"Uma criança é como o cristal e como a cera. Qualquer choque, por mais brando, a abala e comove, e a faz vibrar de molécula em molécula, de átomo em átomo; e qualquer impressão, boa ou má, nela se grava de modo profundo e indelével." (Olavo Bilac)

"Un bambino è come il cristallo e come la cera. Qualsiasi shock, per quanto morbido sia
lo scuote e lo smuove, vibra di molecola in molecola, di atomo in atomo, e qualsiasi impressione,
buona o cattiva, si registra in lui in modo profondo e indelebile." (Olavo Bilac, giornalista e poeta brasiliano)

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Veja dez perguntas que você deve se fazer antes de pensar em adoção

Fui umas das fontes de uma matéria do Portal Uol pela segunda vez. 
Essa matéria esta' o'tima. 
Confiram!

29 de outubro de 2014
Por Louise Vernier e Rita Trevisan, Do UOL, em São Paulo
A adoção deve acontecer no momento certo e ser tratada como um importante projeto de vida. É preciso que a família amadureça a ideia antes de receber a criança no lar, o que implica em refletir sobre questões centrais que envolvem a criação e a educação de um filho.
"É fundamental considerar que, embora a criança tenha sido gerada em outro ventre, ela será sempre um filho, com tudo de bom e com todas as responsabilidades que esse nome pode trazer", diz Cintia Liana Reis de Silva, psicóloga pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas, especialista em adoção.
Nesse processo, é interessante avaliar expectativas, crenças e, principalmente, a motivação para adotar. "O que vai garantir a saúde emocional da criança é um vínculo afetivo sadio com os pais. Essa criança precisa ser incluída na família como um filho, apenas isso", afirma a psicóloga Luciana Leis, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Saiba mais sobre o assunto, reflita e avalie se está preparado para dar esse importante passo.

1. Qual é a sua motivação para adotar?

Essa é uma das questões mais importantes sobre as quais você deve pensar. "A adoção não deve ser caridade, antes de tudo, deve-se ter o desejo de criar e educar um filho. Afinal, adotar significa se tornar mãe e pai para sempre, para as alegrias e para os momentos mais difíceis", afirma a psicóloga Lidia Weber, professora e pesquisadora da UFPR (Universidade Federal do Paraná), autora de 12 livros sobre relações familiares, entre eles "Pais e Filhos por Adoção no Brasil"" (editora Juruá).
Se os pais descobriram a infertilidade ou perderam um filho genético, é fundamental viver o luto e encontrar o equilíbrio emocional, antes de partir para a adoção. "A adoção nunca deve ser encarada como um último recurso e, sim, como mais um caminho para a chegada de um filho", diz Luciana.

2. Quais são as suas expectativas?

Fantasiar demais sobre a criança e o papel que ela terá na família é algo que tende a prejudicar a relação. É preciso dosar as expectativas, a começar pelo momento do primeiro encontro. "Pode ocorrer um momento mágico, em que os adotantes visitam um abrigo e a criança que vem falar com eles é aquela que eles foram conhecer, mas nem sempre é assim. Se a criança for pequena, pode estranhar, chorar, não querer ir no colo. Se for maior, também poderá se afastar", afirma Lidia.

É preciso ter em mente que a criação do vínculo emocional leva tempo e que até os pais biológicos passam por esse processo. "O amor nasce da convivência e não do parto. Toda relação de amor, para existir, precisa que as pessoas envolvidas se adotem", diz Cintia.

3. O que você sabe sobre adoção?

"Cuidar, educar, socializar e amar um filho é uma das tarefas mais difíceis e gratificantes que existe e todos que têm a pretensão de viver essa experiência, seja pele genética, seja pela adoção, devem se preparar", declara Lidia. Segundo a psicóloga, o cuidado vai além da habilitação formal, que os adotantes precisam obter nos Juizados. É interessante preparar-se tecnicamente: ouvir palestras, ler livros, conhecer histórias de quem já adotou e frequentar grupos de apoio à adoção.
"Não basta ter sido filho para saber criar um filho. No caso da adoção, é essencial se preparar para lidar com o fato de que a criança tem uma outra origem, de forma segura e leve", diz Lidia.

4. Como estão as suas emoções?

Antes de ter um filho, adotado ou não, o ideal é conhecer seus recursos e fraquezas, trabalhar as próprias carências e medos, aprimorando o autoconhecimento. "Outra questão importante é avaliar o modelo de educação recebido dos pais. E ir além da própria história de filiação: procurar não repetir erros e ainda desenvolver novas habilidades", recomenda Lidia.

5. Sua família já conhece o seu projeto?

É possível que nem todos os parentes estejam de acordo com a adoção, mas eles devem ser avisados com antecedência dos seus planos. Também vale a pena dizer que espera apoio e que não vai tolerar preconceitos e diferenças. Entre o casal, é essencial que haja um consenso sobre todas as questões que dizem respeito à adoção. "Se há alguma crise na família ou entre o casal, isso precisa ser resolvido antes da chegada da criança. Porque ela vai exigir muitos ajustes na rotina. Se já houver um problema de relacionamento, a tendência é aprofundá-lo", diz Luciana.

6. Você tem estrutura para criar um filho?

Isso implica em ter uma vida financeira equilibrada e estável, em ter espaço na casa para uma criança e em viabilizar, na rotina, alguns intervalos que possam ser dedicados exclusivamente ao filho.
"Os aspectos psicológicos também são importantes. Não basta desejar muito um filho, é necessário estar preparado para uma relação que vai durar a vida toda, estar pronto para enfrentar adversidades e também para curtir as alegrias associadas à experiência", afirma a psicóloga Lidia Weber. "Ter um filho não é igual ter uma boneca para enfeitar e mostrar aos outros: é construir uma história, é trabalho duro e exige energia, tolerância e disposição", completa a especialista.

7. Está preparado para lidar com os possíveis preconceitos?

A discriminação pode vir de quem menos se espera, de forma velada ou não. "Muitas pessoas vão apoiar, mas é muito comum que, ao anunciar a decisão de adotar, surjam comentários como: 'Nossa, que coragem!' ou 'Por que você vai fazer isso?'. O importante é que os pais se sintam absolutamente confortáveis com a decisão que tomaram. Além disso, aconselho treinar respostas adequadas para essas situações desafiadoras", diz Lidia.
Se quem adota é uma pessoa solteira ou um casal homossexual, o traquejo para lidar com comentários indelicados terá de ser ainda maior. "O preconceito que vem de fora não deve prejudicar a relação com a criança. Mas os pais precisarão estar preparados para enfrentá-lo e até para dar um suporte psicológico ao filho", explica a psicóloga Luciana Leis.

8. Você já sabe como vai contar à criança sobre a adoção?

Existe um consenso entre os especialistas de que a criança deve conhecer sua condição desde os primeiros dias no novo lar. "Seu filho tem o direito de conhecer a própria história de vida e deve se orgulhar dela, afinal, não há vergonha alguma em ter sido adotado. Além disso, é preciso considerar que é sempre melhor saber pelos próprios pais da adoção do que por meio de terceiros", diz a psicóloga Cintia Liana Reis de Silva.
Quando a criança começar a perguntar sobre a origem dos bebês, por volta dos três ou quatro anos de idade, os pais já devem introduzir a adoção como mais um caminho para a constituição da família.

9. Se seu filho pedir mais apoio emocional, como vai reagir?

A maioria das crianças que está na fila da adoção sofreu algum tipo de negligência, abandono ou maltrato em sua família de origem. Portanto, os pais adotivos deverão estar emocionalmente equilibrados para apoiar o filho sempre. "É possível que, em uma idade mais avançada, a criança, principalmente a institucionalizada, teste o vínculo. Ela tem medo de ser novamente abandonada, precisa se sentir amada e segura no novo lar", diz Luciana.
Isso não significa dizer que as crianças adotivas terão mais problemas de relacionamento com seus pais do que os filhos biológicos. "Geralmente, as crianças sabem que estão indo para uma condição muito melhor e estão prontas para se apegarem e estabelecerem laços de afeto com facilidade", afirma Lidia.

10. O que fará se, mais tarde, seu filho quiser conhecer os pais biológicos?

A psicóloga Lidia Weber, pesquisadora e autora de diversos livros sobre o assunto, afirma que, ao contrário do que se imagina, a maioria dos filhos adotivos não tem informações sobre sua família de origem nem deseja conhecê-la. "A maioria dos filhos adotivos que eu entrevisto diz que está feliz com sua família atual e tem a ideia de que a família de origem o abandonou mais por falta de condições financeiras do que por falta de amor", diz Lidia.
No entanto, se a criança quiser conhecer os pais biológicos, tem o direito de fazê-lo. "O ideal é que os pais adotivos expressem empatia pela família de origem da criança, que não mostrem raiva nem queiram apagar as experiências que ela viveu com os outros pais. Não é preciso ter medo de dividir o amor da criança com os pais biológicos, se eles forem encontrados. A filiação é garantida pela via emocional e não pela via biológica", afirma Lidia.

Fonte: http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/10/29/veja-dez-perguntas-que-voce-deve-se-fazer-antes-de-pensar-em-adocao.htm

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Cintia Liana citada na Revista Atrevida de novembro

Cintia Liana na Revista Atrevida

Aquela que "ficou pra titia" na terapia familia

We Heart it

Publicado também no site Indika Bem dia 09 de outubro de 2014

Por Cintia Liana Reis de Silva

Há algum tempo escutávamos muito mais a expressão "ela ficou para titia" ou "ela vai ficar para titia", se referindo a uma mulher que não se casou e nem teve filhos e já passava dos 25, 30 anos. Titia porque o papel de tia com os sobrinhos era o que lhe restava, já que não havia "se realizado" como mãe e mulher na visão dos outros. 

Hoje o cenário mudou muito, não só porque as mulheres estão se vendo e se sentindo cada vez mais jovens para certas escolhas e se realizando profissionalmente antes de se casarem e terem filhos depois dos 30, 35, 40 anos, mas também porque estão escolhendo bem os seus parceiros e escolhem fazer experiências precedentes ao casamento, sentindo que possuem uma certa liberdade afetivo-sexual que antes não era permitida. Mas não podemos esquecer que também existem aquelas que fizeram a opção de não terem filhos e escolheram focar na carreira e em si mesmas, mesmo que tenham seus parceiros fixos.

Mas focalizando naquela mulher que "por acaso ousou" querer constituir família e ter filhos, mas não concluiu o seu desejo, o que a terapia familiar tem a contribuir? Irei explicar resumidamente.

Os pais, os irmãos e o sistema familiar como um todo possuem um lado inconsciente e é essa face oculta que comanda em grande parte o curso da vida de cada indivíduo envolvido nesse complexo sistema. A que "ficará para a titia" é aquela irmã eleita em nível inconsciente para estar mais próxima dos pais. Esse secreto estado de coesão familiar crê que ela é a mais desprotegida, a mais frágil, a que não tem condições de "se virar" sozinha. Ela não é vista como a mais bela das irmãs - a mais bela já ganha uma outra função - e os irmãos acabam compactuando com essa aliança entre os pais e essa figura escolhida porque para eles pode ser conveniente que os pais sejam "acompanhandos" e protegidos na velhice por alguém de sua confiança. Nesse caso, existe um mandato familiar pré estabelecido. Se cria essa dinâmica que reforça esse pensamento antigo, da filha que fica destinada a essa delicada e importante função, a de cuidar dos pais. É importante estar atento a esses padrões e problemas familiares que passam através das gerações.

Essa filha, eleita para a "ser a titita", cresce e ainda preserva traços de imaturidade, porque assim é vista pela família, que transfere para ela essa imagem infantil, de dependência e não a motiva em seu processo de progressiva autonomia individual, mesmo que pense que o faz - por isso é tão imporatnte a terapia individual ou familiar. Às vezes se cria também um processo de triangulação emotiva, onde ela, por estar tão próxima dos pais emotivamente, nesse aglomerado familiar, acaba por esconder o desentedimento do casal e todas as coisas acabam sendo voltada para ela, maquiando outros problemas nesse subsistema conjugal.
Pode ocorrer da família querer até diagnosticá-la ou acreditar que é portadora de algum retardo cognitivo, mas não é, ela só tem um baixo nível de maturidade e de diferenciação do self, criado e alimentado pelos próprios pais, e esse nível pode vir a mudar, caso o ambiente mude ou ela queira crescer.

Ela pode também ser filha única, mas normalmente é a mais nova das irmãs e faz parte de uma família com uma prole relativamente grande, com no mínimo três filhas do sexo feminino. "A escolhida" pode até ter tido um filho de um relacionamento passageiro, mas não estava pronta para levar adiante um relacionamento amoroso maduro, ainda estava muito ligada à família, então volta para perto dos pais e se dedica a seus cuidados e aos do filho. Ou até mesmo pode transferir as suas responsabilidades de mãe à sua mãe e sua responsabilidade de educá-lo e a sua autoridade a seus pais. Ela está costumada a ser filha, mas também a servir, a ser companhia e a estar sempre disponível.

"A titia" foi uma espécie de vítima, super protegida não teve espaço para se desenvolver afetivamente com outras pessoas, a criar amizades muito significativas muito além da família e nem teve relacionamentos afetivo-sexuais importantes, pois a sua família estava lá, ocupando um espaço muito grande e sempre em primeiro plano em tudo. Ela ainda serve para cuidar dos sobrinhos e a dar suporte, caso algum irmão precise.

"A titia" acaba por se torna o que chamamos na terapia familiar de "filhos crônico" que, segundo Andolfi, "é aquele adulto que não consegue superar vínculos de dependência e de imaturidade em relação aos próprios genitores, permanecendo obstinadamente filho, ainda em etapas sucessivas do seu ciclo de desenvolvimento, impedindo-se, desse modo, de conquistar uma autêntica Autoridade Pessoal". Quando os pais já não estão, os irmãos passam a ser suas figuras de referência, de autoridade e de segurança.

Segundo Bowen, o pai da terapia familiar, "cada se humano deve ter o dieito de conquistar um Eu responsável, que assuma a responsabilidade da própria felicidade e do próprio bem estar e que não considere os outros responsáveis ou culpados pela própria felicidade e pelos próprios insucessos". Portanto, esse texto não serve para culpabilizar ninguém, mas serve talvez como alertar para as pessoas darem a liberdade a todos os irmãos de serem felizes e realizarem seus sonhos e projetos, assim como para uma possível "titia" estar alerta e, se quiser, dar o seu grito de liberdade. Desse modo, todos se sentirão menos culpados por serem felizes, por terem constituído suas famílias, sem ter tirado a chance do outro ser feliz, sabendo que tiveram opotunidades semelhantes e, consequentemente, a família assim funcionará de maneira mais saudável, com um maior senso de justiça e igualdade.

Por Cintia Liana Reis de Silva

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O momento ideal para iniciar a vida sócio escolar

Fonte da imagem: www.cuidardebebe.com
"O momento ideal para iniciar a vida sócio escolar"

Por Cintia Liana Reis de Silva
Publicado no Site Indika Bem no dia 25 de setembro de 2014.
Cada dia que passa as crianças vão o mais cedo possível à creche ou à escola, ou melhor os bebês, pois até 2 anos o menor ainda é um bebê. Cada criança segue esse percurso de acordo com as necessidades dos pais, por causa do trabalho ou até pelo fato de desejarem ter mais tempo para eles.
A crença de que os menores precisar ir logo à escola, mesmo sem a necessidade vem não só em virtude das mães de hoje precisarem trabalhar, mas também do pensamento de que a crianças pequenas precisam se socializar o mais rápido possível, mesmo quando têm uma mãe que pode passar todo o tempo com elas. Muitos acreditam que esse intenso contato com a mãe pode ser nocivo e torná-los muito dependentes um do outro, mas não é verdade.
Quando as crianças iniciam a vida escolar, eclodem as neuroses que nasceram naturalmente no seio da família. E essas neuroses vêm a tona de forma mais forte nesse contato social intenso e desnecessário para ela. É desnecessário estar sem a família por perto para gesti-la emocionalmente, sem figuras afetivas e de apego significativas para lhe darem suporte, e é nesse momento que as crianças começam a ficar doentes, não só pelos vírus que as rodeiam. O vírus ataca a pessoa que está com baixa imunidade e a baixa imunidade é característica de alguém que não está bem emocionalmente. O não estar equilibrado emocionalmente pode ser pelo fato desse contato social intenso ter começado antes da hora, antes da criança estar madura o suficiente para essa experiência e por não ter aproveitado mais a vida cotidiana despretensiosa em seu próprio lar.
Crianças até 2 anos precisam estar muito tempo com a mãe! É uma necessidade real, existencial e vital que só faz bem.  A manutenção e o estabelecimento dessa proximidade com sua principal figura provedora de cuidados, que geralmente é a mãe, é o lastro firme para um futuro de uma mente equilibrada. O que faz mal é uma mãe super protetora e controladora, mas caso contrário, essa base e companhia, se forem sadias só darão à criança a possibilidade e a segurança de se relacionar bem com o resto do mundo. Por isso, não se sinta culpada por querer passar todo o tempo com o seu filho enquanto ele ainda é pequenino. Aproveite com sabedoria! Contra indicado é ele passar muito tempo com a “baby sitter” ou na creche.
Se ele tiver que ir a creche muito cedo, com 4 meses, tente encontrar tempo para estar próxima ao seu filho, tempo de qualidade, colocar ele para dormir sobre o teu peito. Procure não competir nas situação de conflito, não perder a paciência meio ao cansaço físico e mental. Crie alianças positivas.
É importante ter sempre em mente que a crianças refletem os medos, as ansiedades e os traumas da mãe, dos pais, do casal. No caso da mãe, muitas vezes ela se vê refletida nesse filho, projeta a sua criança ferida, conduz a relação em parte com base nesses medos e nessas feridas e fantasias, por isso faz-se necessário reflexão honesta ou até mesmo terapia para amadurecer esse olhar.
Se partirmos do princípio de que para o “apego seguro” se desenvolver bem são necessários 3 anos e meio de uma boa interação com uma disponibilidade afetiva incondicional e muito positiva com a figura de apego, de acordo com o pai da teoria do apego, John Bowlby, o ideal seria a criança passar bastante tempo com mãe até essa idade e ir a escola só após completar 3 anos e meio. Se socializar não se faz só na escola, mas dentro da família, com os primos, com os avós e tios, com os filhos dos amigos, no parque, no jardim perto de casa com outras crianças, na natação, na aula de dança.
Aproveitando, te convido a conhecer um pouco os tipos de apego. O apego em quatro padrões:
“Seguro – o bebê sinaliza a falta da mãe na separação, saúda ativamente a mãe na reunião, e então volta a brincar; Inseguro – evitante – o bebê exibe pouco ou nenhuma aflição quando separada da mãe e evita ativamente e ignora a mãe na reunião; Inseguro – resistente – o bebê sofre muito, tem muita aflição ou angústia pela separação e busca o contato na reunião, mas não pode ser acalmado pela mãe e pode exibir forte resistência; Inseguro – desorganizado – apresenta comportamento misto, ora como evitante, ora como resistente.” (Lantzman, 2014)
O apego resultante da interação bebê-mãe, varia de acordo com o tipo de cuidado materno e das características inerentes ao bebê.
Com 2 anos de idade se ganha naturalmente uma autonomia emocional maior, quando é indicado que ocorra o desmamem total para que se cresça ainda mais e sua mãe retome o seu espaço psíquico e os pais voltem a estar mais próximos como casal. Então, como tudo é algo a ser refletido e preparado com delicadeza e respeito, indico que cada mãe avalie e sinta quais são e por onde vão as suas emoções. Se ela sente que seu filho deseja estar mais tempo com outras crianças, se ele se sente seguro em passar umas 3 manhãs na creche para brincar e se ela lhe dá tempo para se adaptar a essa nova realidade, porque não? Se a mãe se sente preparada para esse passo, se está fisicamente cansada, não deve se sentir culpada e nem sentir medo de ser “abandonada”.
Se a criança for respeitada em seus medos e ansiedades, sem críticas e julgamentos, com pais que alimentam o autoconhecimento para amadurecerem com honestidade, com um envolvimento afetivo nutritivo, ela será feliz, se sentirá bem e segura e isso é o mais importante para o seu bom desenvolvimento bio-psíquico-sócio-afetivo.
Cintia Liana Reis de Silva
Referência:
Lantzman, Mauro. O apego. Disponível em: http://www.pet.vet.br/puc/oapego.pdf. Acesso em: 10 de setembro de 2014.
Fonte da imagem: www.cuidardebebe.com (Créditos e Divulgação)