We Heart it
Por Cintia Liana Reis de Silva
Publicado no portal Indika Bem em 17 de outubro de 2013
Uma criança pequena precisa de muito mais que regras, precisa de algo que a maioria dos adultos não é capaz de exercitar nem com eles mesmos: precisa de compreensão, de empatia, precisa aprender a se expressar de maneira sadia e lúcida e sentir que aquilo que se passa no coração delas tem muito valor.
A ciência ainda sabe muito pouco sobre a mente infantil. Não podemos deixar para depois, o nome delas é agora. Criança precisa de amor, precisa que os pais se enxerguem mesmo contra a vontade deles e mesmo que doa. Criança não chora se não sente dor ou se não se sente triste. Até o que muitos chamam de manha guarda por trás uma insatisfação emocional.
No mundo de hoje, com tantas informações, não se pode confundir “o impor disciplina e regras com dar educação”. Educação é muito mais que um mecanismo de seguir regras, á algo que vai muito além, é mais subjetivo. Dar educação é passar valores humanos, é passar a noção de ética, é ensinar dando bons exemplos, é se melhorar para criar filhos mais honestos e verdadeiros consigo mesmos e com os outros, educar é respeitar o filho para que ele possa entender o que é o respeito e se sentir capaz de “abraçar” o outro porque sentiu que foi acolhido.
Por exemplo, deseducar não é deixar que um bebê almoce vendo um vídeo interessante uma vez ou outra, deseducar é querer que o bebê coma a todo custo a nosso modo, sem respeitar o seu humor, o seu momento. Uma criança precisa se sentir segura primeiro em seu lar para no futuro se sentir segura no mundo. Uma criança precisa se sentir aceita, entendida e acolhida para poder fazer o mesmo com os outros. Ninguém pode dar aquilo que não conhece, não se pode dar aquilo que não se experimentou.
É fácil fazer da nossa casa um “exército”, difícil é saber ler nas entrelinhas na hora de educar. É preciso desenvolver sensibilidade, é preciso um olhar transdisciplinar.
Coisas importantes a serem lembradas: crianças sentem a noção de respeito desde que nascem, sentem quando são enganadas e negligenciadas; Não tenha filhos para ser feliz, se faça feliz antes e faça filhos para fazê-los pessoas felizes e, assim, você será mais ainda; Se prepare antes de ter filhos, eles não nasceram para te salvar e nem para servir de companhia; Filhos não devem carregar nas costas as memórias familiares ruins; Filho não traz ninguém que já foi de volta; Filhos devem se sentir livres das expectativas neuróticas dos pais; Pais que fazem terapia podem se tornar bem mais fortes e preparados; Se o teu filho está mal olhe para você; Tudo o que se diz hoje a uma criança repercutirá de algum modo em seu futuro, as frases boas, as frases más e até o que está escondido por trás de certas “brincadeiras” e ironias; As dificuldades familiares percorrem muitas gerações, é importante trabalhar os modelos intergeracionais. É difícil, mas é muito possível.
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