Foto: Hudson Matos
E-mail de uma mãe indignada com a reportagem da Globo em 2007 sobre Adoção Tardia.
Junho de 2007
Olá "mães e futuras mães"
Li a reportagem sobre a adoção tardia e não concordei com alguns pontos.
Eu adotei três crianças maravilhosas, elas chegaram em abril de 2006 e as registrei em dezembro de 2006. Nomes e idades, j., menina: 05 anos, f., menina: 03 anos e m., menino: 02 anos, na época. Eles são as coisas mais lindas do mundo! Eu e meu marido nunca fomos tão felizes na vida! Em nenhum momento houve: comportamento anti-social, regressão, perda de controle e etc.
Eu adotei três crianças maravilhosas, elas chegaram em abril de 2006 e as registrei em dezembro de 2006. Nomes e idades, j., menina: 05 anos, f., menina: 03 anos e m., menino: 02 anos, na época. Eles são as coisas mais lindas do mundo! Eu e meu marido nunca fomos tão felizes na vida! Em nenhum momento houve: comportamento anti-social, regressão, perda de controle e etc.
Também com relação a nova família que sonharam, muito pelo contrário da reportagem, assim que eles chegaram, nós combinamos: "Aqui será seu lar porém, aqui temos regras e essas regras devem ser seguidas". Eles entenderam perfeitamente e, graças a Deus, não tivemos nenhum problema.
Eu e meu marido sentimos que, na realidade, nós adultos é que colocamos "minhocas" na cabeça, pois nós dois ficávamos conversando tipo "o que vamos falar quando eles entrarem aqui em casa? Vamos dizer que agora é a casa deles? Vamos ficar quietos? E se eles não gostarem? Como eles vão chamar tio(s) ou pai(s)? Como vamos falar que somos seus novos pais? Enfim, uma série de coisas e sabem o que aconteceu? Nós saímos do abrigo e fomos comprar as caminhas. Depois de algumas horas juntos a do meio falou: "papai eu quero água", nós quase caímos duros de susto. Ou seja, a partir dai eles começaram no mesmo dia a nos chamar de pai e mãe e quando chegamos em casa, assim que entraram a mais velha disse: "olha nossa nova casa, tem tijolo, não tem ratos, que linda!".
Assim, eu e meu marido ficamos com cara de bobos, ou seja, não precisamos falar nada, nossos filhos é que falaram, eles que nos adotaram, eles que nos deram forças, eles que nos mostraram que barreiras são quebradas com um simples gesto de amor. Enfim, adoção tardia é uma coisa maravilhosa, não tenho como passar aqui nesse email, mas na pratica é algo divino, eu estou muito, muito feliz mesmo! E se pudesse adotar mais uns vinte, todos de maior idade...
Com relação a globo, isso é um absurdo, pois eu me considero a mãe mais linda do mundo (meus filhos me dizem isso quase todos os dias), dizem que me amam, que sou maravilhosa, que sou melhor que a mãe que eles pediam a Deus. Enfim, a globo não sabe de nada, não tem coração, sentimento, respeito, porque nós, mães adotivas, somos mães sim, mães de verdade, mães de coração, de alma, de espírito, ser mãe não é por no mundo e sim criar, educar, dar amor, carinho. As minhas meninas (J. e F.) conheceram sua genitora e em nenhum momento querem pensar em voltar com ela, pois eu, I., sou a mãe, ou seja, para mim, isso basta!
Por isso, mães adotivas ou não, mães que estão na fila, mães que estão pensando no assunto, não se importem com o racismo, com os ignorantes, pensem em vocês e na felicidade que é ter filhos, e pronto!
Beijos
I.
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E quem tem coragem de afirmar o contrário depois deste e-mail? Você é a mãe e uma mãe que demonstra ser imensamente feliz e realizada e ninguém duvida disso.
E olha como as crianças chegam tão conscientes do que querem, tão receptivas e ensinam tanto...
Esse e-mail me foi doado por uma mãe e o usei numa apresentação sobre a história social da criança, no primeiro módulo do meu curso de especialização em Psicologia Conjugal e Familiar em 2007, na matéria Antropologia. No trabalho quis mostar como o conceito e a valorização da criança vem mudando no decorrer da história.
Lindo e-mail.
Por Cintia Liana
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