"Uma criança é como o cristal e como a cera. Qualquer choque, por mais brando, a abala e comove, e a faz vibrar de molécula em molécula, de átomo em átomo; e qualquer impressão, boa ou má, nela se grava de modo profundo e indelével." (Olavo Bilac)

"Un bambino è come il cristallo e come la cera. Qualsiasi shock, per quanto morbido sia
lo scuote e lo smuove, vibra di molecola in molecola, di atomo in atomo, e qualsiasi impressione,
buona o cattiva, si registra in lui in modo profondo e indelebile." (Olavo Bilac, giornalista e poeta brasiliano)

sábado, 14 de maio de 2016

Finalmente, o amor venceu! Itália aprova união civil entre homossexuais ❤

Foto: HuffPost Brasil

HuffPost Brasil, 11 de maio de 2016
O Parlamento da Itália aprovou, nesta quarta-feira (11) as uniões civis entre casais homossexuais.
Com a aprovação, a Itália se torna um dos últimos países da Europa Ocidental a reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
De acordo com a BBC, a questão foi altamente controversa na Itália, por conta da resistência dos católicos conservadores.
A votação na Câmara dos Deputados registrou 369 a favor e 193 contra. A sessão ocorreu com o voto de confiança do premiê Matteo Renzi. Dessa forma, com a aprovação da Câmara, o projeto de torna lei.
Após a aprovação da medida, o chefe de governo comemorou nas redes sociais, e afirmou que pediu pelo voto de confiança para evitar mais atrasos na tramitação. Entre os opositores da lei estão membros do próprio partido de Renzi.
Hoje é um dia de celebração para muitos (...) Estamos escrevendo uma outra importante página na Itália que nós queremos.. Não era mais aceitável ter atrasos após anos de tentativas frustradas".
O projeto de lei, no entanto, foi criticado por não discorrer sobre o direito de adoção. Segundo a agência italiana ANSA o projeto original estendia a "adoção de enteados" aos casais do mesmo sexo e equiparava a união civil ao casamento. Pressionado pelo Senado, que votou em fevereiro, o governo suprimiu esses dois pontos, o que torna a aprovação de hoje um grande passo, mas mostra também um longo caminho.
Críticos da lei, que permite que casais do mesmo sexo usem o sobrenome dos parceiros e garante direitos como pensões, afirmam que se comparados aos dispositivos legais vigentes nos EUA, no Canadá e em outros países europeus, a lei italiana oferece poucas garantias legais.
Enquanto uma legislação específica para o tema não for votado, os casos de adoção envolvendo casais gays devem ser julgados isoladamente, mesmo que a criança seja filha biológica de um dos parceiros.
Em relação a equiparação com o casamento, a clausula que remete à obrigação fidelidade foi removida do projeto de lei
Fonte: http://www.brasilpost.com.br/2016/05/11/casamento-gay-italia_n_9909064.html?ncid=fcbklnkbrhpmg00000004

Quero que a minha filha cresça respeitando

Foto: HuffPost Brasil

Quero que a minha filha cresça vendo casais andando de mãos dadas na rua. Me incomodo somente quando um casal, independente da orientação sexual, demonstrando afeto como se fosse iniciar uma relação sexual em público. Mas quero que, do mesmo jeito que ela vê um casal de hetero se beijando, quando passamos na rua, que também possa ver dois rapazes ou duas moças dando um selinho e o respeito das pessoas em torno. Porque quero que ela cresça sabendo que o amor é o mais importante e que todos devem respeitar a opção sexual alheia sem se rebelar com nada que não os ofende. Quanto a demonstração de afetos dos gays em público, como um beijo, não afeta e nem ofende à minha família em nada, absolutamente nada, não mete medo e nem ameaça à educação que dou à minha filha, não me oprime, mas se me fizesse mal em algum nível o problema seria meu e não do outro que só quer ter o direito de amar. Quem é de fato feliz, deseja que os outros também sejam. E se esse tipo de foto ainda te incomoda o problema ainda é teu, somente teu.

Cintia Liana, psicóloga, especialista em psicologia de casal e família

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Após estimular retomada de criança adotada, Globo analisa o mal que causou

Foto: GGN O Jornal de Todos os Brasis
Luis Nassif
Jornal GGN - Grupos de apoio de adoção de crianças têm se preocupado com decisões da Justiça que têm devolvido crianças em processo de adoção aos pais biológicos. De acordo com a Associação Nacioal dos Grupos de Adoção (Angaad), existem casos polêmicos em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Dois dos casos envolvem uma menina de 4 anos na cidade de Contagem (MG) e um menino de 1 ano na cidade de Serra (ES).
Para Suzana Schettini, presidente da associação, existe uma supervalorização da família biológica, com decisões judiciais que não levam em conta o interesse da criança. "São verdadeiras tragédias familiares nas quais os pais adotivos são vilipendiados, desrespeitados, desqualificados e a criança é massacrada, em um verdadeiro estupro psicológico", diz. Ela também critica a demora em se conceder a guarda definitiva das crianças. Leia mais abaixo:
Do G1
Casos na Justiça provocam embates e causam receio em pretendentes.Levantamento feito a pedido do G1 mostra polêmicas em MG, ES e RJ.
Decisões da Justiça que têm devolvido aos pais biológicos crianças em processo de adoção têm causado apreensão nos grupos de apoio e em pretendentes pelo país. Levantamento feito pela Associação Nacional dos Grupos de Adoção (Angaad) a pedido doG1 mostra que há casos polêmicos em Minas Gerais, no Espírito Santo e no Rio de Janeiro.
Entre eles estão o caso de uma menina de 4 anos de Contagem (MG) e o de um menino de 1 ano de Serra (ES). No primeiro, a Justiça obrigou no fim do ano passado que a criança fosse devolvida aos pais biológicos, mas um mandado de segurança paralisou a reinserção. Uma decisão sobre o caso deve sair nos próximos dias. No segundo, a família adotiva conseguiu apenas neste mês reaver a guarda do garoto, que também havia sido levado, aos 8 meses de idade, após uma ordem da Justiça.
Para a presidente da Angaad, Suzana Schettini, o que tem ocorrido é uma supervalorização da família biológica, com decisões que não levam em conta o interesse da criança. “O que a gente tem vivenciado são verdadeiras tragédias familiares nas quais os pais adotivos são vilipendiados, desrespeitados, desqualificados e a criança é massacrada, em um verdadeiro estupro psicológico”, afirma.
A juíza Vera Lúcia Deboni, coordenadora da Secretaria da Infância e da Juventude da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), no entanto, diz que é preciso cautela ao analisar aos processos. Isso porque, na maioria dos casos, as decisões foram tomadas após uma adoção consensual ou com a destituição do poder pátrio ainda em curso. "A família biológica tem o direito de buscar a permanência da criança em seu contexto e, para isso, é preciso garantir todos os prazos para se defender das acusações feitas contra ela", afirma.
No caso de Contagem, por exemplo, a família perdeu a guarda acusada de maus-tratos, mas, alegando ter se recuperado, pediu a criança de volta.
Já no caso de Paracambi (RJ), a mãe biológica consentiu com a adoção logo no nascimento, mas a criança acabou retirada da família adotiva após mais de um ano e meio. Na decisão, o juiz ponderou que, devido à idade, “a adaptação ao verdadeiro lar” se dará de forma tranquila e que “essa é a natureza das coisas: aquele que gerou que cuide e conviva com seu filho”.
No Rio, um outro drama similar: após dois anos de convivência com a família adotiva, a menina foi devolvida para a mãe biológica, que se arrependeu de dar a filha à adoção e pediu na Justiça seu retorno, segundo a Angaad.
"Alguns magistrados, na melhor das intenções, colocam as crianças em famílias substitutas antes da decisão definitiva da destituição do poder familiar. E isso pode acabar revertendo mesmo", afirma Vera Lúcia Deboni.
Suzana, da Angaad, critica, no entanto, a demora em se conceder a guarda definitiva das crianças. “Muitas comarcas, que não têm equipes técnicas adequadas, não priorizam os processos de adoção, estendendo muito o tempo da guarda provisória, o que também abre espaço para esses tipos de situação”, diz.
Para o presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família, Rodrigo Pereira, a demora afeta toda a política nacional de adoção. “É uma burocratização. É claro que a adoção tem que estar cercada de segurança. Mas se há pessoas mal intencionadas, elas formam 1% do total. E aí as outras 99% acabam pagando por elas. A guarda provisória durar mais de um ano é algo absurdo, que gera insegurança e instabilidade jurídica.”
Família biológica x família adotiva
Pereira diz que já fez reuniões com o Ministério da Justiça para tentar alterar a legislação, que diz que a manutenção ou reintegração da criança e do adolescente em sua família biológica terá preferência em relação a qualquer outra providência. “A família não é um elemento da natureza. Os laços de sangue não são suficientes para garantir uma relação familiar. Muitas dessas decisões [de devolução] estão travestidas de preconceito”, afirma.
Para a juíza Vera Deboni, entretanto, há uma regra constitucional que delimita a primazia da família biológica. "O que não pode ser feito como processo civilizatório é dizer que pobre não pode ter filho. Se a família não tem condições, é preciso criar a partir das retaguardas e das estruturas sociais necessárias as condições para que ela possa manter a criança. A pobreza jamais poderá ser o motivo da perda do poder familiar. E hoje, por conta da ansiedade de muitos adultos que pretendem a adoção, que desejam uma criança recém-nascida, muitas vezes isso acontece."
Atualmente há 5,4 mil crianças aptas à adoção no Cadastro Nacional. São mais de 30 mil pretendentes cadastrados. Mas um abismo ainda os separam. Parte dos especialistas diz que a repercussão dos casos de devolução noticiados tem feito muitos desistirem do ato. “Há pretendentes receosos e outros que estão no processo de adoção e têm ouvido do filho: ‘pai, o juiz vai me tirar aqui de casa também?’”, afirma Suzana.
Sobre os embates no país, a juíza Vera Deboni diz que a solução precisa ser pensada caso a caso. "Se, de um lado, a criança tiver um vínculo afetivo efetivamente criado com a família substituta e, do outro, houver a família biológica retomando a convivência, há equipes técnicas que trabalham com mediação familiar que podem contribuir na busca de alternativas, não só de guarda compartilhada, que divide deveres e direitos, mas no compartilhamento da convivência, de períodos de visita. A criatividade jurídica pode ser utilizada."
Procurado, o Conselho Nacional de Justiça diz que não se posiciona sobre os casos por se tratar de "entendimentos jurisdicionais".
Fonte: http://jornalggn.com.br/noticia/apos-estimular-retomada-de-crianca-adotada-globo-analisa-o-mal-que-causou