Google Imagens
As adoções internacionais são bem diferentes das nacionais em todos os pontos do processo, em como se faz, até em relação ao perfil da criança disponibilizada.
A internacional deve haver a aceitação dos órgãos de Estado e da entidade que acompanha toda a adoção entre Itália e Brasil, assim como a aprovação do Estado do País do origem da criança e da CEJA (Comissão Estadual Judiciária de Adoção).
A nacional, requer somente a aprovação do Estado, responsável pela criança.
As adoções internacionais e nacionais são vistas de modos diferentes e encaram os preconceitos referentes a cada uma delas.
O perfil de crianças disponibilizadas para adoção internacional é diferente da nacional. Somente são indicadas para adoção internacional crianças que não têm mais chance alguma de inserção em família substituta brasileira, incluindo a de origem, como a família extensa. São crianças que já esgotaram todas as possibilidades de aceitação, normalmente maiores de 9 anos, grupos de irmãos e/ou com algum problema físico ou mental, ou seja, fora do perfil que o brasileiro geralmente deseja para ser seu filho hoje.
As entidades de adoção internacionais encaminham os processos já autorizados e traduzidos a CEJA quando esta entidade têm uma família interessada na adoção de uma criança disponibilizada dentro do perfil de busca do casal. O processo é analisado pelos técnicos da CEJA, antes de decidirem se a criança de fato vai para o casal interessado.
A destituição é feita e se inicia o processo, até aí os casais esperaram muito tempo, com muita ansiedade. Depois o casal vai ao País de origem da criança para as outras etapas já descritas.
O processo de habilitação para adoção internacional e a espera pelo filho são maiores, mas o período de convivência é menor, são mais ou menos 45 dias que o casal deve passar em País estrangeiro para a adaptação com o filho, para receber a sentença judicial e para a emissão dos novos documentos, incluindo o passaporte da criança. O tempo é menor porque o casal viaja para conhecer a criança só depois que esta foi destituída do poder familiar, então a espera maior é antes do primeiro contato com a criança.
Os casais italianos esperam ansiosamente sem ainda nem ter conhecido os filhos, sem nem mesmo conhecer o rosto pelo qual já se preocupa com o bem estar e pelo qual já desenvolve amor.
Ocorre que quando eles pedem aquela adoção, a criança é destituída, só depois eles partem para encontrá-la. Nas nacionais muitas vezes as crianças são destituídas durante o estágio de convivência com a nova família.
A entidade em que trabalho por exemplo é autorizada para atuar em todo o Brasil e Colômbia, e deve também ser cadastrada em cada CEJA de cada Estado e cada uma trabalha de forma um pouco diferente, o que dificulta de certa forma a atuação das entidades, até a forma de informar as crianças disponíveis a adoção é diferente em cada CEJA.
Há muito ainda o que melhorar, as pessoas precisam se informar, trocar conhecimentos, ter o interesse em ajudar, padronizar metodologias, as leis precisam ser coerentes, precisamos ter segurança sem tanta burocracia e sobretudo humildade para ter uma relação saudável com todos.
Por Cintia Liana
Nenhum comentário:
Postar um comentário