"Uma criança é como o cristal e como a cera. Qualquer choque, por mais brando, a abala e comove, e a faz vibrar de molécula em molécula, de átomo em átomo; e qualquer impressão, boa ou má, nela se grava de modo profundo e indelével." (Olavo Bilac)

"Un bambino è come il cristallo e come la cera. Qualsiasi shock, per quanto morbido sia
lo scuote e lo smuove, vibra di molecola in molecola, di atomo in atomo, e qualsiasi impressione,
buona o cattiva, si registra in lui in modo profondo e indelebile." (Olavo Bilac, giornalista e poeta brasiliano)

quarta-feira, 30 de março de 2016

O Movimento do Espírito na Constelação Familiar

Um excelente método fenomenológico terapêutico para a cura de toda a família e das futuras gerações.

Google Imagens

Por Marcia Moss
Rio de Janeiro, 2011.

O que descrevo é ‘“uma colagem”, fragmentos de diversos textos de livros, falas ou notas de cursos de minha Formação em Constelação Familiar e Sistêmica com Peter e Tsuyuko Spelter e com Bert Hellinger no Seminário de Lindoia-SP, em 2009.
Bert Hellinger, alemão, hoje com 85 anos, filósofo e terapeuta, desenvolveu um método ou técnica de acessar o inconsciente pessoal e coletivo através de procedimentos em grupos terapêuticos. Deu-lhe o nome de Constelação Familiar (desde 1980), depois de Movimentos da Alma e agora o chama de Movimento do Espírito – Hellinger Science – uma Ciência dos Relacionamentos, junto com Sophie Hellinger.
Tem mais de um milhão de exemplares de seus livros editados pelo mundo. Veio ao Brasil, pela primeira vez, em 1998. Realizou Seminários de uma semana em Goiânia 2006, em Lindoia-Sp em 2008 e 2009. Seus livros são filosóficos e a CONSCIÊNCIA é seu tema para os ensinamentos. Todo o seu trabalho é filmado em DVD.
Denominou também que seu método é fenomenológico e que não se trata de interpretação das conclusões, mas de “ver” algo acontecendo.
Através de uma frase-tema e um mínimo de informação sobre o cliente a condução do trabalho desencadeia no ambiente do grupo coisas extra-ordinárias. Na Constelação o grupo é conectado a favor da “alma“ do cliente. Os temas-conflito revelam no desenrolar da Constelação aprendizados que servem à atuação de profissionais das mais diversas áreas principalmente médicos, terapeutas, advogados de família e juízes.

AS ORDENS DO AMOR NA FAMÍLIA
Bert Hellinger descobriu, através do método, repetido milhares de vezes, e documentados em DVD, que o clã familiar através de gerações, segue o que denominou de “ordens do amor na família”.
Essas três ordens em ação nos clãs, através de gerações, exigem coesão e sobrevivência. Sinta que ao ler isso somos uma prova do que nossos antepassados fizeram. De outro modo como estar conectado agora ao que está lendo?
Hellinger observou em cada clã as ordens que são necessárias e repetidas ao longo dos anos em todos os grupos familiares. São elas: o pertencimento, a hierarquia e o equilíbrio.
No Pertencimento, perpetuado pelos vínculos afetivos, por amor profundo, cada clã ou grupo familiar exige que todos os seus membros tenham o mesmo direito de pertencer. A ordem “oculta” ou inconsciente do clã exige compensação caso haja desordem e exclusão. Então, os excluídos, negados ou esquecidos devem ser representados nas gerações posteriores. A justiça não interessa à alma do clã. Uns irão tomar o lugar do excluído e farão igual na geração posterior. Aí está o destino.
Na Hierarquia do clã ninguém pode tomar o lugar do outro. A ordem é sempre dos mais antigos para os mais novos. Não se pode inverter a ordem na família e os mais novos não devem tomar a si as dores dos mais antigos. Isso enfraquece a alma dos antecessores. A desordem assim estabelecida traz desequilíbrio e doenças. Essa compensação pode atravessar de três a quatro gerações com os mesmos distúrbios.
O Equilíbrio no clã é restabelecido quando o sistema fica estável e quando o dar e o tomar se equilibram. O certo é que os pais dão e os filhos tomam – aquilo que querem. A arrogância dos filhos para com os pais não ganha sentido positivo nas suas realizações de vida. Fracassam e exigem um peso por demais excessivo.
Quando os pais dão a vida e tudo o mais os filhos tomam e agradecem e seguem adiante – isso libera. Mas o dar sempre deve ser dos mais velhos para os mais novos.
Quando há desequilíbrio na família temos uma má consciência quando nos separamos da família – sofremos e não sabemos por quê. Porém sentimos boa consciência quando estamos unidos. Para equilibrar a boa e a má consciência compensamos com ações boas ou más ações – tem um preço.
No casal os parceiros ficam juntos quando o dar e o tomar são equilibrados pela compensação. Um dá, o outro recebe e dá um pouco mais. O que recebe, toma e devolve um pouco acima do que tomou. Desse modo o equilíbrio se restabelece. O sistema fica estável. Não se aplica porém nas parcerias amorosas a mesma lei dos pais para os filhos.
O conhecimento consciente dessas ordens traz conforto e bem-estar. Com o pertencimento ficamos inocentes e estáveis. Observem que quando o sistema está instável as crianças sentem, e dizem – e o mais das vezes – sem dizer agem dentro da ordem das compensações: “deixa que eu sinta por você”; “deixa que eu morra por você”; “eu vou partir no seu lugar!”.
Um garoto de seis anos, com o pai no CTI, ao ver os membros da família fazerem fila para a doação de fígado para o pai se coloca também na fila. A avó diz: Não, aqui não é o seu lugar. Essa é uma fila de adultos. Você é uma criança. O sistema estava instável. A criança dá um passo à frente e se oferece. Diz a avó que se lembrou de uma palestra sobre Constelação e que isso serviu para recolocar um inocente no lugar que é dele. Ele se acalmou.

MAS AFINAL O QUE É UMA CONSTELAÇÃO FAMILIAR?
A Constelação familiar é um modo terapêutico de impulsionar uma ação de “ordem” no clã, pois mostra qual o lugar de cada um. Não é ditame, coerção nem regras fixas, mas sempre será com amor profundo. Cada um junto com seu clã. Exerce uma profunda mudança no padrão “oculto” do cliente e que o faz sofrer. O método recoloca o amor de cada membro da família no seu lugar e por isso tira um peso da alma de quem carrega funções que não lhe competem na hierarquia. Os ancestrais, na Constelação, reconquistam o seu lugar e liberam os familiares posteriores para viver o mundo.
O método fenomenológico da Constelação pode ser considerado como uma “cirurgia espiritual” e devem ser aplicados em situações-limites, momentos críticos e difíceis. Seu método de representantes de membros da família do cliente inicia um "movimento" no campo anímico. Um sistema, e o clã é um sistema, só se modifica através de uma ação externa. A Constelação propicia o início dessa ação. Ela tem como base o amor e a percepção de algo significativo. Uma constelação familiar revela os vínculos de destino.
O trabalho realiza-se em uma única sessão e seu resultado aparece imediatamente na consciência do cliente determinando uma mudança imediata da percepção do tema do conflito. Pode ser realizada em grupo ou no consultório – individual.
“A solução de problemas psíquicos associa-se à descoberta das ligações da alma, em conexão com as ocorrências e os destinos familiares e com os grupos e os contextos maiores que os abrangem” (Jakob Robert Schneider)

QUEM PERTENCE À MINHA FAMÍLIA?
Os bisavós, os avós, os pais e filhos; Os irmãos e meio-irmãos; Os tios; Os que não nasceram por abortos espontâneos ou provocados – não há julgamento; Os mortos por acidentes funestos advindos de acidentes; Os esquecidos e excluídos (alcoólatras, assassinos, drogados).

COMO E QUANDO ME SERVE UMA CONSTELAÇÃO FAMILIAR?
Algo nos atormenta repetidamente, doenças súbitas, alguém da família enlouquece e ficamos instáveis... Planos de vida fracassam... Os filhos só brigam entre si e comigo... Depressão e luto... Não consigo vender o terreno... tenho muito medo de me suicidar...
Como assim? Mas o que é isso?
Assim. O cliente que pede uma Constelação está em uma situação-limite. Irá dizer em uma frase o que deseja e qual o seu tema ao Constelador. Estará sentado ao seu lado e o grupo de voluntários espera. Pessoas do grupo são chamadas para representar os membros da família do cliente, se quiserem. O grupo não fala nem participa do processo. O cliente posiciona esses representantes no espaço central do grupo. Essa posição revela como o cliente vê seu clã familiar EM SEU INCONSCIENTE.
O Constelador ou Terapeuta observa as ações dos representantes que se movem ou não, e expressam corporalmente o que está se passando com eles. Nada mais é dito ou descrito pelo cliente que apenas observa também. Os movimentos dos representantes mostram, espacialmente, as dificuldades e seus sentimentos. (um olhar do representante do cliente expressa a sua raiva em direção ao pai, dificuldade de olhar a mãe, sinais de superioridade, de arrogância para os mais antigos, etc.)
Através de alguns rituais o relaxamento ou alívio acontece no campo de “energia” quando alguns gestos, orientados pelo Constelador, são realizadas pelo representante do cliente. Em geral, com algumas frases muito simples e breves: “Sim”; “Obrigada”; “Por favor”; “Querido papai”; "Querida mamãe”; com uma reverência profunda ou uma leve inclinação da cabeça aos nossos antecessores, sem julgamentos, com amor. Coisas que não fazemos habitualmente...
Nada é interpretado durante o processo. Não há julgamentos. O grupo não dá palpites ou conversa. Apenas assiste e dá suporte na energia. Por isso é chamado de método fenomenológico, Uma manifestação que aparece e desaparece. A “alma” do cliente entende e se sente aliviada. Algo se “movimenta” no campo representado. Muda o foco e a configuração. Mostra o novo e o antigo em conjunção para uma solução da situação-limite. “UNE O QUE ESTAVA SEPARADO” (Bert Hellinger).
É científico? Sim ou não? Devemos falar ou escrever a mesma coisa dizendo que é baseado na física quântica? Na memória celular? É DNA? (o que é isso?) Na teoria do cientista biólogo Rupert Sheldrake? Ok serve também. A Constelação se mede apenas pela solução: Melhor ou pior?
A consciência é diferente para cada campo familiar ou clã. Mas no “campo” tudo se repete sempre, como hábito para aprender e como sobrevivência. (ref.: Rupert Sheldrake - livro “O renascimento da natureza”).
Um “campo morfogenético” ou sistema só se modifica quando algo vindo de fora interfere e introduz uma ação.  A Constelação é um momento fugaz dessa interferência, porém duradoura.
O método da Constelação é algo atemporal. Os processos dos grupos familiares raramente podem ser impedidos de forma racional. Não há controle possível.

ENSINAMENTOS DA PRÁTICA DAS CONSTELAÇÕES
Os Bloqueios, As Doenças ou Distúrbios
Nessa prática, documentada em DVDs, Hellinger sistematizou um modo de ver os distúrbios e as doenças. Observou que as dificuldades e conflitos são da família, na comunidade de destino onde nascemos e estamos, portanto sempre “emaranhados” nessa história. A história de cada um dentro do contexto peculiar.
As doenças são olhadas como sinais de “desordem” na alma da família. Alguém está fora de seu lugar. A mesma dinâmica básica dos sintomas dos distúrbios resulta em diversas doenças. Não interprete como DNA, não conclua como “Ah! Tá bem. É assim mesmo” e não diga que não tem importância. As ordens do amor dizem respeito a cada um de nós que lê esse artigo.
Na Constelação o que se aprende é que todo distúrbio procede de um nível espiritual. O que acontece são processos inconscientes, ocultos, invisíveis e imateriais.
A manifestação do distúrbio representa uma parada do fluxo energético e o órgão atingido mostra o tipo de bloqueio. O bloqueio aparece em geral entre dois a quatro anos após o distúrbio espiritual (perdas ou fracassos no sistema). O órgão corporal atingido está em conexão com alguém excluído, não reconhecido e o órgão então trabalha em dobro - por dois ou três excluídos (ele estressa - entra em falência). Se olhar com o coração vê que o órgão está em outra dimensão mais alta. Não há desconexão entre a pessoa, seu distúrbio e o sistema familiar. E não pode haver mesmo. Somos uma ressonância de nossas experiências. Em geral tais distúrbios apresentam saídas tais como: muito trabalho e agitação, na profissão pela dedicação extremada; com a racionalidade pensando muito...; ou com negligência corporal... Ou ainda na supervalorização... Na depressão e melancolia.
O que está escrito a seguir são “notas” do livro “O amor do espírito” de Bert Hellinger e dos ensinamentos do Seminário de Lindóia, 2009. Terapeutas de família “sabem“ “sentem” “já viram” “lembram”... São fenômenos que ocorrem nas Constelações e foi observado repetidamente, que:
A GAGUEIRA - São duas pessoas tentando falar ao mesmo tempo; distúrbios da fala mostram atitudes conflitantes; existe um segredo na família. Significa que alguém foi mantido em segredo; não podia estar presente ou não teve a palavra. O gago olha primeiro para um lado, como que perguntando se pode falar.
ALCOOLISMO ou DROGAS - Esse é um assunto que tem a ver com as mulheres; O que falta ao filho ou filha? Algo falta = o pai. Pergunte-se: o que leva o homem ao bar? Hellinger aconselha a terapeutas que quando quiserem ajudar um alcoólico ou drogado acolha o pai do cliente no seu coração. A solução, nas constelações, é que o pai seja trazido de volta respeitado e considerado – mesmo bandido – não há julgamento. Um homem que tem a rejeição e desprezo de sua mulher. ... Será que uma mulher (terapeuta) pode ajudar um alcoólico? Onde o pai é desprezado pela mulher aí a criança é levada para o vício.
PSORIASE – DERMATITES – HERPS - Um parceiro anterior fica de mal com a pessoa e o sentimento ruim é deslocado para um filho do segundo casamento e esse filho tem dermatites. Então como fazer as pazes com esse parceiro abandonado? Na Constelação a representante da segunda mulher deve pedir pelas suas crianças - "olhe com benevolência para os nossos filhos”
TRANSPLANTES - O órgão transplantado não morreu, pois senão como poderia entrar e funcionar em outro corpo? A doação liga as duas famílias - do doador e quem recebe. Nas Constelações os “representantes” dos órgãos gritam... Observe uma cena de sala cirúrgica. Volte sua imaginação para cenas primitivas de canibalismo. O que sente? No canibalismo comer os órgãos dos inimigos de guerra trazia força e coragem aos vencedores. Não julgue. Era uma homenagem.
Quanto à doação de sangue: parece que como é renovado freqüentemente há menores conseqüências, mas já foi observado mudança de personalidade.
A PSICOSE – ESQUIZOFRENIA – BIPOLARIDADE – Hellinger diz que “todos nós somos psicóticos”. Chamar o outro de psicótico nos qualifica como incluídos e excluímos o “louco”.
Observa-se sempre na Constelação que houve uma cena violenta e há um assassinato na linhagem dos ancestrais da família do pai ou da mãe. Sempre aparece um agressor e existe a vítima. O cliente “psicótico” que apresenta os sintomas ou distúrbios exerce ambos os papéis alternados – e mostra que a paz não foi selada nas gerações anteriores. O distúrbio pode passar de geração em geração. Nos grupos de constelação “o agressor” e a “vítima” demonstram desagrado com a vingança desejada por ambas as famílias. A solução e o alívio acontecem quando a vítima concorda com uma frase dita pelo agressor: “Sinto muito”. Isso libera as famílias do peso da vingança.
A EPILEPSIA - Há um impulso assassino em direção a membros da família e a convulsão impede o impulso.
OBESIDADE – o terapeuta corre perigo. Está entre a mãe e o cliente. E essa posição é inviável (vejam o DVD do Seminário com Bert Hellinger sobre Saúde e Doença – Ed Atman)

DESTINOS, PROFISSÃO E SUCESSO
NA PROFISSÃO EXERCIDA TODO O PASSADO SE REVELA
Por quê? Porque talentos e habilidades são herdados – são heranças, são “dons”, presentes de nossos antepassados (gostamos de ser o que somos por nós mesmos. Os pais gostam disso. Sim, houve empenho, mas olhe à volta. Estamos sós?)
Quando o trabalho é um peso ou alegria? Quem pode viver sem sucesso? Quem não tem sucesso como se sente? Depois do sucesso o homem pode alimentar a família; o homem foi feito para isso – sem julgamentos, olhe à volta.
Como se sente o homem em casa e a mulher trabalhando?
Para o homem o trabalho vem em primeiro lugar (as mulheres pedem o impossível – que o homem coloque a família em primeiro lugar ) – eles concordam, mas sabem que o trabalho é mais importante; sabe que pode alimentar e ter a sua família. E até várias famílias! As mulheres sabem disso. Pergunte se gostam de ter o homem sem trabalho em casa.

O DINHEIRO
O dinheiro deve ser empregado a serviço da vida, pois o dinheiro é uma imagem da vida e quem desrespeita o dinheiro desrespeita a vida. O dinheiro é sempre representado nas Constelações por uma mulher – por quê? Porque o dinheiro é fértil.
O sucesso dos negócios e na profissão vem com a bênção da mãe. Sem isso só há fracassos, pois o dinheiro tem a imagem da mãe; quem rejeita a mãe permanece pobre.
A mulher segue o marido e o homem serve ao feminino; nas organizações quando a mulher organiza e o homem segue, dá errado. Um genro que usa o dinheiro do sogro em geral leva o negócio à falência. O homem que vai morar na casa dos pais da mulher em geral leva o relacionamento ao fracasso. Pois é.
O dinheiro é adquirido através de algo que fazemos; dinheiro vindo pelo nosso empenho nos faz feliz e serve a vida, mas, como a vida, o dinheiro quer ser gasto a serviço da vida. O dinheiro herdado não foi por empenho ou trabalho - por isso acontecem falências. É mais fácil de gastar.
Por isso despedir-se do campo da pobreza e movimentar-se em direção ao campo da riqueza é uma conquista espiritual.
E o Movimento do Espírito, aquele do título inicial?  Para mim aparece quando os representantes da família do cliente expressam exatamente os sentimentos dos seus membros sem nada saber do cliente e de sua história pessoal!
Muito obrigada pela sua atenção. Quem leu até agora já sabia disso tudo.

Marcia Moss

Referências:
Hellinger, Bert “O amor do espírito” Editora Atman (veja livros, artigos e DVDs)
A base desse artigo foi inicialmente preparado para uma palestra sobre Universo do Corpo no Século XXI: abordagens terapêuticas funcionais e expressivas, na Casa do Rio, de Martha Zanetti.

Fonte: http://constelacaofamiliar.com.br/index.php/artigos/141-o-movimento-do-espirito-na-constelacao-familiar

sábado, 26 de março de 2016

Feliz Páscoa!


Feliz páscoa! 
Que o amor e paz sejam rei e rainha em nossos corações. 
Que possamos enxergar o milagre da vida nos pequenos detalhes.





Fotos: We Heart it




quarta-feira, 23 de março de 2016

Filhas de mães sem amor: 7 Feridas comuns

Esse texto é excelente, mas eu alargaria as possíveis características apresentadas também às pessoas que não se sentiram amadas pelas mães como gostariam ou de acordo com as suas expectativas e não somente as filhas de mães "sem amor".
Sem contar que o ser humano deve passar a vida debruçado em "resolver", em "desemaranhar" a sua relação com a mãe (também com o pai), que é sempre uma relação "conflituosa" e isso não significa ser agressiva ou desarmoniosa.

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Mãe e filha. Google imagens
Durante os anos em que pesquisei e escrevi Mean mothers, eu falei com outras mulheres sobre as nossas experiências em comum. A história de cada mulher é diferente; talvez o que há de comum é a descoberta de que não estamos sozinhas, que não somos as únicas meninas ou mulheres que tiveram mães incapazes de nos amar. Os tabus sobre “desrespeitar” os pais e os mitos da maternidade, que retratam todas as mães como amorosas, só servem para isolar as filhas não amadas. Essa descoberta aumenta a mágoa e as feridas, mas não se resume a isso.

O seguinte catálogo do que pode acontecer com uma filha que cresce sem o amor e o apoio de uma mãe não é uma pesquisa científica; não deve ser generalizado para todos os casos. Novamente, eu não escrevi como psicóloga ou terapeuta, mas como uma companheira de viagem.

Na infância, a criança pega o primeiro vislumbre de si mesma no espelho que é o rosto da mãe. Se a sua mãe for amorosa, o bebê se sentirá seguro e protegido; ele aprende tanto que é amado quanto é amável. Essa sensação de ser amável, digno de afeto e atenção, de ser visto e ouvido, torna-se o alicerce sobre o qual ele construirá as suas mais profundas certezas-de-si, e fornecerá a energia para o seu crescimento.

A filha de uma mãe fria – emocionalmente distante, que não interage com o bebê, ou até mesmo crítica ou cruel – aprende lições diferentes sobre o mundo e sobre si mesma. O principal problema, é claro, é o quão dependente uma criança humana é da mãe para sua nutrição e sobrevivência. O resultado disso é um apego inseguro, caracterizado como “ambivalente” (a criança não sabe se quem vai aparecer é a mamãe boa ou a má) ou “esquiva” (a criança quer o amor de sua mãe, mas tem medo das consequências dessa busca). O apego ambivalente ensina à criança que o mundo dos relacionamentos não é confiável; o apego evitativo configura um terrível conflito entre as necessidades da criança, tanto pelo amor de sua mãe quanto pela proteção contra os abusos físicos ou emocionais dela.

O ponto chave é que a necessidade da criança pelo amor de sua mãe é uma força motriz primordial, e essa necessidade não diminui com a indisponibilidade – coexiste com o terrível e prejudicial entendimento de que a única pessoa que supostamente te amaria sem condições, não o ama. A luta para lidar com isso é poderosa. Ela afeta muitas, se não todas as partes do self – especialmente na área dos relacionamentos.

O trabalho de Cindy Hazan e Philip Shaver (entre outros) mostrou que as experiências da primeira infância foram altamente preditivas sobre os relacionamentos românticos e as amizades feitas na vida adulta. Não vai surpreendê-lo afirmar que as feridas mais comuns são aquelas relacionadas ao self e à área de conexão emocional.

Não devemos olhar para estas feridas para se lamentar ou jogar toda a responsabilidade por quem somos nas costas de nossas mães, mas para nos tornarmos conscientes delas. A consciência é o primeiro passo para a cura de uma criança não-amada. Muitas vezes, nós simplesmente aceitamos esses comportamentos em nós mesmos sem saber o seu ponto de origem.

1. Falta de consistência
A filha não-amada não sabe que é amável ou digna de atenção; ela pode ter crescido se sentindo ignorada ou criticada. A voz da sua mãe continua ecoando na sua cabeça, dizendo que ela não é inteligente, bonita, gentil, amorosa, digna… etc,. Aquela voz materna internalizada continuará a minar suas realizações e talentos, a menos que haja algum tipo de intervenção. Filhas, por vezes, falam sobre o sentimento de que estão “enganando as pessoas” e expressam o medo de serem “descobertas” quando alcançarem o sucesso no mundo.

2. Falta de confiança
“Eu sempre me pergunto”, uma mulher um dia me confessou, “por que alguém iria querer ser meu amigo. Eu não posso evitar de pensar que há algum tipo de interesse oculto”. Estes problemas de confiança emanam do senso de que os relacionamentos são fundamentalmente não-confiáveis, e fluem tanto nas amizades quanto nos relacionamentos amorosos. Como Hazan e Shaver relatam em seus trabalhos, a filha ambivalente necessita de validação constante que a confiança se justifica. Em suas palavras, essas pessoas “experimentam o amor como algo que envolve obsessão, um desejo de reciprocidade e de união, altos e baixos emocionais, atração sexual extrema e ciúme”. A confiança e a incapacidade de estabelecer limites estão intimamente ligados.

3. Dificuldade para impor limites
Muitas filhas, presas entre a necessidade de atenção da mãe e a sua ausência, relatam não conseguir impor limites em seus relacionamentos adultos. Uma boa parte das filhas não-amadas relatam problemas em manter estreitas amizades femininas, que são complicadas devido a questões de confiança (“Como vou saber se ela é realmente minha amiga?”). Não são capazes de dizer “não” (“De alguma forma, sempre acabo sendo um capacho, fazendo muito, e geralmente me acabo me desapontando no final”), ou querem ter um relacionamento tão intenso que a outra pessoa se afasta.

4. Dificuldade para ver o self com precisão
Certa vez uma mulher compartilhou o que aprendeu na terapia: “Quando eu era criança, minha mãe sempre se focava em denunciar os meus defeitos e ignorava minhas realizações. Depois da faculdade, eu tive vários empregos, mas, em cada um deles, meus chefes se queixaram de que eu não estava me esforçando o suficiente para crescer. Foi só então que eu percebi que eu estava me limitando, adotando a visão que a minha mãe tinha sobre mim no mundo. “Grande parte disso tem a ver com tudo o que você ouviu quando criança e internalizou. Essas distorções na forma como vemos a nós mesmos podem se estender para todos os domínios, incluindo a nossa aparência. (Quando eu vasculhei minhas fotos do tempo de adolescência, olhei para aquela menina como a minha mãe, chamando-a de “gorda”. Ela também me chamava de “mal amada”). Outras filhas relataram sentirem-se surpresas quando obtiveram sucesso em alguma coisa, assim como são hesitantes para tentar algo novo, de modo a reduzir a possibilidade de falha. Isto não é apenas uma questão de baixa autoestima, mas algo bem mais profundo.       

5. Atitudes escapistas
A falta de confiança ou o medo, por vezes, coloca a filha não-amada em uma posição defensiva, de modo que ela evita se machucar por um mau relacionamento, em vez de se motivar a encontrar um amor estável. Essas mulheres, na superfície, podem agir como se quisessem estar em um relacionamento, mas em um nível mais profundo, menos consciente, o escapismo é o seu motivador. O trabalho de Hazan, Shaver e Bartolomeu confirma isso. Infelizmente, a evitação impede que a filha não-amada encontre o tipo de relação amorosa que ela procura.

6. Ser excessivamente sensível
Uma filha não-amada pode se tornar muito sensível aos insultos, reais ou imaginários. Um comentário aleatório pode carregar o peso de alguma experiência da infância sem ela mesmo estar ciente disso. “Eu tive que me concentrar nas minhas reações”, disse uma mulher, agora na casa dos quarenta anos. “Às vezes, eu confundo o que é dito, como brincadeiras ou outra coisa, e acabo me preocupando até me abalar e perceber que a pessoa realmente não quis dizer nada do que havia imaginado”. Elas tendem a pensar demais e ruminar muito as situações ruins.

7. Replicar o vínculo com a mãe nos relacionamentos
Infelizmente, tendemos a ser atraídos pelo que já sabemos – aquelas situações em que, apesar de  representarem momentos de infelicidade, não deixam de ser “confortáveis”, por nos serem familiares. Isto, às vezes, tem o efeito de replicar, de maneira não-intencional, a relação maternal. “Eu me casei com a minha mãe, com certeza”, diz uma mulher: “Ele aparentava ser completamente diferente da minha mãe, mas, no final, acabou me tratando da mesma maneira. Como a minha mãe, ele alternava entre a indiferença e a atenção, às vezes fazia críticas horríveis, depois demonstrava alguma forma vaga de apoio”. Ela acabou se divorciando do seu marido e de sua mãe.


Fonte: PsychologyToday traduzido e adaptado por Psiconlinews

Retirado do: http://www.psiconlinews.com/2016/01/filhas-de-maes-sem-amor-7-feridas-comuns.html





Mãe e filha. Google Imagens

segunda-feira, 21 de março de 2016

Crianças que sentem ódio

Todo esse quadro político, mas sobretudo o modo em como a maioria está reagindo, está "adoecendo" as crianças. Como achar isso saudável? Uma criança que deseja a morte de outras pessoas? Crianças que respiram ódio sentem ódio e aprendem isso por toda a vida delas.
É preciso ter muito cuidado para não ser levado por essa onda de ódio, mas é preciso ter cuidado com tudo na vida, ser mais crítico de si mesmo e para não criar muito mal os filhos.

No Facebook:

"Seguramente essa foi uma das coisas mais absurdamente tristes que apareceu por aqui!! Uma criança desejando a morte de quem quer que seja é o fim de tudo!! Ninguém nasce odiando, aprende-se o ódio como aprende-se o amor, a depender do que esteja disponível para ser aprendido. As crianças apreendem e exploram o mundo pelo exemplo, aprendem com todo o corpo, aprendem de todo coração, aquilo que por sorte ou azar estiver à sua disposição."

domingo, 13 de março de 2016

As diversas faces da baixa auto estima

Publicado em Recortes Por Sílvia Marques

A baixa autoestima usa roupagens diferentes e muitas vezes ela surge disfarçada de mulher mega poderosa, de alto executivo, de adolescente marrento, de estudante rebelde, de professor severo, de pessoa extremamente crítica. Nem sempre quem tem autoestima baixa nos olha com carinha de cachorro magro. Nem sempre quem tem baixa autoestima se deprecia para os outros ou vive reclamando da vida. Quantas pessoas inseguras não se escondem atrás de uma cara de brava para os outros não descobrirem suas limitações intelectuais e afetivas?

Obvious


A baixa autoestima é um problema grave que assola muitas pessoas. Ter baixa autoestima é gostar-se pouco. É se valorizar pouco. Todo mundo deseja o melhor para si, mas muitas vezes, mesmo que inconscientemente, por alguma razão, acreditamos que não merecemos a felicidade e mesmo sem perceber nos sabotamos.
Quantas vezes não nos envolvemos com a pessoa errada porque lá no fundo queremos que a tentativa fracasse e a nossa autoimagem sofredora permaneça intacta? Quantas vezes não aceitamos do outro o que não faríamos a ninguém porque não nos achamos bons o bastante para sermos realmente bem tratados?
Quantas vezes não nos conformamos com amizades inexpressivas, um trabalho horrível, uma vida sem sentido porque pensamos que não somos capazes de estabelecer relações mais significativas ou de arranjar um emprego mais gratificante? Quantas vezes não achamos que não nascemos para nada, que não temos nenhum dom especial e que migalhas afetivas são tudo o que nos resta?
Quando falamos de autoestima baixa, imaginamos alguém deprimido, se olhando para o espelho com uma cara triste. Imaginamos alguém que fala pouco, que não se expressa, extremamente fechado e tímido.
Porém, a baixa autoestima usa roupagens diferentes e muitas vezes ela surge disfarçada de mulher mega poderosa, de alto executivo, de adolescente marrento, de estudante rebelde, de professor severo, de pessoa extremamente crítica. Nem sempre quem tem autoestima baixa nos olha com carinha de cachorro magro. Nem sempre quem tem baixa autoestima se deprecia para os outros ou vive reclamando da vida. Quantas pessoas inseguras não se escondem atrás de uma cara de brava para os outros não descobrirem suas limitações intelectuais e afetivas? Quantas vezes as pessoas não se escondem atrás de um mega visual para disfarçarem lacunas internas e o medo de não serem boas o bastante ao natural? Quantas mulheres não tentam resolver seus problemas de autoestima com cirurgiões plásticos sendo que na verdade, elas deveriam buscar por uma terapia? Não me refiro obviamente a pessoas que realmente precisam de cirurgia. Falo de defeitos imaginários ou excesso de perfeccionismo para escamotear uma carência psicológica.
Olhar-se muito no espelho pode indicar autoestima baixa
Uma vez, ouvi o filósofo Luiz Felipe Pondé dizer que o narcísico tem um ego muito fraco e por tal razão, ele precisa se auto afirmar constantemente. Sim, muitas pessoas que esbanjam autoconfiança podem muito bem serem portadores de baixa autoestima e apresentam uma confiança fake para sobreviverem a um mundo cruel, que não perdoa os mais fracos e a elas mesmas porque para alguns é insuportável aceitar a ideia de não se gostar o bastante, de não se sentir bom o bastante.
Não é à toa que vemos mulheres lindas por dentro e por fora, extremamente afetuosas se degenerando em relações degradantes em que o parceiro as humilha constantemente e mesmo assim elas continuam com eles por medo da solidão. Quem tem baixa autoestima não suporta ficar sozinho. Todo mundo quer um parceiro, ok. Mas quem tem baixa autoestima vai além de querer. Ele precisa. Ele vê no outro sua tábua de salvação. O mesmo vale para homens interessantes que se submetem a mulheres mesquinhas e aproveitadoras porque não se sentem bons o bastante para serem amados plenamente por uma mulher de bom coração.
Nunca poderemos encontrar o amor no outro antes de nos amarmos profundamente
Não é à toa que vemos profissionais preparados e dedicados se submeterem a empregos ridículos, onde ganham mal e/ou sofrem assédio moral, além das explorações típicas que a maioria dos funcionários enfrenta como a realização de horas extra sem remuneração. Na teoria esta conduta não é permitida. Mas na prática ela acontece. Empresas sob o argumento de que o funcionário tem cargo de confiança, o induz a trabalhar fora do seu horário sem nenhum tipo de gratificação.
Não é à toa que vivemos desculpando gente que comete mil gafes. Não é à toa que que vivemos relevando as atitudes egoístas de pessoas que só pensam em si e desconsideram completamente as necessidades alheias. Não é á toa que nos culpamos quando alguém nos engana ou nos ofende brutalmente.
Se gostar bastante implica no entendimento de que somos alguém com valor e que merecemos ser tratados com respeito e dignidade. Se gosta bastante quem não se permite ser humilhado e se afasta de pessoas e situações nocivas, preferindo ficar sozinhas a suportar agressões físicas e/ou verbais. Se gostar é lutar pelo melhor.
Pessoas com alta autoestima sabem até onde podem ir e conhecem seus pontos fortes e fracos. Pessoas com alta autoestima não abrem mão dos seus valores para se manterem acompanhadas. Pessoas com alta autoestima não necessitam dizer o quanto elas são maravilhosas o tempo todo. Pessoas com alta autoestima não se rastejam pela aceitação alheia nem se intimidam porque não são perfeitas. Pessoas com alta autoestima entendem que estar com o outro é incrível, mas que a única pessoa que pode salvá-la é ela mesma.
Chega uma hora em que a gente precisa entender que nós somos a nossa própria heroína
Muitos pensam que quem tem alta autoestima é necessariamente convencido e fica proclamando aos quatro ventos todas as suas realizações ou postando fotos de cada momento do seu dia. Muitas vezes, a autopromoção gratuita é simplesmente um dos disfarces mais coloridos de um ego que anda bem descuidado. Autoestima tem cura. Não é um processo fácil nem rápido. Muito menos indolor. Muita leitura, reflexão, autoanálise e terapia podem contribuir bastante para uma vida emocionalmente mais segura e saudável.

SÍLVIA MARQUES

Paulistana, escritora, idealista em crise, bacharel em Cinema, cinéfila, professora universitária com alma de aluna, doutora em Comunicação e Semiótica, autodidata na vida, filósofa de botequim, com a alma tatuada de experiências trágicas, amante das artes , da boa mesa, dos vinhos, de papos loucos e ideias inusitadas. Serei uma atleta no dia em que levantamento de xícara de café se tornar modalidade esportiva. Sim, eu acredito realmente que um filme possa mudar a sua vida! Autora do blog Garota desbocada. Lancei recentemente em versão e-book pela Cia do ebook o romance O corpo nu..



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sexta-feira, 11 de março de 2016

O que fazemos repercutirá na vida de todos os nossos descendentes

We Heart it

Devemos ser muito sábios em todas as nossas escolhas e atitudes, porque temos uma grande a assustadora responsabilidade: tudo o que fazemos repercutirá na vida de todos os nossos descendentes e de todas as pessoas que entrarem na família deles. Responsabilidade ainda mais complexa é trabalharmos também o produto que somos da nossa família, os enredamentos e rompermos os padrões familiares adoecidos para que eles não se repitam com nossos filhos.

Cintia Liana
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Indico o livro "Constelações Familiares", de Bert Hellinger.


Esse livro é para os fortes.
Porque aquele filho é "escolhido"? Porque acontecem as tragédias nas famílias? Porque essas tragédias e situações se repetem? O porque das doenças físicas e mentais, do câncer? Porque escolhem aquele membro da família? O que fazer com a dor? Porque algumas pessoas são rejeitas e abandonadas? Tudo isso e mais. Como sair desse ciclo.

Para comprar on line: 
http://www.pensamento-cultrix.com.br/constelacoesfamiliares,product,978-85-316-0673-1,49.aspx

quinta-feira, 10 de março de 2016

8 frases para nunca dizer em discussões na frente das crianças

Uma matéria muito útil em que fui uma das fontes entrevistadas.

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Brigar na frente dos filhos sempre é ruim, mas certas frases não devem ser ditas

Matéria Portal UOL, SP - 10/03/2016
Casais que brigam na frente dos filhos, sejam crianças ou adolescentes, transmitem a eles não apenas um profundo sentimento de insegurança e mágoa, mas também um exemplo de conduta inadequado.
Os conflitos só geram algum tipo de aprendizado para a criança quando os pais conseguem manter o respeito, mesmo que não partilhem do mesmo ponto de vista. "É possível discordar sem ofender. Quando está difícil segurar as emoções negativas, o melhor é se afastar e deixar a discussão para depois, quando os filhos não estiverem por perto", afirma a pedagoga Taís Bento, especialista em aprendizagem pela Universidade de San Diego.
É nessas horas que é preciso evitar reações desmedidas e frases de efeito, muitas vezes ditas sem pensar. Além de magoar o outro, elas podem ferir –e muito– as crianças, que nada têm a ver com a situação.
A seguir, veja o que não dizer nem mesmo sob forte emoção, se quiser poupar seus filhos.




1

 

"Foi você quem quis ter filhos"

"Então, eu não fui desejado pela minha mãe ou pelo meu pai?" É isso o que pensa uma criança ou adolescente ao ouvir essa frase, segundo a psicóloga Cintia Liana Reis de Silva, uma das fundadoras do Grupo de Trabalho de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Conselho Regional de Psicologia da Bahia e do Sergipe. "Nesse momento, o filho poderá se considerar um erro e sentirá que não merece ser amado", afirma. Como consequência, a criança pode até desenvolver um complexo de inferioridade por conta da rejeição.


2

 

"Se continuar assim, vamos ter de nos separar"

A insegurança que se instala em crianças ou adolescentes que escutam essa frase pode afetá-los futuramente. "Da adolescência para a vida adulta, o sentimento pode desencadear o medo de se relacionar", declara o psicanalista Paulo Miguel Velasco, professor do Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica, Ciências Humanas e Sociais.


3

 

"Só não me separo de você por causa das crianças"

Dizer isso na frente dos filhos é jogar uma enorme responsabilidade nas costas de quem não têm nada a ver com a relação do casal. "O filho pode passar a ter um comportamento que visa apenas o bem-estar dos pais. Mais tarde, se o casal decidir pela separação, o peso da culpa e o sentimento de fracasso poderão perdurar na criança até a vida adulta", afirma Taís.


4

 

"Se você não mudar, vou embora e não volto nunca mais"

A criança pode levar a frase ao pé da letra e, ao considerar que um dos pais se ausentará, o risco de desenvolver um quadro de ansiedade aumenta. "Nessa situação, a cada separação do pai ou da mãe, o medo de que a pessoa não volte dominará a criança", diz Taís. Em casos mais graves, o filho pode resistir a sair de casa por ter medo de que, ao retornar, não encontrará mais o responsável pela ameaça. "Há crianças que desenvolvem medo de ir à escola e até de passear na casa de familiares e amigos por conta desse tipo de experiência", afirma a pedagoga.


5

 

"Você não está nem aí para as crianças"

Quando escuta essa frase, a autoestima do filho vai lá para baixo. Ele conclui que não é importante o suficiente para o pai ou a mãe. "Geralmente, depois das brigas, o casal que se ama contorna a situação e fica tudo bem. Já a criança pode ficar fragilizada e assustada por vários dias", diz Velasco.


6

 

"Nosso filho puxou a preguiça de você"

Nada de positivo pode ser tirado de comparações negativas como essa. O filho pode tomar como verdade absoluta o rótulo criado pelos pais --de preguiçoso, esfomeado ou desleixado, por exemplo-- e persistir no comportamento criticado. Outro risco é a criança entender que o pai ou a mãe não servem como exemplo e, portanto, devem ser rejeitados.


7

 

"Não fala mais comigo, quero distância de você"

Ainda que a frase faça menção ao par, a criança pode sentir medo de que o sentimento seja transferido para ela. "A rejeição é um prato cheio para o desenvolvimento do isolamento e da depressão", diz o psicanalista.


8

 

"Nunca vou perdoar você por isso"

A palavra "nunca" tem um impacto forte demais para a criança. "Por não ter maturidade para lidar com conflitos, ela passa a viver em constante estado de alerta, já que fica ansiosa para saber como será o próximo momento em família", afirma a pedagoga.

Fonte: http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-filhos/listas/8-frases-para-nunca-dizer-em-discussoes-na-frente-das-criancas.htm