Título: A Procura das Origens
Autor: Mirta Videla
Data: 26/03/1998
Fonte: Boletim "Uma família para uma criança" – Fernando Freire (org) - ano I nº 2
Até há pouco tempo existiam muitas dúvidas sobre este tema, para muitos era um verdadeiro dilema. Atualmente em nosso país, por aquilo que foi vivido, já ninguém duvida do direito de toda criança a conhecer a verdade acerca de sua origem, visto que ela lhe pertence tanto quanto a sua própria vida.
Quando se adota uma criança começa uma outra história, a partir de sua chegada. Mas, antes disso, a criança teve uma pré-história, de sangue, de recém-nascido em outros braços, de cultura, de parentesco. As razões pelas quais ela perdeu tudo isso podem ser de diferentes ordens, mas ninguém pode negar-lhe o direito a estar informada a respeito.
Se a informação sobre essa história prévia não lhe é dada, ela perde parte de sua biografia, de sua trajetória anterior, que se encontra registrada em seu inconsciente, é parte da carne de seu corpo e esse corpo jamais poderá ser reduzido ao silêncio.
As belas palavras de Françoise Dolto ficaram marcadas entre os psicólogos dedicados ao tema. Ela manifestava sua preocupação de "que deve ficar muito clara a importância de dizer a verdade ", essa verdade que os adultos comunicam às crianças, que a desejam não apenas de forma inconsciente, mas que a necessitam e têm direito a conhecê-la. Deve ser questionado o "silêncio enganador que gera angústia". A verdade pode ser freqüentemente dolorosa, mas, se ela é dita, permite que a pessoa possa reconstruir-se, e humanizar-se.
Dolto dizia com muita firmeza que ente a criança e seus pais existe um permanente intercâmbio de mensagens. A criança tem a necessidade da verdade para desenvolver suas potencialidades humanas.
As histórias cheias de silêncio pertencem a vidas sem sentido. A criança adotada é um verdadeiro "aprendiz de historiador", que deve travar verdadeiras batalhas e organizar estratégias para buscar os pedaços de sua vida, que desapareceram no ocultamento dos adotantes. Ela deverá transformar as informações fragmentárias em uma construção histórica, uma construção que lhe permita ter a sensação de "continuidade temporal ". Se trata de um processo que reconstrói o passado em função do presente, com o olhar voltado para o futuro.
A criança não pode conhecer uma primeira etapa de sua vida, a não ser por meio de uma versão discursiva que lhe conta a história de sua chegada. A experiência neste tema, e tudo o que nos trouxeram os novos desenvolvimentos teóricos, já não nos permitem condutas tíbias ante aqueles que continuam duvidando a respeito da necessidade de que a criança adotada tenha acesso à sua verdade.
O ocultamento da verdade sobre as origens é tão grave como o de seqüestrar uma criança, é um verdadeiro delito afetivo, porque, de maneira premeditada, a criança está sendo privada de algo que é seu, produzindo assim um vazio em seu processo histórico, impossibilitando sua função de historiador de si mesma.
O acesso à verdade sobre suas origens não é o mesmo que a busca de um processo judicial, nem que a procura de uma aproximação com os familiares de sangue. Os juizes e técnicos coincidem atualmente no reconhecimento da importância de que a criança seja informada sobre a origem de sua vida. Mas não todos estão suficientemente informados sobre o alcance e as conseqüências da transmissão de acontecimentos vergonhosos, humilhantes, hostis e sinistros para a criança, tais como o incesto, a violação de sua mãe, a tentativa de assassinato, ou o fato de ter sido deixada em um terreno baldio.
Quando se fala "revelar" a verdade, devemos ter muito cuidado com a informação excessiva, com um estilo quase exibicionista, que oferece dados intoleráveis para a sensibilidade infantil. Nesses casos, a criança será obrigada a "tornar a velar", a ocultar, reprimir, desconhecer essa realidade atroz, da qual, lhe disseram, ela veio.
O respeito à criança não apenas significa reconhecer-lhe o direito a saber quem é e de onde veio, mas também o de entender essa realidade na sua dimensão de criança, de frágil estrutura, em crescimento e em formação de sua identidade. Uma boa comparação é a de que a criança deve ser informada como se estivesse sendo alimentada, não se poderá dar carne e batatas fritas a um lactante, nem tampouco mamadeira àquela que começa a sua escolaridade.
Sem necessidade de ser ultra-informado em todos os detalhes, a criança descobrirá por si mesma, a realidade do seu existir, isso se lhe foram dadas as bases favorecedoras de sua investigação, com informações iniciais, sem que a tenham intoxicado.
Juan era um rapaz de 17 anos ao qual os adotantes disseram que era filho de uma prostituta que tinha muitos outros filhos de muitos pais. Quando teve acesso aos dados de sua história, ele mesmo realizou a construção de sua história, e me disse bastante emocionado: "minha mãe na realidade era uma pobre mulher deficiente (é surda-muda), da qual abusaram, mas que me deixou viver, e isso é, muito importante para mim."
Muitos pais solicitam que lhes seja revelada a verdade acerca da procedência das crianças que estão para ser adotadas. Outras se negam a saber e afirmam que "a história do seu filho começa com eles."
Somos um país de profundas diferenças sociais. A maioria das crianças em estado de adotabilidade vem de setores sociais que vivem em condições de extrema pobreza, com suas necessidades básicas insatisfeitas. As crianças abandonadas levam o registro corporal da sua origem, da promiscuidade, da violência e do sofrimento vivido. Por isso, não é necessária muita criatividade para saber de onde vêm as crianças cujas famílias as abandonaram. Existe um grupo reduzido de crianças de mães adolescentes de razoável condição econômica que não puderam recorrer ao aborto no tempo oportuno.
O tema da informação necessária a ser transmitida à criança não deve ser confundido com uma atitude de "compulsão informativa". Ela necessita saber os dados de sua origem biológica, de sua procedência, mas também, e isso é de fundamental importância, deve ser informada sobre a expectativa do casal que a adotou, sobre o tempo de espera vivido, deve saber que ela foi desejada como filho e foi investida dessa condição, no momento de sua adoção.
Ainda que a criança possua um registro dos acontecimentos anteriores à adoção, ela também experimenta uma profunda necessidade de pertencer ao grupo familiar no qual foi criada, ainda que no fundo de si mesma os dados de sua origem tenham um papel psicológico secreto. As crianças aprendem aos poucos, algumas compreendem que em seu passado pode ter existido algo obscuro, do qual preferem não falar, pela necessidade de pertencer e não correr o risco de perder ainda mais.
É muito importante, em todas as circunstâncias e etapas do desenvolvimento de um filho adotivo, que não se confunda o direito à informação com a compulsão informativa, a qual funciona como engolir na alimentação, produz náuseas, e até vômitos por aquilo que foi recebido "em excesso".
A falta de informação homogênea e ampla relacionada a estes temas deve estimular a organização de cursos de especialização em matéria de adoção, destinado à capacitação de todos os técnicos responsáveis. Unificar critérios e ampliar o acesso à informação acerca do tema, é um dos requisitos necessários para evitar abusos, omissões e erros de funcionários e profissionais.
O dilema da verdade se coloca na adoção de recém-nascidos, e diferentemente, na adoção de crianças e adolescentes, que já possuem um registro consciente, recordações e vivências acerca de sua vida anterior Quando do primeiro filho adotado se ocultou a realidade sobre a sua origem, é bastante difícil a adoção do segundo filho. Se ocorreu o contrário, ele viverá a chegada do irmão como uma reafirmação de sua própria história. compartilhará o tempo de espera e os preparativos para a chegada.
O ocultamento da adoção transforma esse fato no que se denomina "segredo familiar, onde uns sabem, e outros não, e a família se transforma em uma rede de ocultamentos e desmentidos, absolutamente prejudiciais ao desenvolvimento da criança.
Os segredos familiares geram um clima de tensão permanente que sutilmente é transmitido à criança, que percebe algo oculto, misterioso e proibido, que não deve se atrever a indagar. As crianças dizem, em seus tratamentos, que se sentem como protagonistas de um quebra-cabeças que nunca conseguem montar, porque faltam peças que estão "nas mãos de outros ", seus professores, seus pais adotivos.
Quando se conta uma mentira para uma criança, ou se oculta urna realidade tão importante acerca de sua vida, é como se a sua identidade (comparável a um edifício) fosse construída com bases frágeis. Cresce, mas, frente à menor "ventania" é completamente demolida.
É necessário que os pais não convertam o relato sobre a origem em um momento solene. O tema deveria fazer parte do diálogo natural e cotidiano na família. Entendemos por diálogo não o dar informações, mas sim o estado de abertura e predisposição permanente às palavras, ao ouvir, ao responder aos questionamentos. Este diálogo entre pais e filhos é o que permite em ambos a elaboração da adoção como opção de constituição familiar. Talvez pudéssemos compará-lo, ainda que não seja equivalente, ao processo de esclarecimento acerca da sexualidade, onde a informação não é apenas aquela das respostas às perguntas, mas também a transmitida pelas atitudes que temos frente ao sexo da criança, ao seu corpo, aos seus desejos.
Nos grupos, os pais costumam me perguntar: " e se o menino pergunta coisas que não conhecemos?", "e se fica zangado com o que dizemos?", "e se não pergunta nunca nada? ", "e posso esperar que pergunte o quê? ", "e se quando pergunta já é tarde? ", "e se são os outros a falar? ", "se não pergunta, significa inevitavelmente que algo grave se passa? ", "como podemos dizer que não temos nenhum dado?"
Na realidade, no processo de comunicação acerca da adoção, como em qualquer outro processo relacionado com os fatos da vida, não é necessário propor de antemão um tempo especial para a conversa, nem tampouco nos tomar em obsessivos informantes, basta que tenhamos uma autêntica disponibilidade e abertura ao diálogo sobre os acontecimentos da vida familiar. Dentro deles, a historia da criança e a adoção serão apenas um fato a mais.
Recordemos finalmente que só quem pode crescer rodeado de realidades não ocultadas, e verdades que não ferem nem amedrontam, poderá ir construindo sua própria biografia, ser seu historiador. Dessa forma, sua estrutura ética será o sustentáculo de sua saúde mental.
Quando se adota uma criança começa uma outra história, a partir de sua chegada. Mas, antes disso, a criança teve uma pré-história, de sangue, de recém-nascido em outros braços, de cultura, de parentesco. As razões pelas quais ela perdeu tudo isso podem ser de diferentes ordens, mas ninguém pode negar-lhe o direito a estar informada a respeito.
Se a informação sobre essa história prévia não lhe é dada, ela perde parte de sua biografia, de sua trajetória anterior, que se encontra registrada em seu inconsciente, é parte da carne de seu corpo e esse corpo jamais poderá ser reduzido ao silêncio.
As belas palavras de Françoise Dolto ficaram marcadas entre os psicólogos dedicados ao tema. Ela manifestava sua preocupação de "que deve ficar muito clara a importância de dizer a verdade ", essa verdade que os adultos comunicam às crianças, que a desejam não apenas de forma inconsciente, mas que a necessitam e têm direito a conhecê-la. Deve ser questionado o "silêncio enganador que gera angústia". A verdade pode ser freqüentemente dolorosa, mas, se ela é dita, permite que a pessoa possa reconstruir-se, e humanizar-se.
Dolto dizia com muita firmeza que ente a criança e seus pais existe um permanente intercâmbio de mensagens. A criança tem a necessidade da verdade para desenvolver suas potencialidades humanas.
As histórias cheias de silêncio pertencem a vidas sem sentido. A criança adotada é um verdadeiro "aprendiz de historiador", que deve travar verdadeiras batalhas e organizar estratégias para buscar os pedaços de sua vida, que desapareceram no ocultamento dos adotantes. Ela deverá transformar as informações fragmentárias em uma construção histórica, uma construção que lhe permita ter a sensação de "continuidade temporal ". Se trata de um processo que reconstrói o passado em função do presente, com o olhar voltado para o futuro.
A criança não pode conhecer uma primeira etapa de sua vida, a não ser por meio de uma versão discursiva que lhe conta a história de sua chegada. A experiência neste tema, e tudo o que nos trouxeram os novos desenvolvimentos teóricos, já não nos permitem condutas tíbias ante aqueles que continuam duvidando a respeito da necessidade de que a criança adotada tenha acesso à sua verdade.
O ocultamento da verdade sobre as origens é tão grave como o de seqüestrar uma criança, é um verdadeiro delito afetivo, porque, de maneira premeditada, a criança está sendo privada de algo que é seu, produzindo assim um vazio em seu processo histórico, impossibilitando sua função de historiador de si mesma.
O acesso à verdade sobre suas origens não é o mesmo que a busca de um processo judicial, nem que a procura de uma aproximação com os familiares de sangue. Os juizes e técnicos coincidem atualmente no reconhecimento da importância de que a criança seja informada sobre a origem de sua vida. Mas não todos estão suficientemente informados sobre o alcance e as conseqüências da transmissão de acontecimentos vergonhosos, humilhantes, hostis e sinistros para a criança, tais como o incesto, a violação de sua mãe, a tentativa de assassinato, ou o fato de ter sido deixada em um terreno baldio.
Quando se fala "revelar" a verdade, devemos ter muito cuidado com a informação excessiva, com um estilo quase exibicionista, que oferece dados intoleráveis para a sensibilidade infantil. Nesses casos, a criança será obrigada a "tornar a velar", a ocultar, reprimir, desconhecer essa realidade atroz, da qual, lhe disseram, ela veio.
O respeito à criança não apenas significa reconhecer-lhe o direito a saber quem é e de onde veio, mas também o de entender essa realidade na sua dimensão de criança, de frágil estrutura, em crescimento e em formação de sua identidade. Uma boa comparação é a de que a criança deve ser informada como se estivesse sendo alimentada, não se poderá dar carne e batatas fritas a um lactante, nem tampouco mamadeira àquela que começa a sua escolaridade.
Sem necessidade de ser ultra-informado em todos os detalhes, a criança descobrirá por si mesma, a realidade do seu existir, isso se lhe foram dadas as bases favorecedoras de sua investigação, com informações iniciais, sem que a tenham intoxicado.
Juan era um rapaz de 17 anos ao qual os adotantes disseram que era filho de uma prostituta que tinha muitos outros filhos de muitos pais. Quando teve acesso aos dados de sua história, ele mesmo realizou a construção de sua história, e me disse bastante emocionado: "minha mãe na realidade era uma pobre mulher deficiente (é surda-muda), da qual abusaram, mas que me deixou viver, e isso é, muito importante para mim."
Muitos pais solicitam que lhes seja revelada a verdade acerca da procedência das crianças que estão para ser adotadas. Outras se negam a saber e afirmam que "a história do seu filho começa com eles."
Somos um país de profundas diferenças sociais. A maioria das crianças em estado de adotabilidade vem de setores sociais que vivem em condições de extrema pobreza, com suas necessidades básicas insatisfeitas. As crianças abandonadas levam o registro corporal da sua origem, da promiscuidade, da violência e do sofrimento vivido. Por isso, não é necessária muita criatividade para saber de onde vêm as crianças cujas famílias as abandonaram. Existe um grupo reduzido de crianças de mães adolescentes de razoável condição econômica que não puderam recorrer ao aborto no tempo oportuno.
O tema da informação necessária a ser transmitida à criança não deve ser confundido com uma atitude de "compulsão informativa". Ela necessita saber os dados de sua origem biológica, de sua procedência, mas também, e isso é de fundamental importância, deve ser informada sobre a expectativa do casal que a adotou, sobre o tempo de espera vivido, deve saber que ela foi desejada como filho e foi investida dessa condição, no momento de sua adoção.
Ainda que a criança possua um registro dos acontecimentos anteriores à adoção, ela também experimenta uma profunda necessidade de pertencer ao grupo familiar no qual foi criada, ainda que no fundo de si mesma os dados de sua origem tenham um papel psicológico secreto. As crianças aprendem aos poucos, algumas compreendem que em seu passado pode ter existido algo obscuro, do qual preferem não falar, pela necessidade de pertencer e não correr o risco de perder ainda mais.
É muito importante, em todas as circunstâncias e etapas do desenvolvimento de um filho adotivo, que não se confunda o direito à informação com a compulsão informativa, a qual funciona como engolir na alimentação, produz náuseas, e até vômitos por aquilo que foi recebido "em excesso".
A falta de informação homogênea e ampla relacionada a estes temas deve estimular a organização de cursos de especialização em matéria de adoção, destinado à capacitação de todos os técnicos responsáveis. Unificar critérios e ampliar o acesso à informação acerca do tema, é um dos requisitos necessários para evitar abusos, omissões e erros de funcionários e profissionais.
O dilema da verdade se coloca na adoção de recém-nascidos, e diferentemente, na adoção de crianças e adolescentes, que já possuem um registro consciente, recordações e vivências acerca de sua vida anterior Quando do primeiro filho adotado se ocultou a realidade sobre a sua origem, é bastante difícil a adoção do segundo filho. Se ocorreu o contrário, ele viverá a chegada do irmão como uma reafirmação de sua própria história. compartilhará o tempo de espera e os preparativos para a chegada.
O ocultamento da adoção transforma esse fato no que se denomina "segredo familiar, onde uns sabem, e outros não, e a família se transforma em uma rede de ocultamentos e desmentidos, absolutamente prejudiciais ao desenvolvimento da criança.
Os segredos familiares geram um clima de tensão permanente que sutilmente é transmitido à criança, que percebe algo oculto, misterioso e proibido, que não deve se atrever a indagar. As crianças dizem, em seus tratamentos, que se sentem como protagonistas de um quebra-cabeças que nunca conseguem montar, porque faltam peças que estão "nas mãos de outros ", seus professores, seus pais adotivos.
Quando se conta uma mentira para uma criança, ou se oculta urna realidade tão importante acerca de sua vida, é como se a sua identidade (comparável a um edifício) fosse construída com bases frágeis. Cresce, mas, frente à menor "ventania" é completamente demolida.
É necessário que os pais não convertam o relato sobre a origem em um momento solene. O tema deveria fazer parte do diálogo natural e cotidiano na família. Entendemos por diálogo não o dar informações, mas sim o estado de abertura e predisposição permanente às palavras, ao ouvir, ao responder aos questionamentos. Este diálogo entre pais e filhos é o que permite em ambos a elaboração da adoção como opção de constituição familiar. Talvez pudéssemos compará-lo, ainda que não seja equivalente, ao processo de esclarecimento acerca da sexualidade, onde a informação não é apenas aquela das respostas às perguntas, mas também a transmitida pelas atitudes que temos frente ao sexo da criança, ao seu corpo, aos seus desejos.
Nos grupos, os pais costumam me perguntar: " e se o menino pergunta coisas que não conhecemos?", "e se fica zangado com o que dizemos?", "e se não pergunta nunca nada? ", "e posso esperar que pergunte o quê? ", "e se quando pergunta já é tarde? ", "e se são os outros a falar? ", "se não pergunta, significa inevitavelmente que algo grave se passa? ", "como podemos dizer que não temos nenhum dado?"
Na realidade, no processo de comunicação acerca da adoção, como em qualquer outro processo relacionado com os fatos da vida, não é necessário propor de antemão um tempo especial para a conversa, nem tampouco nos tomar em obsessivos informantes, basta que tenhamos uma autêntica disponibilidade e abertura ao diálogo sobre os acontecimentos da vida familiar. Dentro deles, a historia da criança e a adoção serão apenas um fato a mais.
Recordemos finalmente que só quem pode crescer rodeado de realidades não ocultadas, e verdades que não ferem nem amedrontam, poderá ir construindo sua própria biografia, ser seu historiador. Dessa forma, sua estrutura ética será o sustentáculo de sua saúde mental.
Trechos extraídos de "Saber Acerca de Su Origen", Mirta Videla. Revista da Escuela de Psicopedagogia de Buenos Aires, nº1 - Abril/95.
Para receber o boletim "Uma família para uma criança" escrever para: Caixa Postal - 18092
Curitiba/PR
Cep: 80811-970
Referência:
VIDELA, Mirta. A Procura das Origens. Boletim "Uma família para uma criança" – Fernando Freire (org.) - ano I nº 2. [online] Disponível em: http://cecif.org.br/tt_busca.htm. Acesso em: 20 de janeiro de 2007.
Postado Por Cintia Liana
Caríssima Cíntia, fiz o milionésimo primeiro acesso em seu blog. Em tão pouco vc conseguiu transformar o assunto "adoção' em algo sério, sem tabus ou mitos e com muita sinceridade e certeza de que sabe o que está fazendo. parabéns pra você e felicidades na profissão, na vida e no amor. Abreijos, Jotacê
ResponderExcluir