a minha própria experiência, como terapeuta e como mãe. Finalmente, os pais franceses acreditam que ouvir a palavra “não” resgata as crianças da “tirania de seus próprios desejos”. E a palmada, quando usada criteriosamente, não é considerada abuso na França.

Como terapeuta que trabalha com as crianças, faz todo o sentido para mim que as crianças francesas não precisem de medicamentos para controlar o seu comportamento, porque aprendem o auto-controle no início de suas vidas. As crianças crescem em famílias em que as regras são bem compreendidas, e a hierarquia familiar é clara e firme. Em famílias francesas, como descreve Druckerman, os pais estão firmemente no comando de seus filhos, enquanto que no estilo de família americana, a situação é muitas vezes o inverso.

Marilyn Wedge, em Psichology Today Tradução: Equilibrando

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Marcos do desenvolvimento: Separação e independência

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Separação e independência

Quando será que seu filho vai entender onde você termina e ele começa? Ao nascer, a criança acha que é parte de você e não se enxerga como um ser único (eles nem se dão conta que as mãozinhas e pézinhos que vêem são os seus).

Com o desenvolvimento mental, físico e emocional, o bebê vai começar a perceber que tem seu próprio corpo, pensamentos e sentimentos e aí vai cada vez mais querer fazer as coisas do seu jeito.

Quando acontece

A individualidade leva anos para se formar. Depois de acreditar que é a mesma coisa que a mãe, por volta dos 6 meses a criança não só passa a ver a diferença como também entende que pode ser deixada sozinha. É nessa fase que se inicia um medo de abandono conhecido como ansiedade de separação, algo que pode durar até os 2 anos.

Com o passar do tempo e ao se tornar mais sociável e confiante de que você volta mesmo depois de deixá-lo na creche ou sob os cuidados de outra pessoa, o bebê vai conseguir superar seus temores e começar a formar sua própria identidade. Depois do primeiro aniversário, você vai ver que a conquista da independência pode até virar um problema e a raiz de muitos desaforos.

Como acontece

De 1 a 6 meses
Com menos de 6 meses, as crianças se identificam totalmente com as pessoas que tomam conta delas. Além disso, basicamente pensam em suas necessidades básicas: comida, amor e atenção. Nos primeiros 3 meses, identidade própria está fora de cogitação para seu filho, que se concentra em ter controle de movimentos simples e reflexos. Você poderá notar os primeiros sinais de independência aos 4 meses, quando o bebê descobre que chorar chama atenção. Esse é um dos primeiros passos para a criança aprender que tem vontade própria e que seu comportamento provoca reação nas outras pessoas.

De 7 meses a 1 ano
Por volta dos 7 meses, seu filho vai compreender que é independente de você. Esse é um importante salto cognitivo, mas, infelizmente, vai deixar o bebê ansioso. O elo com você já ficou tão forte que uma mera saída de vista por um segundo fará o bebê se debulhar em lágrimas. A criança ainda não entende que você vai e volta. E não pense que sair de fininho ao deixar seu filho na escola ou com uma babá vai ajudar. Na verdade, isso pode assustar o bebê ainda mais. Por mais duro que seja, na hora de ir embora, se despeça cara a cara.

Uma famosa pesquisa britânica mostrou como os bebês não fazem idéia da própria existência. Bebês com menos de 1 ano foram colocados diante de espelhos para ver se entendiam que o reflexo na frente era o deles. Isso não ocorreu. As crianças tocaram a imagem como se estivessem vendo outro bebê. Em seguida, os cientistas puseram ruge vermelho no nariz de cada uma e voltaram a apresentar os espelhos. Em vez de tocar o próprio nariz, os bebês voltaram a tentar "pegar" o visto no reflexo.

De 1 a 2 anos
O bebê se diferencia melhor de você e do mundo à sua volta. No mesmo estudo mencionado acima, os pesquisadores pintaram o nariz de crianças de cerca de 1 ano. Ao olhar no espelho, elas tocaram o próprio nariz, indicando entender que a imagem era somente um reflexo delas mesmas.

Aos 2 anos, seu filho poderá ainda ficar chateado ao ser deixado na escolinha ou com uma babá, mas isso vai passar muito mais rápido, já que ele tem maior segurança. Experiência e a crescente habilidade da memória ensinaram que você volta depois de algum tempo. A confiança em você é maior, alimentada por mostras contínuas de amor e cuidados. Essa confiança é que vai possibilitar que a criança se aventure por novidades por conta própria. Quais são os sinais de independência nessa fase? Pode ser a insistência em vestir aquele agasalho todo puído que você tenta dar há tempos, pode ser a boca pronta só para um tipo de comida ou pode ser a vontade de escalar até a cadeirinha do carro sozinho.

De 2 anos e 1 mês a 3 anos
Entre 2 e 3 anos, a vontade de ser independente fica cada vez maior. Seu filho vai andar a uma distância maior em relação a você e continuará a testar limites. Prepare-se para ouvir o refrão "deixa eu" muitas e muitas vezes.

O que vem pela frente

A passagem para essa fase tende a trazer mais independência e consciência de si mesmo. A cada ano você vai constatar que seu filho quer fazer mais coisas sem ajuda. Entre as novidades à frente estão a vontade de escolher como quer a comida, as amizades e a transição para a escola (para as crianças que ainda não frequentam).

O que você pode fazer

Para que seu filho tenha vontade de explorar o mundo, é preciso que um forte vínculo esteja estabelecido com você. Uma criança que tem amor e cuidados constantes adquire a confiança necessária para se soltar. Esse forte elo tem que ser construído desde o nascimento. Pequenos gestos, como responder imediatamente ao choro do bebê, alimentação quando ele está com fome, troca de fraldas molhadas ou sujas e muita conversa e sorrisos, ajudam a formar o laço entre pais e filhos.

Outra coisa importante é que sua casa seja um ambiente seguro para seu filho. Bebês e crianças pequenas têm que testar limites e explorar o mundo a seu redor para desenvolver a independência. Em vez de ficar falando mil vezes "não", coloque objetos perigosos ou frágeis fora do alcance. Isso evita frustração e permite que a criança vá de um lado para o outro em segurança.

O fato de que seu filho está mais independente não quer dizer que precise menos do seu carinho. Embora menos apegadas, as crianças continuam querendo atenção constante dos pais. Estimule os momentos de descoberta, mas fique de braços abertos quando seu filho voltar correndo para se assegurar da sua presença. Esse tipo de conforto dos pais ainda será necessário por muito tempo.

Quando se preocupar

A ansiedade de separação é normal para bebês de entre 10 meses e 1 ano e meio, mas não deixe de conversar com seu *pediatra se essa ansiedade se tornar tão forte que a criança não consegue fazer nada sem você por perto ou se ela continua inconsolável muito tempo depois que você saiu.



*Observação: Com o pediatra não, com um psicólogo, especialista em desenvolvimento infantil ou em família. Essa é a área do psicólogo e não do pediatra.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Mães conscientes. Feliz dia das boas mães!

Cintia Liana
08 de maio e 2013.

Hoje é dia das mães aqui na Itália (08 de maio) e domingo será no Brasil.

O maior mal da humanidade de todos os tempos é a falta de amor e o abandono. O abandono me refiro a todos os níveis, até na falta de sensibilidade e cuidado em olhar o filho ou até mesmo em não dispor de tempo para tal ato, ou não conseguir entender a fragilidade de uma criança. E muitas delas, ao nascerem, já estão completamente vulneráveis, ao se tornarem verdadeiras vítimas de adultos mal educados, violentos e imaturos - em geral, esses também foram vítimas de seus pais - que as colocam no mundo só com o objetivo de suprirem as suas próprias necessidades, repetindo modelos familiares adoecidos, perpetuando a dor e o sofrimento. Emocionante é quando alguém consegue romper com esses modelos, diferenciar-se, individuar-se e ser feliz.

Não dou feliz dia das mãe a todas as mães, porque nem todas são boas, existem várias formas de ser mãe e nem todas sabem amar ou amam de fato os seus filhos. Desejo feliz dia das mães àquelas que honram esse nome, o nome MÃE, biológicas e adotivas, aquelas que sabem amar e dar ao filho o que elas têm de mais valioso, paralelamente na busca de se tornar um ser humano muito melhor.

Hoje é o meu primeiro dia das mães.