tag:blogger.com,1999:blog-9063974682588172902.post8351100163618693038..comments2023-04-01T11:01:52.339-03:00Comments on Psicologia de Família e Adoção: Adaptação, memórias e processo de luto na adoçãoCintia Lianahttp://www.blogger.com/profile/03247620066966131189noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-9063974682588172902.post-25226213994133814222012-06-27T11:13:35.609-03:002012-06-27T11:13:35.609-03:00Gostei muito do texto. Parabéns!
Acrescento apenas...Gostei muito do texto. Parabéns!<br />Acrescento apenas o seguinte:<br />As crianças que são abrigadas durante os primeiros anos de vida e assim permanecem por longos períodos tendem a apresentar um atraso do seu desenvolvimento global.<br />Não raro apresentam atrasos significativos no seu desenvolvimento física e cognitivamente.<br />Também o desenvolvimento emocional poderá sofrer pelo prolongamento da situação de abrigo.<br />A criança poderá não ter oportunidade de se vincular afetivamente à uma figura maternal (não necessariamente feminina) dificultando que vivencie as primeiras relações objetais.<br />Teremos então uma criança pequena que aparentemente recusa aproximação e manifestações de afeto por parte dos novos futuros pais, angustiando-os sobremaneira.<br />Não raro esta incapacidade inicial de aceitar e manifestar afeto pelos adultos que se espera aceite como pais será por eles sentida como rejeição ao seu afeto e dedicação.<br />Estes pais poderão sentir grande dificuldade em "forçar" à criança o seu afeto, carinho e dedicação, por sentirem que estariam tentando se "apropriar" do pequeno ser, obrigando-o a se sujeitar seu amor.<br />Crianças abrigadas ainda bebês não raro riem menos, interagem menos, buscam menos as atenções dos adultos ao seu redor.<br />Chegam à casa dos novos pais passivas, apáticas, dormem a noite toda e pouco reclamam dos estímulos externos.<br />A importância do acompanhamento inicial da nova família que recebe este pequeno é fundamental para que se ultrapasse com êxito estes frustrantes momento iniciais.<br />Vencida esta etapa não raro a criança se converte do bonequinho apático e submisso em um verdadeiro terrorzinho, exigente, monopolizador e tirano.<br />Esta tb é uma fase necessária ao resgate das vivências perdidas quando ainda abrigada.<br />Agirá, num corpinho que já anda e inicia a fala, como um bebê rn. Todo rn é assim com relação às suas principais figuras parentais. Se distingue do terrorzinho acima pelo único fato de não dispor da independência física que este já possui.<br />Teremos então um rn em corpo de criança pequena. Dai as birras terríveis, os choros ininterruptos sem causa aparente, a literal "perseguição" à mãe.<br />Mas esta tb é uma fase que será naturalmente, e em um tempo não tão longo quanto parecerá aos pais, ultrapassada e a criança passará, na sua grande maioria, a agir como as demais crianças de sua idade cronológica.<br />Se falamos de crianças maiores, incluídos aqui os pré-adolescentes, teremos uma criança que chega autônoma, risonha, disposta a agradar para "garantir" este novo espaço e status.<br />Mas tb estas crianças maiores, principalmente aquelas que passaram longos períodos abrigadas, tenderão a regredir por vezes intensamente.<br />E os mesmos esforços terão os seus novos pais de dispender para ultrapassar estas etapas iniciais de adaptação à nova família.<br />O ideal, então, ao meu ver, é minimizar ao máximo a permanência das crianças, tenham a idade que tiverem, na situação de abrigamento.<br />Assim, indispensável se priorizar a busca pela família biológica e estensa, com a fixação de prazos para que se resolva a reinserção familiar, quando possível, ou o pronto encaminhamento da criança para família substituta por via da adoção.<br />Há que se lembrar sempre que a Constituição Federal manda priorizar sempre e sempre a criança e adolescente. O que se contrapõe às longas tentativas infrutíferas de retorno à família biológica de origem.<br />Quando falamos de crianças e adolescentes x abrigo, valem as palavras da poetisa chilena Gabriela Mistral:<br />"Muitas coisas que precisamos pode esperar; a criança não. Agora é o tempo que seus ossos estão sendo formados, seu sangue está sendo feito, seu corpo sendo desenvolvido. Para ela não podemos dizer amanhã. Seu nome é hoje”.Rosanahttps://www.blogger.com/profile/13202679140494565467noreply@blogger.com