We Heart it
16 de abril de 2016
Por Cintia Liana Reis de Silva
Por Cintia Liana Reis de Silva
Conheci há alguns anos,
mas só há algumas semanas venho lendo muito e me aprofundando ainda mais no método terapêutico fenomenológico
das constelações familiares do psicanalista, pedagogo, teólogo e filósofo
alemão Bert Hellinger e posso parecer meio categórica, mas sou formada em psicologia
desde 2000, especialista em psicologia sistêmica familiar, expert em adoção e
venho trabalhando com a "cura da alma" do ser humano há todos esses
anos e, após ter constelado, há quase uma semana, posso dizer que para mim, até
o momento, não há método mais curativo e rápido. Estou tão encantada com as
descobertas de Hellinger que mês que vem iniciarei o curso de formação aqui
Roma.
O trabalho de constelações
familiares se propõe a mudar destinos tristes e a restabelecer as ordens do
amor na família, assim o sofrimento se acaba nas gerações atuais e nas futuras, liberando a todos os que vieram, os que estão e os que virão. Acredito que todas as famílias têm seus pontos a serem curados.
A essência do trabalho de
Hellinger é o amor e depois a gente vai entendendo a força que esse amor tem e
como ele é capaz de curar. Hellinger, nascido em 1925, com 64 livros escritos e
traduzidos em todo o mundo, explica que cada pessoa vive um destino já traçado
pelo inconsciente familiar e cada pessoa está presa a esse destino, o que ele chama de enredamento. E esses destinos são
repetições de histórias já vividas e trazidas há muitas gerações precedentes,
histórias de sofrimentos, dúvidas, dores, medos, limitações, bloqueios, separações, abandono de filhos, problemas de infertilidade, abortos, pessoas excluídas, dependências de álcool ou drogas, problemas financeiros, dívidas, problemas conjugais, abusos,
violência, incestos, doenças de ordem física e mental, tragédias, assassinatos, suicídios, acidentes, brigas,
desavenças entre irmãos, conflitos com filhos e essas repetições ocorrem como uma
forma de buscar uma falsa compensação.
Por exemplo, uma família que tem um homicida futuramente perderá um ente
assassinado, para cumprir algo que ele chama de consciência de clã. Ou um casal
que "compra" uma criança de uma família pobre para adotá-la depois
perde um filho biológico em uma fatalidade. Uma herança mal dividida também
terá graves consequências futuras. Ele diz que a liberdade de cada um é
limitada porque todos os atos exigem consequências e essas consequências já
são predeterminadas e aparecem nas gerações futuras. As repetições acontecem também em forma direta e similar, como doenças e outras situações que caem igualmente de geração em geração, na vida de filhos e filhas, que vivem cenários iguais aos dos pais, dos avós, bisavós, como se tivesse uma força que os faz seguir esse mesmo destino, sem conseguir mudá-lo, mesmo com a consciência e com todos os esforços para seguir outra estrada.
O fato é que ele descobriu que se
pode evitar que essa sucessão do repetições desnecessárias e sofridas, que só
trazem mais dor, chamada de compulsão
sistêmica de repetição, pode acabar quando se restabelece as ordens do
amor, ou seja, na forma de um ritual em uma terapia, com uma representação em
que a pessoa constelada participa em um grupo com outros desconhecidos e um
constelador.
O constelador diz para o
constelado em pouquíssimas palavras escolher o que ela quer trabalhar, qual é a
dificuldade vivida e sentida e delega que ela pegue aleatoriamente no grupo
algumas pessoas que representarão os seus familiares. Familiares esses que
podem estar envolvidos nesse conflito. Após as pessoas serem escolhidas, e sem
saberem nada sobre a vida do constelado, se incia o movimento dentro do campo
familiar (morfogenético). Cada representante, que também está ali com o mesmo objetivo de constelar e de resolver seus problemas, começa a se mover e a ir na direção de um ou outro, sentindo uma força que o guia. Também inicia a
ter sensações que começam a ser "lidas" pelo constelador, explicando
de onde vem o problema, de que geração, por qual motivo ele está ali e até
segredos vêm a tona, revelando outras coisas que vão sendo resolvidas. As respostas ficam claras.
Quem representa, de alguma forma,
"constela" indiretamente naquele momento também, e tem seus insights,
seus momentos de iluminação, de aprendizado, vivendo aquele papel no campo,
pois não é a toa que ele lhe foi dado, foi exatamente porque tem algo a ver com
a sua história.
Um workshop de constelações dura o dia inteiro e a constelação e o fechamento de cada
um do grupo vai de 20 minutos a 1 hora mais ou menos, e se dá quando o constelador
pede para o constelado ou para o representante do constelado repetir frases em
forma de um ritual de cura, que tem como base um sentimento de libertação e
liberação, motivando o constelado a seguir o seu próprio destino, a perdoar, a se
desenredar dos prolemas antigos, que são de outras pessoas mais velhas da
família, ou até de pessoas já mortas e, a partir daí o constelado já começa a
sentir algo diferente. A cada novo dia que ele acorda o sentimento de liberdade
é mais forte e com o passar do tempo já se vê tudo de modo mais leve, superando
os problemas que antes lhe pesavam demasiadamente nos ombros. Problemas esses
que não eram seus e sim do campo familiar, que o escolheu para carregar
adiante, e ele, até então, não conseguia se libertar desse papel até constelar.
Eu, particularmente, na
constelação trabalhei alguns medos, e tive
a confirmação de que esses medos e sentimentos provinham de um evento
traumático ocorrido em minha família há mais de 25 anos, em uma geração antes da minha e, após constelar,
percebi que todos os sentimentos e lembranças ligadas àquele momento foram
tomando outros lugares em minha vida emocional, restabelecendo as ordem,
os lugares certos, de modo que os medos foram se dissolvendo e hoje eu sinto
que sou a dona do meu destino e tenho força sobre ele.
A propósito, na oportunidade também levei uma ex-paciente minha para constelar, uma alcoolista. Há uma semana ela não bebe. Mas, obviamente, eu e o constelador a aconselhamos a não parar por aí o seu processo de cura.
A propósito, na oportunidade também levei uma ex-paciente minha para constelar, uma alcoolista. Há uma semana ela não bebe. Mas, obviamente, eu e o constelador a aconselhamos a não parar por aí o seu processo de cura.
Hoje existe em mim uma
enorme gratidão por Bert Hellinger e por toda a riqueza de seus ensinamentos, desse
método que ele deixará para a humanidade. Escrevi esse texto para retribuir o
amor que estou sentindo por ele, pela compreensão que hoje tenho da humanidade,
pela vida, pela mansidão que estou adquirindo, pela serenidade que está se
erradicando em mim, para também contribuir positivamente de algum modo na vida
de quem quer mudar, parar de sofrer e ser dono do próprio destino. Não posso guardar isso só para os mais íntimos, já que tenho tanto carinho por tantas pessoas e por pessoas que nem conheço pessoalmente, já que tenho tanta certeza da minha missão, da responsabilidade do meu trabalho, já que tem
tantas pessoas que me pedem conselhos, ajuda, uma palavra amiga, hoje vos aconselho
a não desistirem, pesquisem sobre a obra
de Bert Hellinger e, na hora certa, tenham a coragem de constelar. Não tenham
medo de serem felizes por inteiro.
Por Cintia Liana Reis de Silva
Após 8 meses a ex-paciente continua sem beber e a sua alegria e motivação continuam intactos.
Indicação para primeira leitura:
Constelações Familiares, o reconhecimento das ordens do amor. Bert Hellinger, Editora Cultrix, 2001.
Após 8 meses a ex-paciente continua sem beber e a sua alegria e motivação continuam intactos.
Indicação para primeira leitura:
Constelações Familiares, o reconhecimento das ordens do amor. Bert Hellinger, Editora Cultrix, 2001.
Um comentário:
Oi querida,
Muito bonita a sua iniciativa, e muito bem colocadas suas palavras.
Que Deus continue lhe iluminando sempre, para que você continue sendo uma estrela guiando vários caminhos, nesta imensa constelação que é o Universo. Obrigada por compartilhar de sua experiência.
Beijo carinhoso,
Lena
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