"Uma criança é como o cristal e como a cera. Qualquer choque, por mais brando, a abala e comove, e a faz vibrar de molécula em molécula, de átomo em átomo; e qualquer impressão, boa ou má, nela se grava de modo profundo e indelével." (Olavo Bilac)

"Un bambino è come il cristallo e come la cera. Qualsiasi shock, per quanto morbido sia
lo scuote e lo smuove, vibra di molecola in molecola, di atomo in atomo, e qualsiasi impressione,
buona o cattiva, si registra in lui in modo profondo e indelebile." (Olavo Bilac, giornalista e poeta brasiliano)

sábado, 18 de junho de 2011

Adaptação e adoção de uma criança maior

Google Imagens

Por Cintia Liana Reis de Silva

Existe a grande ilusão e a insegurança em achar que só com um bebê irá sentir amor, que a chegada do bebê poderá se assemelhar ao máximo com o parto e será mais fiel aos meios e ritos “naturais” de se ter um filho. A verdade é que para se amar um ser como filho não depende em nada de idade ou cor de pele, depende somente da abertura para essa relação e do desejo para que ela aconteça e tome forma. Essa é a opinião profissional de quem já acompanhou mais de 3000 casos de adoção.

Podemos dizer que os maiores desafios antes de adotar uma criança mais velha são os preconceitos e mitos que essa prática envolve. Crenças de que a criança já esteja tranzendo traumas vividos na família de origem e na instituição de onde vem, que já tragam hábitos ou vícios cotidianos difíceis de serem “retirados”. Medo de que a criança não se adapte ou que não reconheça os adotantes como “verdadeiros” pais, que os rejeite ou queira voltar para os pais de origem.

Os adotantes têm medo de serem abandonado, mas devem olhar para o medo da criança em ser abandonada pela segunda, terceira, quarta vez, como pode ocorrer. Algumas pessoas têm o discurso de que querem “moldar” o filho que chegará, mas não pensam que ele fará de tudo para ser aceito dentro de suas possibilidades e que aceitará os novos pais como são.

Todos os envolvidos na adoção se sentem ansiosos e nervosos, afinal é um “parto”, nasce uma nova família, tudo se recria, mas na realidade o sujeito mais frágil nesta situação é a criança, que está em desenvolvimento e com muito medo de crescer no desamparo, desamparo este que só causa sofrimeto e dor, essa criança precisa sentir segurança em quem está adotando-a.

Existem muitas "vantagens", se é que podemos chamar assim, em se adotar uma criança mais velha, por exemplo, elas desejam conscientemente uma família, já sabem que vêem de uma outra família, mas que por algum motivo não puderam permanecer com ela e precisam de pais substitutivos, estão dispostas a se doar e a amá-los como nunca, elas querem acreditar que é possível sentir segurança, que desta vez ela será amada e que ela é digna desse amor.

Por Cintia Liana

Livro da Psicóloga Cintia Liana sobre o percurso de construção da família através da adoção e seus aspectos psicológicos
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http://www.agbook.com.br/book/43553--Filhos_da_Esperanca
(2ª Edição - 2012)

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