Em minha monografia de pós-graduaçãoem Psicologia Conjugal e Familiar, finalizada no ano passado, eu cito Alexandre e Vieira, que fizeram uma interessante pesquisa sobre relação de apego e auto-estima de crianças em abrigos.
Alexandre e Vieira (1998, p. 212), em sua pesquisa, citam algumas características de crianças que vivem em abrigos:
· Baixa auto-estima. As crianças investigadas têm uma imagem pequena em relação ao valor e aparência que elas têm de si mesmas; pensam que o “outro” é sempre melhor, o “outro” é aquele que consegue facilmente o que deseja;
· A beleza física é importante;
· Existe o desejo de ir embora, ser adotado ou voltar para a família de origem;
· O sentimento em relação a mãe biológica é de defesa ou culpa;
· Sentimento de que “Ninguém liga pra mim”; insatisfação em relação aos cuidados recebidos, que reflete a idéia de rejeição e injustiça;
· Saudade dos amigos que foram adotados ou dos irmãos que vivem em outros abrigos;
· Irmãos mais velhos se preocupam com irmãos mais novos;
· Zelo pelo amigo, preocupação com o bem estar dele o que se torno algo muito positivo;
· Cuidado em troca de benefícios;
· Agressão verbal;
· Ênfase no contato físico e busca constante pela presença do outro;
· Um amigo do abrigo passa a ser uma figura de apego;
· Crianças resilientes, sensíveis e responsivas;
· A brincadeira proporciona o exercício das relações de apego;
· Nas brincadeiras não houve a reprodução de experiências traumáticas ou do ambiente no qual elas ocorreram;
· As crianças demonstram afeto umas pelas outras.
De acordo com a lei, não é permitido entrar em abrigos para fazer visitas. Isso só pode ocorrer com a autorização do Juiz. Mas quem já entrou em um abrigo, por algum motivo, sabe que qualquer criança é uma jóia, é adotável e merecedora de todo o amor como uma outra criança qualquer, como a criança que pode nascer do nosso ventre. Elas despertam nosso amor.
Referência:
ALEXANDRE, Diuvani Tomazoni; VIEIRA, Mauro Luís. Relação de apego entre crianças institucionalizadas que vivem em situação de abrigo. Psicologia em Estud. vol. 9, nº. 2. Maringá, 1998. May/Aug. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722004000200007. Acesso em: 03 de julho de 2008.
Por Cintia Liana
Um comentário:
Oi Cintia Liana, me chamo Liana e adorei seu blog, pois o tema da minha monografia gira extamente em torno de crianças abrigadas e adoção. Adorei seu trabalho, gostaria de trocar informações com você sobre essas questões. Se puder entre em contato: liapmartins@hotmail.com
Grande abraço,
Liana.
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