"Uma criança é como o cristal e como a cera. Qualquer choque, por mais brando, a abala e comove, e a faz vibrar de molécula em molécula, de átomo em átomo; e qualquer impressão, boa ou má, nela se grava de modo profundo e indelével." (Olavo Bilac)

"Un bambino è come il cristallo e come la cera. Qualsiasi shock, per quanto morbido sia
lo scuote e lo smuove, vibra di molecola in molecola, di atomo in atomo, e qualsiasi impressione,
buona o cattiva, si registra in lui in modo profondo e indelebile." (Olavo Bilac, giornalista e poeta brasiliano)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

História real de adoção homoafetiva - Parte 1

Foto: Google Imagens

Parte 1

1 ) Depois de todo o processo que nós tivemos que passar para entender sobre adoção e tirar os mitos, que creio todos os adotantes tem no começo, veio a primeira etapa, a minha habilitação.

Desde o início da minha habilitação sempre deixamos claro à Vara da Infância e Juventude que caso eu conseguisse adotar, meu companheiro entraria com um segundo processo para que fosse também juridicamente reconhecido como pai.

Nunca sentimos preconceito algum por parte de nenhum membro da VIJ de Natal, ao contrário, sempre fomos MUITO bem tratados (inclusive parecia que torciam por nós), desde o pessoal de apoio, passando pela Assistente Social, Psicóloga e findando no Juiz e Ministério Público.


2 ) Pronto, estou habilitado para uma menina branca de até 2 anos, sem problemas de saúde, a famosa visão de criança perfeita, e agora? Bom, agora tenho que estabelecer contato com crianças para entender mais sobre elas (apesar de ser tio de 14 e na época tio-avô de 1, hoje 2).

Comecei a fazer trabalho voluntário em um abrigo, ia ao menos 4 vezes por semana, levava balas, brinquedos e muito carinho.

Depois de um certo tempo entra no abrigo um caboclo que eu ainda não tinha conhecido, pois no horário que eu ia ao abrigo ele estava na creche. Brinquei muito com ele e comecei a ir em horários que sabia que ele estava lá, porém tinha na minha cabeça que não poderia criar expectativas pois eu teria que ser chamado pela VIJ e não conhecer uma criança e tentar a adoção. Mas às vezes as coisas conspiram ao nosso favor e um dia veio algo que me deixou bambo. Eu já estava no abrigo quando essa criança (hoje meu filho) estava chegando e veio correndo para me abraçar e me chamando de PAI. Desmontei na hora.

A responsável pelo abrigo, percebendo o vínculo que estava sendo formado, me chamou para conversar e foi quando ela me informou que a comarca dele não era Natal e sim uma pequena comarca do interior que não existia fila (ainda estava meio informal). Bingo. Sai de lá para falar com meu companheiro que em primeiro momento achou que fugia muito do perfil inicial (e fugia mesmo, mas às vezes o perfil inicial esta fora do que o destino nos prepara) e então resolvemos que iríamos passar um dia (junto com alguém do abrigo) com as crianças maiores que 4 anos do abrigo. Neste dia meu companheiro entendeu por que eu estava tão ligado a criança. De todas foi a que mais se divertiu, brincou, cativou e sorriu (apesar de na época ter graves problemas dentários). O vínculo estava feito e meu companheiro concordava. Vamos a luta.


No próximo post a continuação desta linda história.

Este é um texto cedido por um novo amigo meu da adoção. Em nome da luta pela adoção ele me enviou um texto adaptado  em um curso virtual em uma comunidade na internet - GVAA - Adoção,um exemplo de amor - com 43.763 membros.

O autor se coloca a inteira disposição para responder à perguntas. Podem deixar suas perguntas na parte de comentários e se preferirem coloquem seus respectivos e-mail, se não, ele responderá também na parte de comentários.

Texto original da exposição:

Agradeço o texto e parabenizo esta pessoa tão guerreira, que corre atrás de seus direitos enfrentando todos os obstáculos e se realizando enquanto pai e homem no mundo. 


Postado Por Cintia Liana

Nenhum comentário: