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23 de novembro de 2015
Por Fernanda Fock
Site "se as mães soubessem"
Um dos mitos
mais difundidos da maternidade é que colo demais ‘estraga’, mal acostuma e mima
o bebê. Infelizmente, ainda é comum ouvir discursos como este, especialmente
quando a mãe recém pariu o seu bebê. Mas tranquilize-se, ninguém estraga por
dar amor demais, carinho demais, muito menos colo demais.
Assim que
nasce, o bebê se depara com um mundo completamente diferente daquele que ele
conhece, com novas sensações dentro e fora do seu corpo. Tudo é uma grande
novidade, o estômago digerindo, o intestino funcionando, a fome, o sono, a
luminosidade, os sons que nunca ouviu, etc.
Talvez, se
tivéssemos a memória dos nossos primeiros dias, seria mais fácil entender o que
se passa na percepção dos bebês. É preciso apoiá-lo nesta descoberta do novo
mundo. Mostrar para ele que aqui fora pode ser tão confortável quanto dentro na
barriga da sua mãe, que aquelas sensações que davam prazer, conforto e
segurança podem ser simuladas em sua adaptação para a nova vida.
Aliás, por
isso mesmo que bebês pequenos são chamados de “bebês de colo”. Porque o colo é
uma necessidade para o bebê. Os bebês humanos nascem completamente dependentes
de seus pais. São os mais indefesos entre todos os mamíferos e precisam
sentir-se acolhidos, seguros e guiados por seus pais.
A teoria da
extero-gestação, apresentada pelo antropólogo Ashley Montagu popularizada pelo
pediatra Harvey Karp, afirma que os bebês humanos nascem antes de estarem
totalmente prontos ou maduros. A teoria descreve que ao longo da evolução do
ser humano, para que ele pudesse caminhar, houve transformações fundamentais,
dentre elas o estreitamento do osso da pelve por onde os bebês passam ao
nascer. Portanto, se aguardássemos o desenvolvimento completo do sistema
nervoso, cerca de mais três meses, não haveria espaço suficiente para a
passagem no nascimento.
Como a
própria palavra sugere, extero-gestação significa que o bebê continua a se
desenvolver, porém fora do útero. Ele precisa vivenciar um ambiente acolhedor,
que traga as mesmas sensações de segurança do ambiente intrauterino, para
continuar em pleno desenvolvimento. Sentir-se seguro é fundamental para o bebê
e a segurança pode ser promovida através do colo, do contato pele a pele, do
som do coração, do acalento, da amamentação em livre demanda, da canção de
ninar, da massagem, etc.
Tudo o que os bebês precisam é de muito amor e apoio nessa transformação
de vida. Se carregar o bebê cansa seus braços, utilize um sling para mantê-lo
próximo. Inspirados em carregadores de bebês tradicionais de diversas culturas, o uso
destes carregadores de pano permite que o bebê permaneça em contato direto com
seu cuidador pelo máximo de tempo possível, como se estivesse dentro de uma
bolsa de canguru.
Essa
proximidade promove uma interação mais sutil, facilita a comunicação do bebê
com o pai ou mãe, fortalece os laços afetivos, tranquiliza o bebê e para o
cuidador é uma maneira confortável de estar com o bebê e com suas mãos livres.
Fernanda Fock
Fonte: http://seasmaessoubessem.com.br/2015/11/23/lugar-de-bebe-e-no-colo/
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