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Amigos,
já que no grupo "Psicologia e Adoção" estamos falando sobre Constelação resolvi trazer um texto que fala de Sistema Familiar e sobre o que pensa o pai da Constelação Familiar, Bert Hellinger.
Antes faço uma observação, o assunto é muito denso, ele faz inferência a quase tudo em nível inconsciente, muitas coisas que a nossa censura e nosso senso de moralidade adquirido ao logo do nosso desenvolvimento rejeita, muitas coisas difíceis de aceitar, são coisas muito profundas, inconscientes, quase impossível de uma pessoa que nunca experimentou a transpessoalidade entender (como é impossível sentir na pele o que é ser mãe sem nunca ter sido), então quando Bert fala dos papéis de homem e mulher, por exemplo, ele não é machista, ele só traz uma luz arquetípica (ler os arquétipos de Carl G. Jung) ao caso, querendo colocar ordem num ambiente, estabelecendo papéis dignos sem competição ou desvalorizando as pessoas que os desempenham ou decidem desempenhá-los.
Concordamos com algumas coisas outras nem tanto, mas Hellinger é muito sábio e estudou muito para desenvolver sua teoria. Tudo tem um mistério.
Boa reflexão.
Cintia Liana
O que é a terapia de Hellinger?
As Ordens do Amor
"QUANDO COMPREENDEMOS as leis sistêmicas que permitem que o amor aflore, podemos conseguir ajudar pessoas e famílias que sofrem a encontrar soluções. É profundamente comovente observar os clientes se aproximarem da Ordem do Amor e, espontaneamente, se entregarem a um sentimento amoroso suave e profundo, às vezes após uma vida inteira de ódio, raiva e abuso. Citação de "A Simetria Oculta do Amor", de Bert Hellinger.
O que é a Ordem do Amor?
Foi em sua terapia sistêmica que Bert descobriu que o sistema familiar, como acontece em qualquer outro sistema, tem sua própria ordem natural e que, quando essa ordem é violada, os efeitos são sentidos nas gerações seguintes à medida que o sistema procura retornar à ordem. Parece haver algumas leis naturais que funcionam para manter a ordem e para fazer com que o amor flua livremente entre os membros da família.
De acordo com a terapia sistêmica de Bert Hellinger, a harmonia na vida em família acontece quando cada um de seus membros ocupa seu lugar de direito, assume seus papéis na vida, cuida de si mesmo e evita interferir no destino de outro.
A maioria das dificuldades pessoais e dos problemas de relacionamento decorre de desordens nos sistemas familiares. Essas desordens acontecem quando, sem termos consciência ou intenção de fazê-lo, incorporamos em nossas vidas o destino de outras pessoas que, às vezes, viveram num passado distante. Isso faz com que repitamos o destino de membros da família que foram excluídos, esquecidos ou cujos lugares não foram reconhecidos. Tentamos viver esse destino para eles ou criamos infelicidade em nossas vidas para diminuir nossa culpa.
As principais leis que atuam nas dinâmicas familiares parecem ser:
· Todos têm direitos iguais de pertencer ao seu sistema familiar;
· Há uma hierarquia na ordem de nascimento. Os que nasceram primeiro têm preferência sobre os que vieram depois;
· Os pais dão e os filhos recebem,
· A figura masculina ocupa a primeira posição na hierarquia, mas ela trabalha a serviço da figura feminina.
A violação dessas leis pode ocorrer, de forma não intencional, de muitas maneiras:
· Quando bebês são abortados, ou não se faz o luto pelos natimortos ou não se fala mais neles (não se reconhece a perda, não se expressa à tristeza sentida pela perda)
· Quando crianças ou adultos jovens morrem e não se faz o luto por eles
· Quando os filhos são doados para adoção e não se fala mais neles
· Quando os pais adotivos não reconhecem os pais biológicos dos filhos adotados
· Quando ex-parceiros ou relacionamentos importantes não são reconhecidos e honrados nos casais
· Quando relações extraconjugais são mantidas em segredo
· Quando vivências relacionadas com guerras não são lembradas e os mortos honrados
· Quando há segredos de família
· E muitas, muitas outras...
Quando qualquer das situações acima acontece, os efeitos são sentidos por muitas gerações, às vezes, duas ou três gerações depois. Esses efeitos se manifestam sob a forma de suicídio, depressão, esterilidade, doença física ou mental e dependência química, com freqüência sem que se tenha a menor consciência do que aconteceu nas gerações anteriores.
A violação da ordem natural do sistema causa emaranhados. As crianças começam a tornar-se como os pais, envolvem-se com as questões que dizem respeito aos pais, sofrem, elas próprias, na crença de que assim os pais sentir-se-ão bem. À medida que crescem, com freqüência sentem raiva e alguns tentam rejeitar a própria família, numa tentativa de viver uma nova vida, separadamente. Às vezes, mudam-se para o outro lado do mundo para desvencilhar-se das questões familiares, mas isso não funciona. Quando permanecem ligados a suas famílias desta forma, não estão livres para seguir seus próprios caminhos e, ao formarem um novo lar, nunca conseguem estar totalmente disponíveis porque ainda estão presas aos pais.
O que acontece num grupo de constelação?
Pede-se que o participante que vai trabalhar suas questões familiares diga qual é o desejo de seu coração. Geralmente, pergunta-se sobre fatos de suas famílias, ou a de origem ou a atual, o que for adequado para a situação. Os fatos são do tipo “mortes prematuras ou não naturais”, relacionamentos anteriores ou extraconjugais, abortos, natimortos, etc. Em alguns casos, o cliente pode preferir não expor questões pessoais no grupo e falará privadamente com o terapeuta antes da sessão.
Relatos sobre o “Tio X que diziam ser egoísta ou cruel” não são levados em conta, uma vez que freqüentemente os sentimentos dos participantes contradizem totalmente esses relatos. Assim, só se pergunta sobre os fatos realmente acontecidos.
Escolhem-se, então, pessoas do grupo para representar os membros da família. Estes são posicionados, de forma intuitiva, pela pessoa cuja constelação está sendo feita. À medida que entram no campo de energia daquela família, os representantes começam a sentir os sentimentos reais dos membros que representam. Olhando a forma como as pessoas estão posicionadas e perguntando como se sentem, o terapeuta pode começar a formar uma imagem interna do aspecto do sistema que possa estar fora de ordem. Ele então faz tentativas, movimenta as pessoas, inclui pessoas que possam estar ausentes, até que o coração se abra. Isso traz à luz as dinâmicas ocultas que levaram à violação da ordem. Quando o coração se abre, o grupo inteiro sente isso como uma experiência muito profunda e comovente. É como se a alma, finalmente, voltasse para casa. Falam-se frases de cura para honrar os membros da família que estão faltando e, assim, permitir que o amor flua livremente outra vez. No entanto, nem sempre é possível chegar a uma solução. Às vezes, há segredos que parece não termos permissão para desvendar; ainda assim, os efeitos parecem ser sentidos na família e, às vezes, de forma até mais poderosa do que se uma solução tivesse sido alcançada.
E isso funciona?
Às vezes, os efeitos são dramáticos, como crianças dadas em adoção entrarem em contato quando os pais biológicos fazem suas constelações, mulheres em casais inférteis ficarem grávidas, membros excluídos subitamente telefonarem. O mais comum é uma mudança gradual nos relacionamentos, um sentimento de paz interior, mais aceitação dos pais e de outros membros da família. Às vezes, não há qualquer mudança. Para algumas pessoas, a cura requer um nível de mudança que elas não estão dispostas a empreender. Ainda assim, quando as mudanças são sentidas, é como se tivéssemos, mais uma vez, entrado em sintonia com os movimentos de nossas almas e pudéssemos sentir-nos em paz. Isso é vivenciado como um sentimento de profunda alegria.
"A alegria flui a partir da alma quando estamos em harmonia com os movimentos da alma. Qualquer que seja o caminho, somos guiados por nossas almas. Se estivermos sintonizados, sentiremos que estamos ligados a algo maior, e isso é alegria. A alegria tem uma qualidade de plenitude e completude que decorre dessa conexão. Essa alegria é calma, significativa, irradiante. Na presença de pessoas que vivenciam essa alegria, nós nos tornamos calmos. Essa alegria não tem motivo, desejo ou intenção. É uma sensação de profundo contentamento”. Citação de Bert Hellinger numa oficina em Londres, em abril de 2000.
Postado Por Cintia Liana
Um comentário:
Olá, Cintia, parabéns pelo seu nobre trabalho!
"Constelações familiares" foi tema de meus estudos, nesta semana.
Também indico o link :
http://artebrasilis.blogspot.com/2010/11/constelacoes-familiares-desvendando.html
Abraço
Vera / Arte Brasilis
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