Blog Skopós
Por SolQS
Estava lendo um livro que me fez pensar. O livro
falava sobre vícios e como nossa sociedade quebrou alguns tabus e evoluiu em
relação à muitos deles. Lidamos aparentemente melhor com pessoas viciadas
jogos. Lidamos melhor com pessoas viciadas em sexo e orgias. Lidamos muito
melhor, a ponto de admirar, aqueles viciados em trabalho. Lidamos melhor.
Mas e os vícios da maternidade? Ah, esses não
tem como lidar melhor, afinal de contas eles envolvem um pequeno ser que não
tem recursos para se defender ou tomar decisões. Então é por bem que
critiquemos esses vícios, essas péssimas mães viciadas em tantas coisas
proibidas na maternidade. Claro, maternidade tem regras e elas devem ser
seguidas. Afinal de contas, que mãe que em sã consciência dorme abraçada com o
bebê em sua cama? Que mãe inconsequente que acostuma tão mal seu bebê ao ponto
de ensiná-lo a dormir mamando no peito? Quanto egoísmo querer sentir o carinho
que aquela mãozinha faz enquanto mama ou olhar aqueles olhinhos tão fixos nos
seus. Da horror só de pensar em deixar o bebe se acostumar a ser tirado do
berço ou do carrinho quando chora para acalmá-lo em seus braços. Lugar de
bebê é no berço, no carrinho, na escola, mas não no colo da mãe.
Ah, e por falar em escola, não podemos esquecer
daquelas que abandonam uma carreira por um ou dois anos para cuidar dos
filhos e não dão à eles o exemplo de independência que deveriam dar. Afinal, um
bebê precisa saber que o mundo não deve ser machista. Também existem aquelas
que deixam de ir viajar e dar atenção aos seus maridos só para ficar pertinho
de seu filho, um tremendo absurdo, já que o bebê precisa entender e aceitar
essa separação que o marido, adulto e que optou por ser pai, não consegue.
Ah, esses vícios da maternidade. Ah, esse instinto
materno que faz com que as mães insistam em dar o peito o tempo todo e em
qualquer lugar para alimentar, acalmar ou estar em um contato mais íntimo com
seu bebe, que faz com que as mães queiram ter seus filhos em seus braços
sentindo seu calor e exercendo seu papel de protetora, que faz com que abram
mão de parte de suas próprias vidas em prol de uma outra. Ah, esse instinto materno…
Certo mesmo é proibir esse contato físico e
aumentar a distância entre mãe e filho. Certo mesmo é facilitar a vida dessa
mãe, coitada, que precisa descansar. Deixem-a então trabalhar fora por muitas
horas, para chegar e cuidar da casa, do jantar e do marido. Deixem-a cuidar de
suas obrigações, porque cuidar do filho, ah não, cuidar do filho do jeito que
ela sente vontade é terrível demais para ele. Pode ser mal acostumado, se
tornar um bebê mimado, chato e inconveniente. O bebê precisa mesmo é ir com
qualquer pessoa e saber que não terá o que quer a qualquer choro. Isso sim, ah,
isso sim, faz um bem enorme a sociedade. É só ver a nossa, tão egoísta, tão
violenta, tão intolerante. Tão, tão, tão contraditória.
E se respeitarmos as mães ao ponto
de as deixarmos livres para tomarem suas decisões baseadas em seus
instintos? E se nós, mães, nos respeitarmos ao ponto de nos deixarmos livres?
Livres de livros, teorias, conselhos e
julgamentos. Livre para seguirmos o nosso instinto.
“A NATUREZA NUNCA NOS ENGANA. SOMOS SEMPRE NÓS
QUE NOS ENGANAMOS” (ROUSSEAU)Fonte: https://skopospp.wordpress.com/2016/09/16/sobre-a-maternidade-e-seus-vicios/
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