Victoria, Bia e Esther. Fina Estampa.
Aproveitando novamente, falo de direitos da criança. Mais uma confusão promovida pela novela "Fina Estampa", quando coloca em discussão o direito de duas pessoas adultas na frente daquele que é mais importante no processo, a criança.
A justiça prevê acima de tudo que sejam respeitados os direitos da criança, para isso levanta a situação em seus aspectos psicológicos, sociais, de manutenção das necessidades básicas do menor, entre outros.
A criança foi gerada e criada até certa idade por uma pessoa, isso quer dizer que existe relação de apego. A mãe que gerou e cuidou quer ficar com a filha e tem totais condições de assistí-la e dar-lhe uma vida digna, sendo também uma pessoa equilibrada. Tudo isso deve ser analisado pelos tecnicos da vara da infância ou de família na hora de um possível processo.
A mãe que doou o óvulo, não há vínculos concretos com a menor. Ser mãe está na experiência da maternagem. O que a impulsiona psicologicamente de início é ver na criança a continuidade do seu vínculo com o homem que amava, Victória é a personificação deste e a possibilidade de estar perto daquele ser que ela não conhece, mas acredita que por ter sua herança genética, assim como do homem que amava, é sua filha. A velha crença e fantasia na força dos vínculos consanguíneos.
A personagem Esther deu vida a menina, foi ela quem a alimentou através do cordão umbilical, sentiu seus movimentos dentro da barriga, a desejou, sentiu a dor do parto, "deu a luz" e cuidou dela por todos aqueles meses. Ou seja, as duas têm uma história concreta e a vivência de um sentimento recíproco de pertencimento.
De todo modo, a Justiça defende os direitos daquele ser indefeso, com o olhar da ciência, sobretudo da psicologia. Retirá-la da mãe que cuidou e deu toda a subsistência seria crueldade. Já é provado o tamanho do sofrimento e dos prejuísos emocionais que sente uma criança ao ser afastada daquele que sente amor.
Enfim, não teria a necessidade em se discutir tanto na novela, promovendo e instaurando dúvidas no cotidiano das pessoas, com diálogos e reafirmação medíocres e errôneas sobre maternidade. Colocando a herança genética, que traz um simples óvulo, como algo tão grandioso.
Vitória fica com Esther, para que não sofra com o corte do vínculo saudável materno e com quem já desenvolveu plena relação de apego.
Por Cintia Liana
2 comentários:
concordo plenamente por isso me revolto tantoo com essa discussao da novela q por vezes acaba reforçando certos preconceitos sociais para com a maternidade nao biologica!
É muito triste ver este assunto sendo discutido de forma tao frivola na novela.
Renata
www.descobrindoamaternagem.blogspot.com
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