"Uma criança é como o cristal e como a cera. Qualquer choque, por mais brando, a abala e comove, e a faz vibrar de molécula em molécula, de átomo em átomo; e qualquer impressão, boa ou má, nela se grava de modo profundo e indelével." (Olavo Bilac)

"Un bambino è come il cristallo e come la cera. Qualsiasi shock, per quanto morbido sia
lo scuote e lo smuove, vibra di molecola in molecola, di atomo in atomo, e qualsiasi impressione,
buona o cattiva, si registra in lui in modo profondo e indelebile." (Olavo Bilac, giornalista e poeta brasiliano)

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Superproteção: A origem do fraco e do tirano

Sob as asas indulgentes de pais pretensamente diligentes e amorosos, desenvolve-se uma espécie humana incapaz de conviver com a frustração; insaciável em sua necessidade de atenção; dependente de cuidados, básicos ou sofisticados; impossibilitada de enxergar outro ponto de vista que não o seu; voraz e corruptível. A superproteção familiar impede o indivíduo de criar suas próprias ferramentas de sobrevivência, interlocução, compaixão e convivência. Estamos criando uma geração de fracos tiranos ou de tiranos fracos, capazes de qualquer artifício para terem seus desejos atendidos. 



Publicado em recortes Por Ana Macarini
No Obvious


Perigosa estratégia essa de trocar autoridade amorosa por permissividade vazia. Substituir a presença física e real por bens materiais contribui para a formação de indivíduos que não hesitariam em sacrificar pessoas para conseguir coisas. Será que somos tão distraídos emocionalmente a ponto de abrigarmos monstros egoístas sob nossas próprias asas e não nos darmos conta disso?

O inegável cenário de violência em que a maioria de nós vive, cria elementos mais do que concretos para que haja temor pela segurança de nossas crianças. É fato que muitos de nós tivemos a oportunidade de fazer pequenas incursões pelos arredores de casa, experimentando a cada nova aventura, o sabor da conquista da maturidade. Há cerca de 30 anos atrás, mesmo em cidades grandes e movimentadas, era comum as crianças “maiorzinhas” (10 ou 12 anos), irem sozinhas à padaria, à banca de jornal, à casa de algum amigo mais próximo ou mesmo à escola. Ouvíamos de nossos pais alguns conselhos como “Não fale com estranhos!” ou “Não aceite ‘nada’ de estranhos, como balas ou chocolates!”. Nossos pais temiam pela nossa segurança e procuravam nos preparar para enfrentar alguns perigos previsíveis. É claro que, mesmo naquela época, ouvíamos notícias de crianças sequestradas; abusadas; até mesmo desaparecidas e mortas. Mas a verdade é que esses acontecimentos eram uma exceção. Hoje, não são mais. O perigo é real, isso é indiscutível. Há muito tempo as crianças deixaram de ter medo do “homem do saco” para ter medo do bandido armado.
Assim, nossas crianças muitas vezes são privadas de experiências de vida em detrimento de sua segurança e integridade física. Até aí, nada de errado. Cabe mesmo aos pais garantir que seus filhos recebam proteção, cuidados, atenção e amor. Os problemas começam quando a dosagem desses atributos perde o valor original e extrapola os limites, revelando uma educação descolada do mundo real, no qual há o enfrentamento de situações adversas e imprevistas. É bastante frequente observarmos que os responsáveis sofrem com a dificuldade de estabelecer o que é cuidado, o que é exagero, o que é pseudo-cuidado e o que é negligência.
É importante termos em vista que a maneira como nos enxergamos na infância, baseia-se na forma como somos tratados pelos adultos responsáveis por nós. As experiências sociais da infância determinam a maneira como vamos interagir com o mundo na fase adulta. A consciência do nosso valor pessoal é construída na interação, primeiro com nossa família nuclear, independente de como ela seja formada; depois, na interação com os outros. Os adultos responsáveis pela nossa educação darão o tom às nossas percepções de respeito, ética, compaixão e liberdade.
Quando somos crianças, aceitamos como correto o modelo oferecido pelos adultos que são responsáveis por nós. Crianças tratadas com agressividade e intolerância acabam acreditando que merecem esse tratamento e o reproduzirão. Crianças negligenciadas crescem com a dolorosa sensação de que suas necessidades não são importantes. Adultos demasiado exigentes, críticos e autoritários fazem a criança sentir-se inadequada, incapaz e indigna de confiança. Quando não são ouvidas, elas crescem inseguras e dependentes. O pseudo-cuidado, caracterizada pela presença física, porém ausente de atenção (adultos que não desgrudam do celular, por exemplo), provoca na criança uma confusa sensação a respeito de seu papel na relação e do espaço que ela ocupa; ela se percebe como desimportante e até incômoda. Engana-se, porém, quem acredita que a superproteção garante um saudável desenvolvimento para a criança. As crianças superprotegidas acreditam que os adultos resolvem tudo por elas e atendem todas as suas vontades porque elas são incapazes. Adultos superprotetores formam crianças desconfiadas de suas próprias capacidades e habilidades, além de dependentes do cuidado e da aprovação do outro. Já adultas, elas acreditarão que o mundo será exatamente assim: sempre pronto a satisfazer seus desejos e compreender suas demandas.
A superproteção pode representar um bloqueio para o desenvolvimento cognitivo, social e afetivo das crianças. Adultos responsáveis excessivamente protetores fazem com que os pequenos sintam-se pouco estimulados a interagir com o mundo. A timidez, por exemplo, pode ser uma consequência de posturas repressoras apresentadas na educação familiar. Outro ponto importante é o fato inegável de que as crianças superprotegidas terão dificuldades para adquirir autonomia; lidar com o medo; enfrentar situações imprevistas; tomar iniciativas ou decisões. Além da possibilidade de virem a se tornar adultos reclusos ou distantes da realidade, que julgam injusto terem de batalhar para alcançar o que desejam e não serem premiados por cumprir com suas responsabilidades e compromissos.
É de extrema importância que, no caso de termos decidido assumir a responsabilidade pela educação de uma criança, termos em mente que a nossa postura em relação à sua formação, contribuirá fortemente para o tipo de adulto que ela virá a ser. Precisamos entender que somos modelos em nossas atitudes, muito mais do que em nossos discursos. Criança precisa de escuta ativa; afeto; limites claros e justos; honestidade nas relações; aceitação de suas limitações; incentivo diante das dificuldades; valorização das habilidades; satisfação de suas necessidades de alimento, sono, descanso e brincadeira; liberdade assistida e orientada. Parece muito?! Mas não é. É o mínimo que nos cabe fazer. No fundo, elas não precisam ser colocadas sob nossas asas. Elas precisam que sejamos inteiros o suficiente para ensiná-las a voar com suas próprias, respeitando o espaço aéreo das demais.



sábado, 25 de abril de 2015

Neuróticos normais, como nós

We heart it

Por Cintia Liana Reis de Silva
Publicado no Guia Indika Bem, dia 23 de abril e 2015.

Freud disse que “de perto ninguém é normal” e que todos nós somos neuróticos. O conceito de normalidade é arbitrário. Não existe normalidade. O que pode ser normal para uns, pode parecer anormal para outros e vice e versa. No livro a “Nau dos loucos” Foucault transcorre sobre a história da loucura e discute o conceito de normalidade na sociedade.

Por que todos nós somos neuróticos? Existem três tipos de estruturas psíquicas na relação com o outro, com o externo: uma é a neurótica, na qual o indivíduo vê o outro como superior; a psicopática, na qual o indivíduio vê o outro como inferior e a psicótica, na qual o outro não existe. A estrutura mais fáci de se encontrar é a neurótica, em que o sujeito acredita, bem lá no fundo, mesmo que esconda de si mesmo, que ele não está à altura do que vê, ele desconfia que o outro queira desvalorizá-lo, que não é valorizado como deveria, que não é competente como poderia, se sente rejeitado em muitas situações, pensa que os outros são melhores ou querem derrubá-lo. No processo de amadurecimento na vida, temos que trabalhar esses fantasmas criados durante o desenvolvimento infantil em sociedade buscando o nosso senso interno de valor.

Algumas pessoas têm uma autoestima mais elevada que outras, mas nesse caso vai depender da história de vida, do grau de maturidade do pais, dos reforços positivos, dos traumas vividos, da capacidade de resiliência da cada uma, do temperamento, dos eventos da vida e de tantas outras variáveis.

No contato com o outro é importante lembrar que os neuróticos se sentem como nós, precisam de atenção, não querem se sentir desvalorizados. Lembre-se de que enquanto vocês se sente desvalorizado o outro também pode sentir exatamente o mesmo ou pior que você, então seja forte e busque ser maduro e assim quem está interagindo com você não se sentirá ameaçado, ou contrário, se sentirá seguro para se abrir. Acontecem tantos desentendimentos porque duas pessoas se sentiram ameaçadas… Quando nada de fato aconteceu de negativo e quando nenhuma das duas quis amedrontar.

Imaginem a cena de dois cachorrinhos que se encontram e um fica com medo da reação do outro. O ser humano é assim nas relações, quando se encontram eclodem todas as defesas e medos. Todas as pessoas têm as suas feridas emocionais, os seus dilemas e as suas dores e isso não faz de ninguém desequilibrado, ao contrário, isso é ser humano. Eu costumo dizer que uma pessoa madura não é aquela que tem suas dúvidas, limitações, medos, mas é aquela que procura ver e aceitar essas limitações, almejando crescer. É humilde, sábia e corajosa o suficiente para ter vontade, buscar e fazer terapia com empenho, que enfrenta a si mesma, que reconhece as suas emoções e é capaz de demonstrá-las com dignidade  e de falar sobre elas. É uma pessoa que aprende a aceitar-se e a amar-se  e assim aprende a aceitar e a amar os outros por aquilo que são. Já uma pessoa infantil, insegura e imatura é muito crítica, competitiva, rebelde, controladora, preconceituosa e invejosa. Acha que sabe tudo, não sabe escutar e nem valorizar ou aceitar o outro, porque não consegue valorizar a si mesma.
Uma que não consegue olhar e tocar a alma do outro è porque ainda não conseguiu olhar e tocar a sua própria alma. O caminho para ter amor ao próximo de verdade é antes de tudo aprender a amar, ser tolerante, generoso, sensível e verdadeiro consigo mesmo.

Como disse Carl Gustav Jung, “quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta”. Para ser feliz é preciso despertar.

Por Cintia Liana Reis de Silva

Fonte: http://indikabem.com.br/comportamento/neuroticos-normais-como-nos

quinta-feira, 23 de abril de 2015

O sono dos recém nascidos e das crianças e o que ele pode comunicar

Fonte da imagem: www.babyboom.be (créditos e divulgação)

Por Cintia Liana Reis de Silva
Publicado do Guia Indika bem no dia 09 de abril de 2015

Aqui na Itália uma das perguntas mais frequentes quando nasce uma criança é, “dorme tutta la notte?” (dorme a noite toda?). Acredito que no Brasil essa pergunta também seja corriqueira.

Uma noite ou várias noites mal dormidas e ainda com o choro de um bebê, é algo que não se pode ignorar, é um evento capaz de tirar a paz das pessoas, mesmo quando se trata de um filho. O choro faz emergir muitos medos e fraquezas dos pais, faz nascer vários fantasmas e dúvidas sobre o universo psíquico da criança.

O sono das crianças é um tema delicado e a sociedade em geral crê muito e conhece pouco, e entre essas crenças está a de que o recém nascido deveria dormir continuamente e “bem”, logo que nasce. As mães se sentem pressionadas, pois a fazem acreditar que se a criança não dorme a culpa é delas e escutam frases do tipo, “ele é muito apegado você!”. Mas é claro que o bebê deve desejar estar nos braços da mãe! É a natureza! Esse tipo de opinião é desrespeitosa e não enxerga as particularidades dessa díade, mãe e bebê, não respeita essa relação que deve ser alimentada de calor e intenso contato no início, para que depois a criança adquira aos poucos a verdadeira autonomia.

A mãe precisa de tempo, espaço, respeito e de que acreditem nela e na relação mãe e bebê para que se sinta segura para olhar para a sua cria sem culpa e sintonizar com a sua energia, com a essência do seu filho, para intuir e enxergar o que é preciso, e só assim poderá se instalar mais tranquilidade no lar, e o bebê se sentirá mais sereno, além disso, deve entender que todo recém nascido precisa de tempo para se habituar aos horários dos adultos, aos horários impostos, pois na barriga ele não tinha nada disso. É uma mudança muito radical, consequentemente, não podemos simplificar esse fenômeno dando regras ao bebê.

A madrugada é muito longa e muito tranquila para o universo do recém nascido. Quando uma mãe entende e aceita esse fato, o seu esforço de se levantar durante a noite se torna menos intenso e cansativo, passa a ser algo muito mais natural, pois não sente culpa por achar que o fato da criança acordar a noite e chorar é por uma situação mal administrada por ela. Uma criança acorda e chora para pedir alimento, braços, presença, mais calor, mais conexão, segurança, mais disponibilidade emocional e aos poucos ela vai construido a própria identidade, o tempo do seu sono, e esse tempo vai se prolongando, ela vai aprendendo a autoregular-se, porque a mãe começou a construir e a dar à ela o suficiente “sustento emocional interno”. (Gutman, 2008)

A idade em que a criança começa a dormir durante toda a noite varia muito, então determinar isso se transforma em uma avaliação autoritária e cheia de preconceitos, compreensível só à razão e não à emoção. Não significa que um recém nasido esteja bem só porque dorme toda a noite, mesmo que isso seja consfortável para os adultos. (Gutman, 2008, p. 192)

Para se chegar ao estágio das noites inteiras tranquilas, nós psicólogos de família perguntamos aos pais o que pode estar acontecendo e o que esse bebê pode estar querendo comunicar, quando ele continua com um sono agitado e acorda muitas vezes durante a noite. Em outros textos meus escrevi bastante sobre a fusão emocional mãe e bebê, dessa forte ligação, onde o bebê reflete a alma da mãe, o que ela sente, ignora, rejeita, os seus medos e inseguranças, pois até mais os menos os dois anos após o parto são como um corpo só. Um comportamento maduro, além da mãe indagar-se sobre o que sente, seria o casal questionar como está a relação e se o pai está apoiando bem a mãe nesse momento. Isso só viria a favorecer a tranquilidade de toda a família, pois essa tranquilidade se reflete no sono do bebê.

No livro “A maternidade e o encontro com a própria sombra”, a psicóloga argentina Laura Gutmam afirma o que eu acabei de expor no parágrafo anterior e diz ainda que a conduta de raiva, de implorar que o bebê não atrapalhe o sono desperta profundamente aquilo que estava adormecido no nosso ser interior (p. 191).

Em geral o que se vê é uma declarada presunção, um grande autoritarismo ao ousar dizer o que é “normal” ou não, o que é “sadio” ou não, ignorando a idade da criança, as particularidades do presente a família, a alma da mãe e do bebê e as necessidades dos mamíferos, impondo que a criança, que acabou de nascer, se separem do corpo da mãe imediatamente, para que ganhe uma falsa “independência”, sem nem antes ter sentido o prazer do que é “pertencer”, o prazer da segurança do calor da mãe, com a ilusão de que que estaria se “acostumando mal”. Mas sentir a segurança passada pela mãe é se acostumar mal? Como se tornar uma adulto inteiro, seguro, se a criança não teve a oportunidade de experimentar essa relação intensa com o mãe? Se lhe foi negado esse seu único desejo e direito?

Concordando com Gutman, a mãe deveria ter o apoio de todos para dedicar-se inteiramente nos primeiros meses aos cuidados do filho e tê-los nos braços sempre, amamentá-lo, ou contrário disso se vê puerperas desestruturadas psiquicamente, com medo, inseguras, criticadas, regredidas e assustadas sem ter a condição de se darem conta e acolherem o seu mundo interno, e assim a criança sente as mesmas inseguranças. Ajudar mãe e bebê é dar tempo e eles de renascerem e estabelecerem novos ritmos a favor da serenidade da psiquê da mãe e do crescimento sadio do filho.

Se fazer perguntas como, “por que não domir abraçada ao meu filho se esse é o nosso desejo?”, “por que não ficar com ele todo o tempo nos braços se esse é o nosso desejo?”. Não tenha medo, pois recebido o calor necessário, ele aprenderá a dormir sozinho e um dia não precisará tanto dos seus braços, então aproveite. Se pensarmos bem, o mais comum é encontrarmos pessoas carentes, com um baixo senso de autovalorização, que sentem que não receberam o suficiente dos pais, que não tiveram o calor que tanto desejavam e aquilo que não se teve na infância não será nunca mais satisfeito na fase adulta.

Como diz Gutmam, para criar bem um filho é preciso generosidade e uma ampla visão.

Por Cintia Liana Reis de Silva

Fonte: http://indikabem.com.br/filhos/o-sono-dos-recem-nascidos-e-das-criancas-e-o-que-ele-pode-comunicar

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Mães depois dos 33 têm o dobro das probabilidades de viver até aos 95 anos

Os genes que permitem às mulheres ter filhos naturalmente em idades mais avançadas são também os responsáveis por uma maior longevidade.
Em Portugal, no ano 2011 a maternidade surgia apenas aos 29,2 anos

As mulheres que têm filhos depois dos 33 anos sem tratamentos de fertilidade têm maiores probabilidade de viveram até mais tarde do que as que foram mães pela última vez antes dos 30, conclui um estudo divulgado esta quinta-feira.

A investigação da Boston University School of Medicine, publicada na edição de Junho da revista científica "Menopause", estima que os mesmos genes que permitem às mulheres ter filhos naturalmente em idades mais avançadas são os responsáveis por uma maior longevidade, que pode ir até aos 95 anos.

Os resultados do estudo da Boston University School of Medicine são consistentes com anteriores descobertas que estabelecem uma relação entre a idade maternal aquando do nascimento do último filho e a longevidade excepcional.

O estudo baseou-se na análise dos dados do "Long Life Family Study", um estudo genético de 551 famílias com vários membros que viveram até idades excepcionais, 95 ou mais anos.

Os investigadores determinaram a idade em que cada uma de 462 mulheres tiveram os últimos filhos e até que idade viveram e concluíram que as mulheres que tiveram o último filho depois dos 33 anos tinham o dobro das probabilidades de viver até aos 95 anos ou mais quando comparadas com as que tiveram o último filho aos 29 anos. Das 462 mulheres, 274 tiveram o último filho depois dos 33 anos.
"Pensamos que os genes que permitem às mulheres ter filhos naturalmente numa idade mais avançada são os mesmos que têm um papel muito importante no retardar do envelhecimento e na descida do risco de doenças relacionadas com a idade, como as doenças de coração, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e cancro", explicou Thomas Perls, especialista em geriatria na Boston University Medical Center e principal investigador do estudo, citado pela imprensa norte-americana.

Em Portugal, a idade das mães ao nascimento do primeiro filho tem vindo a aumentar. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2001, era-se mãe pela primeira vez aos 26,8 anos e em 2011 a maternidade surge só aos 29,2 anos.


As gravidezes após os 35 anos dispararam 47 por cento, na última década, enquanto a maternidade antes dos 20 caiu para metade.

Fonte: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/maes-depois-dos-33-tem-o-dobro-das-probabilidades-de-viver-ate-aos-95-anos-1660613

Principais preconceitos contra à mulher e à amamentação


Lei que multa quem impede a amamentação em locais públicos e privados


Fonte: http://www.brasilpost.com.br/2015/04/14/amamentacao-haddad_n_7062598.html?ncid=fcbklnkbrhpmg00000004

sábado, 11 de abril de 2015

O que acontece na infância, não fica na infância…

Google Imagens
Por Carolina Vila Nova
Há tempos, sabemos da importância da infância para uma vida adulta feliz e saudável. Recentemente, li algo sobre o assunto, que citava o seguinte exemplo: se uma criança, que chora e pede para ser alimentada, é ignorada pela mãe no momento do choro, mas é atendida quando espera em silêncio, esta criança grava em seu subconsciente, que quando quer alguma coisa não deve pedir e nem chorar, mas esperar, pois alguém vai perceber sua necessidade apenas em seu silêncio. Achei o exemplo esplêndido, porque apesar de fazer muito sentido e parecer lógico, é algo tão cruel, que eu não havia pensado nisso. Esta criança se tornará um adulto que não luta pelo que quer, mas que espera silenciosamente. Percebi o quanto pequenas atitudes podem influenciar o comportamento de um individuo a sua vida inteira, sem que o mesmo nem se dê conta.
Certa vez, tive a seguinte experiência com vizinhos de apartamento: as paredes não eram maciças o bastante para abafar os sons mais altos. Todos os dias, a mãe das crianças parecia um anjo enquanto o marido estava em casa: falava baixinho e parecia a melhor mãe do mundo, além de esposa exemplar. Porém, assim que o marido saía de casa, a mulher começava a gritar freneticamente com as crianças. Por vezes, trancava-as no banheiro ou no quarto para limpar a casa. O caso era claro: o casamento não ia bem, a mulher estava sempre competindo com a ex-mulher do marido e tentava a todo custo manter a casa na mais perfeita ordem. Quando o homem chegava em casa, a mesma estava impecável e a mulher parecia ser tranquila.
Eu me pergunto: o que aquelas duas crianças vão levar para suas vidas adultas sobre essas experiências com sua mãe? Será que sempre verão no pai, o falso herói, que era capaz de transformar a mãe nervosa em uma pessoa calma e prestativa? Será que se darão conta algum dia, da oscilação terrível de humor a que eram submetidos diariamente, por conta da insegurança da mãe? De que forma esse tipo de experiência afeta a vida das pessoas quando já adultas? Será que todo estudo de psicologia e psicanálise nos permite mesmo olhar para trás e trabalhar o que nos foi feito quando ainda éramos tão vulneráveis e vazios de aprendizado?
Não conheço as respostas para essas questões, mas gosto das dúvidas que elas proporcionam. Conheço uma psicóloga que decidiu pausar sua vida profissional, quando se tornou mãe. Ela sabia da importância fundamental dos dias infantis de sua filha, para que a mesma pudesse se tornar uma adulta feliz e segura, sem traumas e com comportamentos oriundos de uma infância mal vivida. Certamente, muitas mães fariam o mesmo, se soubessem do grau tão elevado de importância da infância, na vida de um ser humano.
Quer um filho saudável, feliz e bem sucedido? Proteja sua infância. Viva seus dias com ele e para ele. O proteja de atitudes bobas como a da mãe que maltratava seus filhos, toda vez que o marido saía de casa.
Ser criança é ser um indivíduo vazio, pronto para aprender com seus pais, absorvendo tudo, sem possibilidade de filtrar o que é bom e o que é ruim. Se na maioria das vezes, nem mesmo os pais percebem o quão falhos são, quem dirá as crianças?
Não somos responsáveis por nossa infância e nem pelo que fizeram conosco. Sobre isso e para isso, utilizamos os recursos da psicologia. Mas somos sim, totalmente responsáveis pela infância de nossos filhos.
Que todo amor seja destinado aos nossos. E quando necessário, vale buscar ajuda profissional, já que o assunto é tão sério, delicado e difícil.
Porque o que acontece na infância, não fica na infância.
Mas fica… para a vida toda!
Fonte: http://www.contioutra.com/o-que-acontece-na-infancia-nao-fica-na-infancia/

A maternidade e a paternidade imperfeita

Descubra porquê aceitar a própria imperfeição na criação dos filhos é o melhor caminho para uma educação saudável e relacionamentos mais próximos.

Google Imagens

Por Professor Felipe de Souza 

Olá amigos!
Ser mãe ou ser pai é uma das tarefas mais desafiadoras que podemos enfrentar na vida, por uma série de motivos: confundir e não conseguir separar o filho(a) de quem somos, ter expectativas e sonhos que não são os mesmos das crianças, tentar fingir ser melhor e mais perfeito do que realmente se é, disciplinar alguém mas sem tirar a liberdade de escolha, enfim, entre outros fatores não é algo tão simples quanto amar e deixar acontecer.
No consultório, quando atendemos uma criança, conseguimos ver claramente como os seus “problemas” (se forem reais) estão relacionados com as pessoas que dela cuidam. Alguns pais pecam por excesso de cuidado, outros são displicentes, enquanto outros simplesmente não sabem o que fazer ou mimam demais ou são controladores demais.
Por isso, sempre atendemos os pais ou responsáveis – ou pelo menos acompanhamos em consultas a parte o que eles estão fazendo, pensando e sentindo. Isto não significa culpar os pais pelo comportamento dos filhos. Significa, de novo, a enorme responsabilidade que é ter alguém sob os seus cuidados.
O ponto-chave é que o que se é, é mais influente do que o que se faz. Como no ditado, faça o que eu digo e não faça o que eu faço, temos que pensar um pouco melhor. Segundo Joseph Chilton Pearce:
“O que somos ensina a criança muito mais do que o que dizemos, de forma que temos que ser o que queremos que nossas crianças se tornem”
(Em inglês: “What we are teaches the child far more than what we say, so we must be what we want our children to become”).
E como podemos entender essa frase? Bem, as crianças são muito espertas. Muito mais espertas do que queremos admitir. Assim, elas percebem a essência (ou personalidade profunda) de alguém e conseguem distinguir rápido o que as pessoas são do que elas dizem.
E é justamente por saber – ou intuir isso – que muitos pais acabam ficando desesperados quando se dão conta de que não conseguirão fingir algo que não são no longo prazo. Dependendo do jeito que cada um lida com sua própria imperfeição, as consequências de entender esta realidade podem provocar muitas emoções diferentes. O que quero compartilhar com vocês neste texto é que não há necessidade de esconder a imperfeição. O que chamamos de vulnerabilidade, em vez de ser uma fonte de afastamento, pode ser justamente a ponte para criar uma relação digna e de confiança.
A maternidade e a paternidade imperfeita
Não sei se ficou claro o que disse. É óbvio que não somos perfeitos. Como não somos perfeitos e como o que somos vai influenciar nos nossos filhos, isto pode provocar uma espécie de dissonância cognitiva. Se não somos perfeitos e queremos que nossos filhos fiquem bem, como vamos fazer se a nossa imperfeição vai criá-los?
Existem saídas adequadas e inadequadas para este problema. Esconder ou fingir ou criar torpor não vai adiantar. Fugir ou procurar recalcar também não. O melhor caminho passa pela aceitação. Aceitação da própria imperfeição e da imperfeição do filho(a).
Evidente que isto parece ir contra toda um ramo de literatura de auto-ajuda que objetiva criar filhos perfeitos, saudáveis, bem adaptados. No fundo, o que se busca é um ideal do herói. O filho(a) que tem sucesso, glórias, é reconhecido, quiçá famoso. Aquele que vai dar orgulho e tudo mais.
É preciso saber separar o longo preparo de educação (investir em escolas e cursos e atividades extras; além de procurar criar uma visão correta das ações – ética e moral), de uma expectativa que visa tapar uma falta daquele que cria.
Em outras palavras, o fato de aceitarmos a própria imperfeição não significa que não vamos procurar fazer o melhor que pudermos. E também não significa deixar que o filho ou filha faça qualquer coisa que quiser. Porém, a aceitação da condição humana (não somos sobre-humanos ou super-heróis) retira um peso desnecessário, tanto para os pais como para os filhos.
A ideia central é ser quem se é e tentar melhorar – na medida do possível.
A união pela vulnerabilidade
É bastante comum o conceito de que os filhos veem os pais como heróis, colocando-os em um pedestal de admiração. Embora isto possa ser positivo, em virtude da identificação, também não exclui certos problemas, dos quais o menor é a frustração quando a imagem da perfeição se quebra.
Outro problema é que cria uma dessemelhança muito grande entre o genitor e a criança, uma sensação de ser inatingível ou uma hierarquia muito rígida, com falta de autonomia. Mas o que é ainda pior é que o ideal do herói é bastante perverso no que tange às relações. Um herói, por definição, não precisa de ninguém. Em sua perfeição suposta, nada lhe falta. Ou então, tem que esconder de todos o seu ponto fraco.
O nosso argumento aqui, seguindo o trabalho de Brene Brown (The Gifts of Imperfect Parenting), é que é justamente este ponto fraco – ou estes pontos fracos – que vão permitir uma maior união.
Observe os filmes.  Nos momentos em que alguém mostra toda a sua vulnerabilidade, toda a sua insegurança, os seu medos, temores e angústias é o momento no qual há maior proximidade. Por exemplo, estes dias vi “A Arte da Conquista”, com Freddie Highmore e Emma Roberts e na cena em que a mãe do George Zinavoy (Freddie Highmore) conversa com ele sobre as suas dificuldades no relacionamento e nas finanças, é o momento da virada. Não vou contar mais senão perde a graça.
Mas é simples de entender: nos momentos mais vulneráveis, quando deixamos cair a máscara da persona de perfeição é que nos abrimos para um nível de relacionamento mais profundo. Em resumo, um pai herói ou uma mãe heroina parece ótimo, porém, eles não precisam de ninguém, nem de uma relação mais próxima com seus filhos. O pior é que escondem os seus pontos fracos, o que é percebido pela criança com facilidade. De maneira que a relação, baseada na ideia de perfeição, acaba sendo estruturada em uma mentira fundamental.
Em resumo, temos dois polos:
Maternidade e paternidade que quer perfeição: “Eu sou perfeito(a). Logo, seja como eu e seja perfeito(a). Falhas não serão toleradas”.
Maternidade e paternidade imperfeita: “Eu não sou perfeito(a). Mas procuro melhorar a cada dia, nisso, nisso e naquilo que tenho dificuldade. Espero que você (filho, filha) procure fazer o seu melhor. Quando precisar, nas suas dificuldades, estarei aqui”.
Referência bibliográfica
BROWN, Bene. The Gifts of Imperfect Parenting. Audiobook em inglês (recomendo!)
BROWN, Bene. A coragem de ser imperfeito. Rio de Janeiro: Sextante, 2013
Fonte: https://www.psicologiamsn.com/2015/04/maternidade-e-paternidade-imperfeita.html

Marca infantil lança editorial a favor do cabelo crespo


10 de abril de 2015

O editorial de moda infantil "Sete meninas crespas" foi feito para a marca "Lulu e Lili" com direção, produção e fotografia do "Quilombo dos meninos crespos" e as sete modelos crespas são: Alice, Ana Carolina, Elis, Helena, Isabella, Júlia e Maria Clara.
"Encrespar, empoderar e resistir" é o lema da marca de Jacarepaguá no Rio de Janeiro, que também oferece consultoria de moda infantil e dá dicas às clientes em dúvidas 
 









Fonte: https://catraquinha.catracalivre.com.br/geral/familia/indicacao/marca-infantil-lanca-editorial-a-favor-do-cabelo-crespo/#

quarta-feira, 1 de abril de 2015

O destino e o inconsciente

Fotos: Cintia Liana. O pôr do Sol de Trevignano Romano, Roma, Itália.

"Até você tornar-se consciente, 
o inconsciente irá dirigir sua vida, 
e você vai chamá-lo de destino". 
(Carl G. Jung)

Muitas pessoas chamam de destino aquilo que acontece a elas.
Se existisse um pouco mais de autoconhecimento entenderiam que tudo o que nos acontece de alguma forma é planejado por nós mesmos em algum nível psíquico, aquilo que atraimos está conectado com várias partes obscuras e inconscientes. Nos resta escolher a estrada a seguir. 
A vida é um grande aprendizado e a melhor coisa a ser feita é se conhecer cada vez mais e nos tornarmos responsáveis e conscientes de nossa história e de nossas vidas.

Cintia Liana