"Uma criança é como o cristal e como a cera. Qualquer choque, por mais brando, a abala e comove, e a faz vibrar de molécula em molécula, de átomo em átomo; e qualquer impressão, boa ou má, nela se grava de modo profundo e indelével." (Olavo Bilac)

"Un bambino è come il cristallo e come la cera. Qualsiasi shock, per quanto morbido sia
lo scuote e lo smuove, vibra di molecola in molecola, di atomo in atomo, e qualsiasi impressione,
buona o cattiva, si registra in lui in modo profondo e indelebile." (Olavo Bilac, giornalista e poeta brasiliano)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A oração de um filho adotivo

Cacau Waller

Senhor, hoje posso assim chamar-te porque aprendi a pronunciar este teu nome santo e maravilhoso com a mulher que hoje chamo e sempre chamarei de Mãe.
Alguém um dia, abandonou-me em um hospital quando tinha apenas 3 meses de vida.
Não sei porque fizeram isso comigo!
A semelhança de todas as outras crianças que no mundo sofrem, sofri muito em consequência apenas dos erros dos adultos.
Paguei muito caro por males que não cometi!
Porém não tenho nenhum rancor de quem me abandonou.
Depois de tratado em um hospital, levaram-me para um orfanato onde só conheci tios e tias, pois foi assim que me ensinaram a chamar todos os que me cercavam.
Queria balbuciar a palavra mãe.
Mas, quem me ouviria? Ninguém!
Nas noites frias e geladas, quantas vezes estas palavras, ficaram entaladas em minha própria garganta. Se, em desespero, algumas vezes, depois de muito chorar, consegui com voz rouca e longínqua, pronunciá-las, perdiam-se elas na escuridão das noites solitárias e intermináveis.
Mas Tu, Senhor, que habitas no esconderijo do Altíssimo e moras nas fimbrias do infinito, me ouviste, enquanto os que estavam bem ao meu lado não me escutavam!
E Tu mandaste, quando tinha 3 anos, uma mulher que como anjo descido das tuas moradas, tomou-me para si e me amou, apesar do meu aspecto franzino e doentio e apesar dos meus modos, um pouco inadequados pois havia até então, crescido entre outras crianças que, como eu, também só conheciam tios e tias.
Que encanto, Senhor, foi poder chamar, pela primeira vez, alguém de mãe.
Esta palavra mágica agora me conduzia aos paramos da felicidade.
Com ela eu voava, até os castelos e idílios mais remotos dos sonhos, que uma criança podia sonhar.
Agora me parecia que todos os tios e tias do mundo sumiram e que, em toda parte, Tu [Deus] só fazias nascer mães.
Agora o sorriso de todas as faces, pareciam raios de sol fugentes e o gesto de todas as mãos pareciam salvas pejadas de amor.
Eu tinha renascido! Eu tinha revivido!
Agora, Senhor, só peço uma coisa: me dê forças para viver em permanente gratidão a Ti. (De Geração em Geração)

Autor desconhecido
Extraído ao boletim nº 185 de 08.05.2011 da IPI da Lapa



Postado Por Cintia Liana

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