"Uma criança é como o cristal e como a cera. Qualquer choque, por mais brando, a abala e comove, e a faz vibrar de molécula em molécula, de átomo em átomo; e qualquer impressão, boa ou má, nela se grava de modo profundo e indelével." (Olavo Bilac)

"Un bambino è come il cristallo e come la cera. Qualsiasi shock, per quanto morbido sia
lo scuote e lo smuove, vibra di molecola in molecola, di atomo in atomo, e qualsiasi impressione,
buona o cattiva, si registra in lui in modo profondo e indelebile." (Olavo Bilac, giornalista e poeta brasiliano)

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Criança precisa de compreensão

Google Imagens
 
Uma criança pequena precisa de muito mais que regras, precisa de algo que a maioria dos adultos não é capaz de exercitar nem com eles mesmos: precisa de compreensão, de empatia, precisa aprender a se expressar de maneira sadia e lúcida e sentir que aquilo que se passa no coração delas tem muito valor. A ciência ainda sabe muito pouco sobre a mente infantil. Não deixemos pra depois, o nome delas é agora. Criança precisa de amor, precisa que os pais se enxerguem mesmo contra a vontade deles. Criança não chora se não sente dor ou se não se sente triste. Até o que muitos chamam de manha guarda por trás uma insatisfação emocional.
Coisas importantes a serem lembradas: Crianças sentem a noção de respeito desde que nascem, sentem quando são enganadas e negligenciadas; Não tenha filhos para ser feliz, se faça feliz antes e faça filhos para fazê-los pessoas felizes e, assim, você será mais ainda; Se prepare antes de ter filhos, eles não nasceram para te salvar e nem para servir de companhia; Filhos não devem carregar nas costas as memórias familiares ruins; Filho não traz ninguém que já foi de volta; Filhos devem se sentir livres das expectativas neuróticas dos pais; Pais que fazem terapia podem se tornar bem mais fortes e preparados; Se o teu filho está mal olhe para você; As dificuldades familiares percorrem muitas gerações, é importante trabalhar os modelos intergeracionais. É difícil, mas é muito possível.
 
Cintia Liana

Não fugir de si mesmo é uma escolha muito nobre

We Heart it

As feridas emocionais nascem nos primeiros meses e anos de vida e algumas delas independem do esforço dos pais para dar o melhor aos filhos. Essas feridas se transformam em defesas que entravam futuras relações. Algumas vezes nem os próprios pais enxergam no que estão errando ou em que estão dando um mal exemplo, pois são humanos. No futuro, para essa criança que se tornou adulto, o mais importante não deve ser não ter feridas, dificuldades emocionais ou uma parte "sombra" que dá medo e dói enxergar, pois todos nós temos, o mais importante é procurar reconhecê-las com respeito, tratá-las com delicadeza e só assim curá-las com o devido cuidado para ser mais feliz e maduro, educando melhor os filhos e melhorando as futuras gerações. Esse é um excelente exercício de crescimento. Não fugir de si mesmo é uma escolha muito nobre.
 
Cintia Liana

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Eu não educo meu filho para a independência

Foto: We Heart it

By milfwtf, July 21, 2013
Eu não educo meu filho pra independência e sim para a autonomia, porque um ser humano nunca ser...á independente. Somos todos seres sociais que precisam uns dos outros para viver. Quem vem me dizer que devo dar menos colo para o meu bebê, quem sugere que eu o deixe em um carrinho em nome de uma liberdade que eu não desejo, quem diz que cama compartilhada é perigoso, quem diz que choro é birrinha manipuladora, quem se incomoda com o excesso de amor que dou pra ele, enfim, tem uma compreensão das necessidades de um bebê bem diferente da minha.
A minha compreensão (respaldada por evidências científicas e pela minha intuição) é a de que bebês precisam ser atendidos em suas necessidades de contato (pele, colo e peito) para que se sintam seguros e para que, assim, comecem a desenvolver a autonomia. Não sou eu que tenho que forçar esse aprendizado, a autonomia é uma característica inerente ao ser humano e a minha plena confiança nisso faz com que eu sinta prazer em ter a minha liberdade temporariamente limitada em prol do desenvolvimento da liberdade dele. Gradualmente ele se desenvolve. Eu confio na potência do meu filho. Confiança faz parte do amor. Amor é o oposto do medo. A minha liberdade, hoje, está em amar meu filho e faço isso por meio do corpo. Eu o amo com a pele, com o colo, com o seio.
Quando ele aprender a ouvir e a falar, quando ele aprender a me amar e a se relacionar com o mundo por meio das palavras, a necessidade da pele, do colo e do peito vai diminuir. Até que o seu vocabulário aumente e meu peito não seja mais necessário. Porque essa é a função do seio: nutrir e acalmar. Até que ele fique fluente na língua portuguesa e saiba verbalizar suas frustrações e inseguranças e não precise gritar e chorar e vir pro meu colo porque sabe que um diálogo resolve seu problema mais rapidamente. Até que ele não caiba mais dentro do meu colo. E mesmo depois de aprender a escrever, ele sempre terá as minhas mãos para um cafuné nos momentos em que palavra nenhuma funcionar.
Eu não o educo para a independência e sim para que ele seja uma pessoa confiante em sua própria capacidade de lidar com tudo o que acontecer com ele, inclusive com as frustrações. Isso é autonomia. Eu o educo para que ele saiba confiar em si mesmo. Para isso, ele precisa de alguém que confie nele antes. Eu confio no meu filho, acredito que seu choro é um chamado que merece ser ouvido, não birrinha. E sei o que ele quer quando me chama: colo, pele, peito. Eu o educo para que a partir de sua autoconfiança, ele tome decisões que tragam consequências positivas para sua vida e para o coletivo. Eu o educo para que ele também aprenda a confiar nas pessoas do mesmo jeito que quero que ele confie em mim. Eu o educo para que ele tenha uma referência cristalina de amor. Eu o educo para que ele entenda que eu não sou perfeita, que tenho direito ao erro tanto quanto ele, mas que eu busco desenvolver cada vez mais a minha capacidade de acertar, porque sempre é possível ser uma pessoa mais consciente. Não para ser independente.
 
A independência é a ilusão do século XX. Eu educo o meu filho para o século XXI. Para o hoje. E para o amor que é o que une todos nós apesar das diferenças. O amor infinito e atemporal.