"Uma criança é como o cristal e como a cera. Qualquer choque, por mais brando, a abala e comove, e a faz vibrar de molécula em molécula, de átomo em átomo; e qualquer impressão, boa ou má, nela se grava de modo profundo e indelével." (Olavo Bilac)

"Un bambino è come il cristallo e come la cera. Qualsiasi shock, per quanto morbido sia
lo scuote e lo smuove, vibra di molecola in molecola, di atomo in atomo, e qualsiasi impressione,
buona o cattiva, si registra in lui in modo profondo e indelebile." (Olavo Bilac, giornalista e poeta brasiliano)

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terça-feira, 24 de junho de 2014

Não deixe um bebê chorar

Google Imagens
Por Kalu Brum - Blog Vila Mamífera/ Café Mãe
De todas as teorias do universo materno, as que me assustam são: não dar colo para o bebê, regular a amamentação em horários cronológicos e deixar o bebê chorando. Elas me pegam na alma.
Bebes não sabem falar, nasceram em um ambiente aquático, escuro, cheio de movimento e calor e estão do lado de fora.
Precisam ser alimentados, estranham. Descobrem no peito uma maneira de ter o aconchego pleno.

Basta ver uma cadela: quando o filhote chora a mãe corre e aconchega. Bebês não choram a toa e se choram estão pedindo:

- Por favor me ajude
Ajude a dormir, a enfrentar a solidão, a lidar com a temperatura que oscila.
Quando um bebê pede colo ele está reconhecendo que você é uma segurança.
Quando você nega esse colo ele pode se acostumar com a negligência e resignar-se. Mas ele não está feliz.
Eu adoro o conceito: permita que as crianças sejam dependentes no momento em que podem ser, para que sejam independentes para toda a vida.
O que mais vejo neste mundo são pessoas dependentes e resignadas.
Dependentes de comida, de medicamentos, de sexo, de necessidade de aceitação.
São, algumas vezes, sobreviventes de pequenos ou grandes abandonos.
Algumas vezes vendo esses programas que difundem a idéia da Torturadora de bebês eu sinto algo inexplicável: eu choro com a mãe que chora, com o filho que dorme soluçando.
Não há nada mais fácil e prazeroso para mãe e bebê do que deitar junto com o bebe e dormir agarradinho.
É tão rápido que eles crescem. O que são 3 anos diante de uma vida toda?
Queremos tanto a independência precoce, exaltamos isso como troféu e depois questionamos onde se perdeu esse fio.
Eu vejo idosos abandonados com cuidadores ou em asilos e vejo ali o reflexo de uma sociedade que fecha os olhos para os dependentes trocando o amor por tecnologia, chupeta, mamadeira, berço que balança e no fim, uma cama fria e olhos de uma profissional contratada.
Assim começa a vida, assim ela termina. No meio um grande vazio que tentamos preencher. Um vazio cultivado em nome dessa ilusória independência precoce.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

O que fazer diante do choro de uma criança

We Heart it
Por Cintia Liana Reis de Silva

Há poucos dias estava refletindo sobre a reação da maioria das pessoas diante do choro de um bebê ou uma criança, quando ela cai, se machuca, sente dor ou chora por tristeza. Tem gente que reage dizendo, “não foi nada, passou, passou” e aí começa a mostrar outra coisa interessante, com o intuito de tirar a atenção dela do que a faz mal. Mas essa reação não é aconselhada do ponto de vista psicológico e educativo e vou explicar bem os porquês.

É nesse momento da dor que se ensina erroneamente à criança que o que a faz mal não é bom, que é melhor fugir e fazer de conta que nada está acontecendo e colocar a atenção em outar coisa mais interessante. O adulto tem medo de olhar para o sofrimento, mais ainda quando se trata de uma criança, mas interromper o seu choro é nada mais nada menos que falta de respeito e sensibilidade. A criança sente a insegurança do adulto e entende a mensagem do seguinte modo, “não me sinto segura com ele, porque não é capaz de me dar apoio, segurança, suportar e sustentar a minha tristeza me dado força, ele quer escapar do que eu estou sentindo, me sinto completamente rejeitada em minhas necessidades nesse momento. Chorar não deve ser bom, nem quando nós precisamos. Talvez seja melhor fazer de conta que nada está acontecendo. Mesmo que eu sinta dor, é melhor fingir, até mesmo para que ele continue a me amar, porque se eu choro talvez não seja amado do mesmo modo que espero”.

Quando alguém chora seja um adulto ou uma criança, a postura correta e humana a adotar e acolher o choro, isso é símbolo de respeito, torna o lamento digno. Se você não é capaz de ver ninguém chorar ou se sente incomodado, é uma dificuldade importante a ser entendida e resolvida. Depois de acolher o choro de alguém, se pode conversar para entender melhor até que ponto doeu e depois buscar outras alternativas para superar a dor, seja ela física ou emocional.

As pessoas crescem com falsos modelos de força, que mais são modelos de futilidade e superficialidade. Crescem ouvindo que não podem sentir medo, chorar ou demonstrar a sua dor a ninguém e que isso a renderia fraca e frágil. Fraco e frágil talvez seja quem engole o choro, finge que nada está acontecendo, enquanto sente uma bomba explodir dentro de sim e depois vai ao shopping fazer compras para tentara aquecer falsamente o seu mundo interno vazio, cheio de faltas e completamente fora do prumo.

O adulto que respeita o que sente, foi a criança ensinada que todos merecem ter contato com seus próprios sentimentos, que as sensações que entram em contato são importantes, que aquilo que falam sobre elas tem valor e com certeza estarão muito mais em grau de buscar externamente realizações realmente boas, que refletem seus equilíbrio interno e não só para ajudar a maquiar uma falsa felicidade. É nessa jornada, do encarar o que se sente com verdade, que se descobre que a felicidade está dentro de cada um de nós.

Por Cintia Liana Reis de Silva