We heart it
Por Cintia Liana Reis de Silva
Publicado no Guia Indika Bem, dia 23 de abril e 2015.
Freud disse que “de perto ninguém é normal” e que todos nós somos neuróticos. O conceito de normalidade é arbitrário. Não existe normalidade. O que pode ser normal para uns, pode parecer anormal para outros e vice e versa. No livro a “Nau dos loucos” Foucault transcorre sobre a história da loucura e discute o conceito de normalidade na sociedade.
Publicado no Guia Indika Bem, dia 23 de abril e 2015.
Freud disse que “de perto ninguém é normal” e que todos nós somos neuróticos. O conceito de normalidade é arbitrário. Não existe normalidade. O que pode ser normal para uns, pode parecer anormal para outros e vice e versa. No livro a “Nau dos loucos” Foucault transcorre sobre a história da loucura e discute o conceito de normalidade na sociedade.
Por que todos nós somos neuróticos? Existem três tipos de estruturas psíquicas na relação com o outro, com o externo: uma é a neurótica, na qual o indivíduo vê o outro como superior; a psicopática, na qual o indivíduio vê o outro como inferior e a psicótica, na qual o outro não existe. A estrutura mais fáci de se encontrar é a neurótica, em que o sujeito acredita, bem lá no fundo, mesmo que esconda de si mesmo, que ele não está à altura do que vê, ele desconfia que o outro queira desvalorizá-lo, que não é valorizado como deveria, que não é competente como poderia, se sente rejeitado em muitas situações, pensa que os outros são melhores ou querem derrubá-lo. No processo de amadurecimento na vida, temos que trabalhar esses fantasmas criados durante o desenvolvimento infantil em sociedade buscando o nosso senso interno de valor.
Algumas pessoas têm uma autoestima mais elevada que outras, mas nesse caso vai depender da história de vida, do grau de maturidade do pais, dos reforços positivos, dos traumas vividos, da capacidade de resiliência da cada uma, do temperamento, dos eventos da vida e de tantas outras variáveis.
No contato com o outro é importante lembrar que os neuróticos se sentem como nós, precisam de atenção, não querem se sentir desvalorizados. Lembre-se de que enquanto vocês se sente desvalorizado o outro também pode sentir exatamente o mesmo ou pior que você, então seja forte e busque ser maduro e assim quem está interagindo com você não se sentirá ameaçado, ou contrário, se sentirá seguro para se abrir. Acontecem tantos desentendimentos porque duas pessoas se sentiram ameaçadas… Quando nada de fato aconteceu de negativo e quando nenhuma das duas quis amedrontar.
Imaginem a cena de dois cachorrinhos que se encontram e um fica com medo da reação do outro. O ser humano é assim nas relações, quando se encontram eclodem todas as defesas e medos. Todas as pessoas têm as suas feridas emocionais, os seus dilemas e as suas dores e isso não faz de ninguém desequilibrado, ao contrário, isso é ser humano. Eu costumo dizer que uma pessoa madura não é aquela que tem suas dúvidas, limitações, medos, mas é aquela que procura ver e aceitar essas limitações, almejando crescer. É humilde, sábia e corajosa o suficiente para ter vontade, buscar e fazer terapia com empenho, que enfrenta a si mesma, que reconhece as suas emoções e é capaz de demonstrá-las com dignidade e de falar sobre elas. É uma pessoa que aprende a aceitar-se e a amar-se e assim aprende a aceitar e a amar os outros por aquilo que são. Já uma pessoa infantil, insegura e imatura é muito crítica, competitiva, rebelde, controladora, preconceituosa e invejosa. Acha que sabe tudo, não sabe escutar e nem valorizar ou aceitar o outro, porque não consegue valorizar a si mesma.
Uma que não consegue olhar e tocar a alma do outro è porque ainda não conseguiu olhar e tocar a sua própria alma. O caminho para ter amor ao próximo de verdade é antes de tudo aprender a amar, ser tolerante, generoso, sensível e verdadeiro consigo mesmo.
Como disse Carl Gustav Jung, “quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta”. Para ser feliz é preciso despertar.
Por Cintia Liana Reis de Silva
Fonte: http://indikabem.com.br/comportamento/neuroticos-normais-como-nos
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