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Entrevista para uma estudante da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
1- Qual é o perfil das pessoas que querem adotar crianças?
O perfil é bem amplo, mas podemos dizer que a maioria que adota, entrando com o pedido de habilitação, é composta de casais que têm entre os 30 e 45 anos de idade, pardos, com grau de instrução médio e superior completo ou incompleto.
Para adoções onde as pessoas querem legitimar uma situação de adoção afetiva já existente há anos, é composta de casais e de pessoas solteiras, negras, mulatas e pardas, sobretudo mulheres solteiras que criam um filho que lhe foi “doado”.
2- E qual o principal perfil das crianças a serem adotadas?
A grande procura é para crianças de até 1 ano, mas se encontram dificilmente crianças desta idade para adoção. Hoje em dia muitas pessoas adotam crianças maiores de 3 anos, pardas, de ambos os sexos.
Em Salvador a maioia das crianças é parda, mulata e negra, mas ainda as crianças de cor de pele mais claras são mais aceitas pois têm um tom de pele mais parecido com o dos adotantes, que querem que essa diferença não seja tão marcante entre eles, para que a adoção não se torne tão evidente aos olhos de todos, e que a revelação do vínculo seja uma opção e não uma declaração rotineira.
3- Quais são os principais motivos que levam à adoção ?
Para os adotantes é o desejo de se tornarem pais, somente, e isso acontece naturalmente e plenamente.
Para as crianças, o desejo e a necessidade existencial de terem uma família, de terem amparo, educação e, sobertudo, amor.
4- Há um número de pais pretendentes para adotar bem maior do que o número de crianças para adoção. Na sua avaliação, por que acontece isso?
Acontece porque os adotantes querem adotar crianças diferentes daquelas que estão aptas e disponíveis a serem adotadas, a maioria têm mais de 8 anos e uma parte delas tem algum problema de saúde mental.
5- O que dizer de quem opta por acolher um filho gerado em outra pessoa?
O que leva uma pessoa a adotar é o desejo de ter um filho, de amar e ser amado. Existem motivos que levam uma pessoa a optar por ter um filho adotivo, como infertilidade, sonho movido por motivos altruístas ou uma curciunstância que trouxe a criança para a convivência.
Quem chegou a ter esse desejo entende e sente que ao adotar se pode realizar a maternidade e paternidade em toda a sua plenitude, a criança será vista e sentida como filha, ela não será olhada como filho gerado por outro, ela será amada como gerada daquele amor construído diariamente, as particularidades advindas da realidade adotiva farão parte, mas não será o centro das questões, o amor será o essencial.
6- Na sua opinião, ainda há muitas barreiras psicológicas e sociais em relação a adoção?
Ainda há muitas, mas tenho que ressaltar com entusiasmos que já conquistamos muito espaço nas discussões, mídia, informações e apoio, assim como espaço social como o fortalecimento de instituições, grupos de apoio, encontros para discussões, leis e incentivos, e não irá parar por aqui, cada vez mais as pessoas verão e ouvirão assuntos relacionados a adoção, não só porque ela é necessária para a sociedade, mas porque é uma relação real.
7- Como é feito o trabalho com os pretendentes para adotar e a criança a ser adotada ?
Na Vara da Infância serão feitas as devidas avaliações sociais e psicológicas para subsidiar decisão do Juiz e os adotantes têm que passar por grupos de discussão antes de serem habilitados a adoção.
Por Cintia Liana
2 comentários:
Filha,Seu blog tá lindo! Amei o novo visual.
Te amo,
beijão
Obrigada, mãe!
Tbm te amo!
Bjs.
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