Volto a falar de adoção de crianças maiores. Percebo que esse assuto é urgente. Filas imensas de pessoas que alimentam o desejo de adotar um bebê e os abrigos cheios de crianças acima de 5 anos, saudáveis, sonhando com uma família.
Mais um trecho de minha monografia:
Silva, Cintia L. R. de. Filhos da esperança: Reflexões sobre família, adoção e crianças. Monografia do curso de Especialização em Psicologia Conjugal e Familiar. Faculdade Ruy Barbosa: Salvador, Bahia, 2008.
No que tange a adoção tardia, Freire (2008, p. 6) lembra também que:
“Uma criança maior precisa compreender e aceitar uma adoção, e essa é uma experiência humana particularmente complexa. Todos aqueles sentimentos que ela não viveu, não aprendeu a viver, tais como: confiança, segurança, estabilidade, afeto, continuidade, delicadeza, pertencimento, dentre outros, de um momento para o outro, passam a fazer parte de seu cotidiano, e devem ser aprendidos, apreendidos, assimilados. Se é verdade que cabe aos pais uma grande responsabilidade, composta de muita paciência, tolerância e firmeza, na condução dessa mudança, é preciso reconhecer o imenso esforço que fazem os jovens adotados tardiamente para acreditar que, daquela vez sim, é para valer”.
A Cartilha Nacional da Adoção (2004) comenta que um dos maiores mitos e preconceitos sobre adoção é que adotar bebês é mais fácil que adotar crianças maiores em virtude do vínculo que se estabelecerá. A Cartilha esclarece que esta criança maior, se tiver tido algum problema ou trauma ela pode vir a superá-los e que um traço positivo é esta criança estar consciente das perdas que sofreu, sendo assim normalmente encontra-se disposta a investir muito mais nesse novo relacionamento familiar. A Cartilha também afirma ser incontestáveis os casos bem sucedidos de adoção tardia e os casos de insucesso se devem a outras variáveis que não estão relacionadas com a faixa etária dos adotado.
Todos nós convivemos com pessoas no nosso ambiente de trabalho, escola, faculdade, com namorados, cônjuges, enfim, pessoas já crescidas já crescidas e que não conhecíamos anteriormente e nada sabíamos do seu passado e nem por isso deixamos de criar fortes vínculos afetivos com algumas delas, a quem normalmente “adotamos”. Essas pessoas passam a fazer parte de nossas vidas.
Schettini (2006) traz que muitos adotantes alimentam o desejo de adotar um recém-nascido, com a fantasia de que assim o filho se apegará mais facilmente, não trazendo uma história anterior de possíveis traumas e sofrimentos, como geralmente acontece nas adoções de crianças maiores. A maioria dos candidatos a pais resistem em aceitar e s abrir para a adoção de crianças maiores, por terem medo dessa bagagem da criança, que pode ser trazidas da convivência com suas famílias de origem ou das instituições de acolhimento.
Os medos são muitos, como o da criança ter dificuldades em estabelecer novos vínculos com uma nova família, com os novos pais, de conseguir desenvolver amor e chamar os novos pais adotivos de pai e mãe e também medo da criança não conseguir se desligar de sua história anterior.
Schettini deixa claro que a construção da nova identidade se dará através de conflito, contestação e uma possível crise e isso deve ser encarado de frente, sem medo. Todos nós chegamos ao mundo de um jeito especial e não podemos exigir que ninguém seja uma tabula rasa. Devemos ser maduros e entender que podemos transformar a forma de lidar com nossas convicções e fazer com que aquilo que vai ser buscado no passado e reafirmado na história dessa criança pode nos ajudar a conhecer melhor a nova identidade dela enquanto filho adotivo e ajudá-la a entender como ela quer trabalhar e assumir esse passado.
Em relação ao pensamento de que a felicidade da criança pode ser vista como o resultado de um meio equilibrado, enquanto os seus fracassos poderiam ser atribuídos eventualmente a sua herança biológica, Freire (2008) acredita que hoje uma nova sensibilidade reconhece o valor e os limites da herança biológica e, ao mesmo tempo, a grande importância do meio ambiente no desenvolvimento de todas as crianças, “sejam elas filhos biológicos e adotivos”.
Ele diz também que o que se discute numa adoção é justamente essa capacidade cultural dos encontros adotivos, que são afetivos e sociais, do filho ser reconhecido por seus pais e esse filho reconhecer aqueles adultos como pai e mãe.
A Cartilha Nacional da Adoção (2004) comenta que um dos maiores mitos e preconceitos sobre adoção é que adotar bebês é mais fácil que adotar crianças maiores em virtude do vínculo que se estabelecerá. A Cartilha esclarece que esta criança maior, se tiver tido algum problema ou trauma ela pode vir a superá-los e que um traço positivo é esta criança estar consciente das perdas que sofreu, sendo assim normalmente encontra-se disposta a investir muito mais nesse novo relacionamento familiar. A Cartilha também afirma ser incontestáveis os casos bem sucedidos de adoção tardia e os casos de insucesso se devem a outras variáveis que não estão relacionadas com a faixa etária dos adotado.
Todos nós convivemos com pessoas no nosso ambiente de trabalho, escola, faculdade, com namorados, cônjuges, enfim, pessoas já crescidas já crescidas e que não conhecíamos anteriormente e nada sabíamos do seu passado e nem por isso deixamos de criar fortes vínculos afetivos com algumas delas, a quem normalmente “adotamos”. Essas pessoas passam a fazer parte de nossas vidas.
Schettini (2006) traz que muitos adotantes alimentam o desejo de adotar um recém-nascido, com a fantasia de que assim o filho se apegará mais facilmente, não trazendo uma história anterior de possíveis traumas e sofrimentos, como geralmente acontece nas adoções de crianças maiores. A maioria dos candidatos a pais resistem em aceitar e s abrir para a adoção de crianças maiores, por terem medo dessa bagagem da criança, que pode ser trazidas da convivência com suas famílias de origem ou das instituições de acolhimento.
Os medos são muitos, como o da criança ter dificuldades em estabelecer novos vínculos com uma nova família, com os novos pais, de conseguir desenvolver amor e chamar os novos pais adotivos de pai e mãe e também medo da criança não conseguir se desligar de sua história anterior.
Schettini deixa claro que a construção da nova identidade se dará através de conflito, contestação e uma possível crise e isso deve ser encarado de frente, sem medo. Todos nós chegamos ao mundo de um jeito especial e não podemos exigir que ninguém seja uma tabula rasa. Devemos ser maduros e entender que podemos transformar a forma de lidar com nossas convicções e fazer com que aquilo que vai ser buscado no passado e reafirmado na história dessa criança pode nos ajudar a conhecer melhor a nova identidade dela enquanto filho adotivo e ajudá-la a entender como ela quer trabalhar e assumir esse passado.
Em relação ao pensamento de que a felicidade da criança pode ser vista como o resultado de um meio equilibrado, enquanto os seus fracassos poderiam ser atribuídos eventualmente a sua herança biológica, Freire (2008) acredita que hoje uma nova sensibilidade reconhece o valor e os limites da herança biológica e, ao mesmo tempo, a grande importância do meio ambiente no desenvolvimento de todas as crianças, “sejam elas filhos biológicos e adotivos”.
Ele diz também que o que se discute numa adoção é justamente essa capacidade cultural dos encontros adotivos, que são afetivos e sociais, do filho ser reconhecido por seus pais e esse filho reconhecer aqueles adultos como pai e mãe.
Freire (2008, p. 8) lembra que:
“Nas adoções que precisamos construir, o meio adquire imensa importância, pois ele precisará aceitar aquilo que é diferente do habitual, aquilo que ameaça, aquilo que desafia, falamos da construção das adoções necessárias daquelas crianças e adolescentes ainda hoje esquecidos em instituições privados do direito fundamental à convivência familiar e comunitária. Como em todas as culturas, precisamos irrigar terrenos por vezes áridos, precisamos torná-los sensíveis e receptivos, precisamos arejar, precisamos semear, na adoção, precisamos, sempre, lançar sementes de humanidade, sementes de amor, fé e esperança”.
Por Cintia Liana
Referência:
FREIRE, Fernando. As crianças que já não têm família. Disponível em: http://www.mp.rs.gov.br/infancia/doutrina/id150.htm. Acesso em: 03 de julho de 2008.
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE PERNAMBUCO - Segunda Vara da Infância e da Juventude da Capital. Cartilha Nacional da Adoção. Perguntas mais comuns sobre adoção de crianças e adolescentes e suas respostas. 2004.
SCHETTINI, Suzana S. M.; AMAZONAS, M. C. L. de A.; DIAS, C. M. de S.. Famílias adotivas: identidade e diferença. Psicologia em Estudo. v. 11, n. 2, Maringá, maio/ago. 2006.
8 comentários:
É muito difícil de adoptar uma criança em qualquer pais por quererem um bebe, mas tenho um caso de uma criança com síndrome de dawn que a criança foi retirada aos pais por serem incapazes e os filhos do pai não sabiam sequer que tinham uma irmã.o filho mais velho desde que soube que visita todas as quartas feiras e tem tentado que lhe dessem a menina, tem casa tem trabalho e muito amor para dar mas nao lhe entregam porque teria de ser casado! assim haverão muitas Danielas por esse mundo fora sem uma casa um lar. eu como cunhada me responsabilizaria da criança quer o mu cunhado estando ausente ou nao, mas nao pode ser assim, entao lamentamos todos que aquela criança poderia nos ser entregue e a segurança social portuguesa ajudasse em termos económicos se achasse que não tínhamos poder económico, pudesse verificar o estado da criança quer físico, psicológico, higiénico e o seu desenvolvimento mas não eles preferem dar a adopção depois de terem deixado por este tempo todo a ilusão de termos a chance de a ter.
A menina da foto esta para adoptar?
Ela é muito parecida comigo e com a minha filha,sou solteira tenho casa própria, um cabeleireiro onde trabalho, nao tenho dividas e tenho muito amor para dar e a minha filha sempre me pediu uma irma gemea, quem sabe se conseguiria ter alguma chance de adoptar.
Edith, obrigada pela visita aqui no blog.
Olha, aqui no blog não tem nenhuma foto de crianças para adotar, as que tenho são fotos minhas, do Google Imagens e de fotógrafos.
Mostrar qualquer foto de crianças para adoção é ilegal, não se pode divulgar fotos de crianças para adoção em hipótese alguma, pq se não vira uma vitrine e as crianças produtos, por isso nós prifissionais da área devemos ter cuidado e alertar a todos.
Além do mais, eu não conheço crianças para adoção e nem divulgaria se soubesse pq isso é contra a lei e pq isso poderia gerar problemas.
Todo o procedimento deve correr na Vara da Infância e Juventude de sua cidade, onde vc deve entrar com o pedido de habilitação para adaoção.
Tudo deve ser feito dentro da lei para que tudo corra com a máxima proteção para a criança e para os adotantes. Somente a Justiça pode intermediar uma adoção e disponibilizar uma criança, ninguém mais o pode.
Não me entenda mal, não é uma resposta agressiva, só uma explicação necessária para que tudo fique bem claro aqui em meu blog, pq adoção é uma coisa muito séria e a proteção das crianças tbm.
Volte sempre. Um abraço.
eu sei que adoção é coisa seria.acredite sei o que penso e o que sinto, eu tenho ajudado a criar muita gente e a resolver problemas e adotei um irmão com um grave problema e lutei 20 anos para k fosse operado, sei o que são sacrificios por alguem.
não vivo no Brazil, vivo em Portugal neste momento estou em Chicago a resolver e ajudar o meu irmão, quando falo em adotar uma criança nao falo em adotar uma boneca para a minha filha mas sim adotar outra filha. filho do nosso ventre nos amamos porque é nosso, filho adotado nos amamos porque é nosso porque lutamos.
eu tambem achei estranho ter fotos de crianças pois sim seria uma vitrine, muita exposiçao.falei em se poderia adotar sozinha porque criei a minha filha sozinha tambem por ser melhor para ela derivado a problemas pessoais do pai, mas ela sabe e pode ver sempre que quizer so que é ele que nao quer. tem muito amor, carinho educaçao e palmada na hora certa e é a pessoa que mais amo na vida, gostaria de ter 3 filhos so tive ela quem sabe adotar uma e mais um biologico ou adotar dois mesmo.
obrigado pela resposta.
Cara Edth, vc parece ser uma pessoa muito guerreira. É isso aí! Siga em frente com o seu desejo de adotar.
Vc deve se dirigir a uma entidade de adoção internacional em Portugal (onde vc tem residência fixa) que trabalhe com crianças brasileiras. Veja se vc acha na internet.
Se precisar de consultoria e auxílio me fale, eu tbm trabalho com isso.
cintialrdesilva@yahoo.com
Um abraço.
ola, de novo por aqui, mes que vem saira a decisao final sobre a minha princesa, confesso que estou extremamente nervosa, mas ja vive connosco a 2 anos.
passados dois anos estou de volta e quero dizer que nao consegui a adoção porque meu marido é irmão mas mes que vem sai a decisao definitiva da guarda da menina que ja vive connosco desde dia 1 de outubro de 2011, nos xama de pai e mae e e a coisa mais fofa, inteligente meiguinha menina especial mas nos temos muito amor para dar.
Ola outra vez
Passei por aqui para dar noticias e dizer que estamos a viver em Londres, nao foi facil a primeira escola publica por muito que digam que nao, a descriminacao existe, e triste mas estamos ca para lutar e fazer a minha princesa crescer e vencer ...Pis que querem adoptar, nao desistam, confiem no que sentem lutem, nao tenham medo de lutar, essas criancas precisam de amor e de um lar e nos delas para nos fazer sentir vivos, uteis amados e darmos o que de melhor a no mundo amor e carinho...
Postar um comentário