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"Uma criança é como o cristal e como a cera. Qualquer choque, por mais brando, a abala e comove, e a faz vibrar de molécula em molécula, de átomo em átomo; e qualquer impressão, boa ou má, nela se grava de modo profundo e indelével." (Olavo Bilac)
"Un bambino è come il cristallo e come la cera. Qualsiasi shock, per quanto morbido sia
lo scuote e lo smuove, vibra di molecola in molecola, di atomo in atomo, e qualsiasi impressione,
buona o cattiva, si registra in lui in modo profondo e indelebile." (Olavo Bilac, giornalista e poeta brasiliano)
segunda-feira, 11 de julho de 2016
Não veio de você mas veio para você
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quinta-feira, 7 de julho de 2016
Sobre a criação com "apego"
Lembrando que existem 4 tipos diferentes de apego. Esse ai' é o genérico, conhecido popularmente. Mas apego tem um conceito muito profundo e cada tipo define o tom da relaçao com o primeiro objeto de amor da criança, que é a mae ou a sua substituta, que pode ser tambéem um pai solteiro ou adotivo. O conceito de apego é lindo e muito complexo. John Bowlby é o pai dessa incri'vel teoria.
Leiam também esse meu texto sobre a importancia do contato entre mae e bebe:
http://psicologiaeadocao.blogspot.it/2013/02/aquele-abraco-negado.html
Tem também um outro que explica os tipos de apego e o momento de começar a ir à escola:
http://psicologiaeadocao.blogspot.it/2014/10/o-momento-ideal-para-iniciar-vida-socio.html
O apego em quatro padrões:
“Seguro – o bebê sinaliza a falta da mãe na separação, saúda ativamente a mãe na reunião, e então volta a brincar; Inseguro – evitante – o bebê exibe pouco ou nenhuma aflição quando separada da mãe e evita ativamente e ignora a mãe na reunião; Inseguro – resistente – o bebê sofre muito, tem muita aflição ou angústia pela separação e busca o contato na reunião, mas não pode ser acalmado pela mãe e pode exibir forte resistência; Inseguro – desorganizado – apresenta comportamento misto, ora como evitante, ora como resistente.” (Lantzman, 2014)
Cintia Liana
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Foto: Gravidicas
Texto retirado no Blog Gravidicas
Eu considero a sociedade hoje muito “isolada”.As pessoas evitam contato, o foco é a tecnologia. Receber um abraço sincero é artigo de luxo. Conversa “olho no olho” é só nos casos de briga (e olhe lá). As pessoas priorizam mexer no celular a caminhar de mãos dadas.
Mesmo com tanta correria, notei que a “Criação com Apego” tem se tornado um estilo de vida pra muitas mães hoje em dia. Talvez pra repor alguns erros cometidos pelos nossos pais, ou pra preencher um vazio que existe por algum colo negado em algum momento na vida.
Somos uma sociedade carente de atenção. Afinal, você já não ouviu aquelas “malditas” frases do tipo: “Não pegue seu bebê demais senão vai acostumar mal.” ; “Não dê de mamar toda hora, senão ele vai acostumar mal”… Para os mais antigos (e até pra muita gente da minha faixa etária ~24~), é um erro tremendo se “apegar” ao bebê.
Bom, contrariando as muitas dicas que recebi durante a gravidez, eu e meu marido optamos por criar nossa filha com muito apego, chamego e etc. Confesso que não posso garantir a vocês que ela será perfeita em todos os aspectos, que não irá chorar quando eu não puder dar colo ou coisas assim. Mas posso dizer, com muita segurança, que estamos criando uma criança com demonstrações verdadeiras do que é o amor. E pasmem, ela tem 5 meses e já retribui o carinho.
Aí você me pergunta: Por quê não seguir os exemplos que tivemos? Você, mamãe, já parou pra ler a carteira de vacinação do seu filho? Se não, leia, urgentemente. Se sim, percebeu que até mesmo na carteirinha recebemos indicações para: amamentar por mais tempo, não nos preocupar com colo demais e etc? Pois então, é a “Criação com Apego” divulgada para milhares e milhares de mães no Brasil, e mesmo assim, dar amor e carinho ao filho pode parecer um erro.
Não te convenci ainda? Então pensa comigo:
O bebê passa nove meses na nossa barriga. Sente o que sentimos. Ouve nosso coração. Fica quentinho, acolhido, protegido… Assim que ele nasce, já somos bombardeadas com as “dicas” #fail, dizendo que não devemos dar muito colo, nem muito peito, nem muito carinho. Você, adulta (o) que é, quando vai em uma festa cheia de gente e não conhece ninguém, de repente encontra sua melhor amiga, você não tem vontade de grudar no braço dela e não soltar mais? Afinal, ficar sozinha em lugares desconhecidos é tão desagradável.
Agora imagine para o bebê. Se ter um filho pra você é novidade, para ele até respirar é um ato novo. Eles sentem medo, frio. O colo da mãe é proteção. O abraço da mãe é aconchego. O peito, não é só alimento, é amor.
A criação com apego me tornou muito mais humana. Eu não deixo minha filha chorar até cansar, até porquê, eu odiaria que fizessem isso comigo. Eu não dou de mamar somente de 3 em 3h, afinal, meu leite não é só comida, é a bebida, é um carinho… Eu, quando tenho sede, vou lá e bebo água. Seu bebê não pode fazer o mesmo? Chorar é a maneira que ele tem de pedir…
Eu dou colo pra minha filha, sempre que ela precisa. No começo, é complicado, é adaptação, eles não querem ficar longe. Hoje, com quase 6 meses, ela já fica mais tempo longe, fica sentadinha, brincando. E quando quer colo, eu pego sim. É dito e feito que: ou é sono, ou é fome. A gente com sono, não fica um porre também?
Resumindo, a criação com apego é isso: É colocar-se no lugar do bebê, antes de qualquer coisa.
Pra encerrar com chave de ouro, compartilho aqui com vocês, um texto lindo que tenho salvo no meu celular, pra me lembrar, todos os dias, que amor demais é função de mãe!
“Não existe nenhuma doença mental causada pelo excesso de braços, de carinho, de carícias. Não há ninguém na prisão, ou no manicômio, porque seus pais lhe pegaram demais no colo, ou cantaram canções demais, ou lhe deixaram dormir com eles. No entanto, existe sim, gente na prisão, ou no manicômio porque não teve pais, ou porque seus pais lhe maltrataram, lhe abandonaram ou lhe desprezaram. Mesmo assim, a prevenção dessa suposta doença mental totalmente imaginária, a mimação infantil crônica, parece ser a maior preocupação da nossa sociedade. […] E se não, puxe pela memória e compare: quantas pessoas, desde que ficou grávida, lhe advertiram sobre a importância de por protetores de tomada, de guardar em lugares seguros os produtos tóxicos, de usar uma cadeirinha segura e apropriada para o carro ou de vacinar o seu filho contra o tétano? Agora, quantas pessoas lhe avisaram para que você não fique muito com seu filho nos braços, que não o deixe dormir na sua cama, que não o acostume mal?”
Dr. Carlos González
Fonte: http://gravidicas.com.br/sobre-a-criacao-com-apego/
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quarta-feira, 6 de julho de 2016
Porque sou a melhor mãe que posso ser
Ilustração: Bárbara Brasileiro
Por Marcela Feriani
03 de julho de 2016
Enquanto os olhos do mundo estão no bebê que acaba de nascer, a mãe da mãe enxerga a filha, recém-parida. O papel de avó pode esperar, pois é a sua menina que chora, com os seios a vazar.
A mãe da mãe esfrega roupinhas manchadas de cocô, varre o chão, garante o almoço. Compra pijamas de botão, lava lençóis sujos de leite e sangue. Ela sabe como é duro se tornar mãe.
No silêncio da madrugada, pensa na filha, acordada. Quantas vezes será que foi? Aguentará a manhã com um sorriso? Leva canjica quentinha e seu bolo favorito.
Atarefada, a mãe da mãe sofre em silêncio. Em cada escolha da filha, relembra suas próprias. Diante de nova mãe, novo bebê, muito leite e tanto colo, questiona tudo o que fez, tempos atrás. Tempo que não volta mais.
Se hoje é o que se tem, então hoje é o que é. Olha nos olhos, traz pão e café. Esse é o colo, esse é o leite. Aqui e agora, presente.
A mãe da mãe ajuda a filha a voar. Cuida de tudo o que está às mãos para que ela se reconstrua, descubra sua nova identidade. Ela agora é mãe, mas será sempre filha.
Toda mãe recém-nascida precisa dos cuidados de outra mulher que entenda o quanto esse momento é frágil. A mãe da mãe pode ser uma irmã, sogra, amiga, doula, vizinha, tia, avó, cunhada, conhecida. O fato é que o puerpério necessita de união feminina, dessa compreensão que só outra mãe consegue ter. O pai é um cuidador fundamental, comanda a casa e se desdobra entre mãe e filho, mas é preciso lembrar que ele também acaba de se tornar pai, ainda que pela segunda ou terceira vez.
Marcela Feriani * Canjica
Ilustração: Bárbara Brasileiro
Fonte: https://www.facebook.com/MariaRenataCerqueira/photos/a.449252175232055.1073741829.428343603989579/639813776175893/?type=3&theater
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segunda-feira, 4 de julho de 2016
Não podemos viver apenas para nós mesmos
Fanpage Cheiro de Alecrim
"Não podemos viver apenas para nós mesmos. As nossas vidas estão ligadas por mil fios invisíveis, e ao longo destas fibras simpáticas, as nossas ações são executadas como causas, devolvendo-nos os seus resultados."
Herman Melville
Il. Iris Scuccato
Os ninguéns
Pensei que fosse um texto mais longo, mas quando li esse pequeno texto poético e realista tive que dividir do mesmo jeito com voces.
Revista Pazes
11 de março de 2016
Por Eduardo Galeano
As pulgas sonham em comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico de sorte chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chova ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.
Os ninguéns: os filhos de ninguém, os dono de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos:
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos:
Que não são embora sejam.
Que não falam idiomas, falam dialetos.
Que não praticam religiões, praticam superstições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não tem cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.
Que não falam idiomas, falam dialetos.
Que não praticam religiões, praticam superstições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não tem cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.
Por Eduardo Galeano
Fonte: http://www.revistapazes.com/2200-2/
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