Por Ana Maria Morateli da Silva Rico
O trauma infantil pode ter origens diferentes mas sempre é muito doloroso e quase impossível suportar
Alguns casos:
- violência infantil - que se caracteriza por maus tratos físicos;
- abuso sexual - quando há qualquer tipo de contato sexual entre a criança e um adulto ou simplesmente pessoa mais velha;
- criança negligenciada física e ou emocionalmente - quando os responsáveis por ela não fornecem os cuidados básicos necessários e adequados;
- criança que sofreu acidente traumático ou testemunhou violência contra pessoa muito próxima e outras situações.
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Dependendo do grau de fragilidade emocional apresentado pela criança, o estresse pós-traumático poderá ser mais profundo e difícil de lidar.
Certamente, cada caso é um caso e, de forma geral, a criança necessita urgentemente de apoio psicoemocional e de segurança.
Conversar com a criança várias vezes e sempre que necessário, favorecendo um espaço emocional para que possa expressar livremente seus sentimentos, sem críticas ou julgamentos. Muita gente acha que não se deve tocar no assunto, mas é completamente o inverso. Quanto mais a criança falar, mais vai aliviar sua dor e se conscientizar de que não teve culpa.
Se se trata de uma criança retraída, apática e calada, peça que desenhe suas emoções ou o que aconteceu, enfim, o que ela desejar e conseguir. O que não pode é fazer de conta que nada aconteceu, pois estará prejudicando a recuperação da criança, sua saúde física e mental, além de menosprezar seus sentimentos.
Apesar de não haver um modelo de comportamento ou de emoção expresso pela criança que vivenciou o trauma, as consequências são graves de tal forma que os pais ou responsáveis mais atentos, conseguem detectar que algo muito sério está acontecendo com seu filho.
A criança pode apresentar distúrbio do sono com pesadelos constantes, ansiedade mais exacerbada, estado de alerta como se a qualquer momento pudesse estar em perigo novamente, voltar a molhar a cama, perda de apetite, vômitos, choro intenso e frequente, tornar-se arredia e com certo grau de agressividade. Ou seja, o comportamento infantil apresenta mudanças extremas.
Importante destacar que, se a criança tiver assistência adequada, rodeada de pessoas que ama e confia, de modo que possa se reassegurar de que está protegida, amparada e de que é compreendida e amada, com o tempo vai readquirindo confiança e, na medida do possível, reassume a rotina anterior.
Mas nem sempre é assim. Por ser uma situação muito dramática e de risco, para algumas crianças, a rede de apoio familiar e de amigos, não é suficiente. Necessitam de apoio profissional capacitado e imediato, bem como, as famílias para, além de amenizar seu próprio estresse, também possam aprender como ajudá-las quando estiverem em casa.
Ana Maria Morateli da Silva Rico
Psicóloga Clínica
Postado Por Cintia Liana
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