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Por
Cintia Liana Reis de Silva
O termo
terapia significa relação de ajuda e psicoterapia relação de ajuda através do
psiquismo. O profissional habilitado para fazer a psicoterapia é o psicólogo
que tem formação na área.
A mente
humana é um enigma onde podem ser encontradas todas as respostas para os
aspectos da vida do homem, os motivos de seus problemas, infortúnios, escolhas
mal feitas, padrões de comportamento, falências, repetições de erros, relações
conflituosas, problemas com os filhos, etc. Todos esses mistérios podem ser
desvendados com cuidado, com o desejo do terapeutizando em um processo
contínuo, sério, de investimento emocional, de tempo e na frente de um
profissional competente e ético.
Ainda
existem muitos preconceitos em relação a terapia e a quem se submete à ela, mas
em alguns círculos sociais fazer terapia é sinal de inteligência e maturidade.
Em alguns Países já virou moda e sinônimo de elegância, trazendo um certo
status social.
A
verdade é que quem se submete a um processo de autoconhecimento no mínimo quer
se confrontar, não se acomoda em se conhecer pouco, como a maioria das pessoas.
Quer cuidar e se sentir bem consigo mesmo sem artifícios: como fazer fofoca e
nutrir curiosidade pela vida alheia para achar que a sua vida é um pouco melhor;
comprar para se sentir mais valorizado; beber e usar drogas para se sentir mais
seguro; ser arrogante ou se sentir falsamente mais inteligente ou especial para
e sentir menos inferior ou mostrar aos outros que possui bens materiais para se
sentir mais importante.
Na
terapia se pode construir um self mais sólido, pois se adquire uma visão sócio
histórica mais consciente de si mesmo e se entende que a autovalorização é algo
que vem de dentro para fora e não de fora para dentro, que o se sentir bem é
uma busca de quem se é de forma franca, se aceitando, se respeitando, se
sentido responsável por sua própria vida e capaz de mudá-la e isso inclui o
reconhecimento da própria família, da própria história, da própria identidade,
das próprias feridas infantis, dos dilemas, fragilidades, traumas, faltas,
carências e dores.
Problemas
físicos também podem nascer das dificuldades e contratempos emocionais, como
febres sem motivo, dores do corpo, problemas respiratórios, de pele,
gastrointestinais, dificuldade em engravidar e muito mais. Existem várias áreas
da psicologia que tratam esse sintomas físicos como a psicossomatização, a
biossíntese, a bioenergética... O corpo é um reflexo da mente, dos sentimentos.
De
acordo com a teoria de sistemas familiares e do teórico Bowen existe uma força
vital que é a diferenciação. É uma capacidade instintiva que impulsiona o ser
humano a amadurecer e a tornar-se uma pessoa emocionalmente independente da
família, apesar de que ninguém nunca será capaz de adquirir uma completa independência
emocional em relação a ela. Mas quanto maior é o grau de maturidade dos pais,
maior poderá ser o grau de maturidade dos filhos, ou seja, a diferenciação
básica é amplamente determinada por um processo emocional multigeracional.
Mesmo assim, o indivíduo pode chega num ponto onde começa a ver mais claramente
os seus modelos familiares intergeracionais adoecidos, o emaranhado familiar,
aquilo que ele quer levar e o que ele quer abandonar em relação a sua própria
família, e entende que pode fazer melhor do que os seus pais fizeram, melhorar
as futuras gerações, se tornado menos reativo e mais responsivo, com a
capacidade de pensar, sentir e agir por si mesmo e só após essa tomada de
consciência é que ele estaria em grau de ter filhos e educar um outro ser
humano.
Idade
não determina e nem traz maturidade. Algumas pessoas podem ficar paralisadas no
tempo, com uma baixo nível de diferenciação. São pessoas reativas, ansiosas e
solitárias, não criam relações duradouras e se sentem desconfortáveis nas
relações. Podem se sentir secretamente superiores para encobrir o sentimento de
infelicidade, inferioridade e vazio. São pessoas que agem sempre no intuito de
ir contra a opinião dos outros, normalmente são crianças nascidas em famílias
desarmoniosas, com um alto grau de tensão, com pais desatentos e imaturos.
Esses indivíduos quando crescem têm como repertório de valores e crenças
opor-se a crença dos outros, são negativistas e contraditórios.
A
terapia facilita e promove esses processos maturacionais, pois nela exercita o
olhar voltado para si mesmo e vê não só o que ele quer mas também o que ele não
gostaria de ver, a sua parte sombra, a sua imaturidade, dependências, vícios
cotidianos, como de fato está educando seus próprios filhos e enxerga o que ele
passou a vida escondendo dele mesmo e dos outros, caem suas máscaras sociais aprendidas, se questiona os
padrões familiares internalizados. O paciente aprende a comunicar e traduz em
palavras o que o incomoda nos outros e em si mesmo e vai entendendo os seus
sentimentos, de onde vêm e quais são as suas causas.
A
partir dessa tomada de consciência o paciente se liberta de muitas amarras
invisíveis, o funcionamento do seu self se torna menos dependente do suporte e
da aceitação dos outros e pode aprender a se relacionar de um modo mais
confortável e a se comportar como sempre teve vontade, mas não conseguia, se
permitindo crescer.
Resumindo,
fazer terapia é para os “fortes”, afinal se olhar no espelho “nu e cru” não é
algo para os “fracos”. Os fracos fingem não ter dificuldades, já os fortes
querem vê-las, enfrentá-las e superá-las. Enfim, fazer terapia é um luxo!
Por
Cintia Liana Reis de Silva