Mandy Lynne
2ª parte, na íntegra, da entrevista de Cintia Liana, cedida ao Diário de Pernambuco
Como essas novas famílias foram se formando ao longo dos tempos? Quais seriam as futuras famílias?
"Primeiro precisamos desconstruir a crença de que o modelo patriarcal de família colonial foi o mais comum, a história, neste sentido e em muitos outros, foi manipulada." (SILVA, 2011, p. 41)
"Corrêa (1981), em seu texto “Repensando a família patriarcal brasileira”, mostra como as elites dominaram a literatura e estabeleceram um modelo ideal dominante de estrutura familiar, impondo uma ordem pré-definida de família, sobrepujando-se a todas as outras formas de constituição familiar, consequentemente, marginalizadas no decorrer da história. O retrato que temos da família brasileira é que o modelo patriarcal de família do Brasil colonial foi substituído pelo modelo de família conjugal moderna, onde a única coisa positiva neste acontecimento foi do matrimônio deixar de ter como principal objetivo o da manutenção da propriedade comum e de interesses políticos de um grupo para dar lugar a satisfação de impulsos sexuais e afetivos." (apud SILVA, 2011, p. 41)
"Corrêa (1981) também fala que a perspectiva antropológica de família nos leva a refletir sobre a possibilidade dos grupos dominantes de uma determinada época e lugar terem camuflado e ignorado da história toda uma gama de personagens, movimentos, ramificações externas, transações internas e ter estabelecido por interesse um modelo de família conveniente e colocado sua identidade num prisma automático." (apud SILVA, 2011, p. 42)
"Esse modelo de família brasileira faz passar uma visão de uma homogeneização histórica. Colocar este modelo de construção social do humano como uma modelo absoluto, para descrever todas as outras construções humanas e sociais, desrespeita, fere, marginaliza todas as outras que existem e ignora uma multidão de terceiros." (SILVA, 2011, p. 42)
"Penso que os grupos de poder manipulam informações para moldar as pessoas, têm a ousadia de ditar como devem ser as coisas, o que é “normal” e o que não é. Tudo isso no intuito de estabelecer uma falsa ordem social, contudo, ensinar a pensar abertamente é o caminho mais longo, porém o mais inteligente e libertador, é o único caminho que nos levará ao respeito pelo que é chamado ainda de “diferente”." (SILVA, 2011, p. 43)
Referência:
SILVA, Cintia Liana Reis de. Filhos da Esperança: Os Caminhos da Adoção e da Família e seus Aspectos Psicológicos. Agbook: Rio de Janeiro, 2011.
Observação:
Foram usadas algumas partes do meu novo livro para a composição das respostas.
Por Cintia Liana
Foram usadas algumas partes do meu novo livro para a composição das respostas.
Por Cintia Liana
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