"Uma criança é como o cristal e como a cera. Qualquer choque, por mais brando, a abala e comove, e a faz vibrar de molécula em molécula, de átomo em átomo; e qualquer impressão, boa ou má, nela se grava de modo profundo e indelével." (Olavo Bilac)

"Un bambino è come il cristallo e come la cera. Qualsiasi shock, per quanto morbido sia
lo scuote e lo smuove, vibra di molecola in molecola, di atomo in atomo, e qualsiasi impressione,
buona o cattiva, si registra in lui in modo profondo e indelebile." (Olavo Bilac, giornalista e poeta brasiliano)

sábado, 30 de outubro de 2010

Livro Arteterapia em Consultório, de Walkíria Andrade

Foto: Livro de Walkíria de Andrade Reis Freitas

A arteterapeuta Junguiana e terapeuta floral Walkíria Andrade lança seu primeiro livro intitulado "Arteterapia em Consultório, Uma Viagem Interior".

O livro, além de trazer conceitos da terapia analítica no sething de arteterapia, traz o estudo de dois casos, um deles de uma criança adotada.
Trata-se de uma excelente obra, pois Walkíria consegue reunir bom conhecimento científico, leitura clara, a expressão de um trabalho competente e extrema sensibilidade ao fazer suas intervenções junto aos pacientes.
Número de páginas: 254

Cintia Liana

Resumo:
O presente livro, trata da transcrição de uma monografia de especialização em Arteterapia realizada no Instituto Junguiano da Bahia e Fundação Bahiana para o Desenvolvimento das Ciências e trata da prática da Arteterapia em consultório, com enfoque na psicologia Analítica e sua utilização como meio de realizar a expansão da consciência desenvolvendo o autoconhecimento. Traz informações sobre o histórico, conceituação, pressupostos e metodologia da Arteterapia. Além do significado e importância da prática das expressões artísticas dentro do contexto terapêutico, buscando evidenciar, através de relatos de casos, a importância do processo no desenvolvimento da estrutura psíquica do ser humano. O trabalho resultou da realização de 50 atendimentos (ilustrados) em consultório, que conta com a participação de um adulto de 26 anos e uma criança com seis (06) anos de idade. Palavras-chave: Arteterapia, autoconhecimento, expressão, arte.

Por Walkíria de Andrade Reis Freitas

Disponível para venda em:
http://www.agbook.com.br/book/25954--ARTETERAPIA_EM_CONSULTORIO


Postado Por Cintia Liana

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

“Rosa Morena", Carlos Oliveira, 2010

Foto: Google Imagens


Rosa Morena, produção Brasil/Dinamarca, é o filme de estreia do diretor brasileiro Carlos Oliveira. E já em seu primeiro filme, de roteiro também seu com Morten Kirkskov, Carlos apresenta uma direção segura e um estilo de filme que não é comum por aqui.

Rosa Morena é um drama denso, realista e acima de tudo emocionante. Thomas é um homossexual dinamarques, que por essa condição, em seu país não pôde adotar uma criança. Vem então ao Brasil, onde tem um velho amigo, Jacob, em busca desse filho adotivo. Até aí temos o velho clichê do europeu rico que vai aos paises pobres em busca de filhos adotivos. Mas os clichês param por aí.

Não mais disposto a esperar pelos tramites legais da adoção, Thomas busca seu objetivo querendo “comprar” um filho. Aí já temos um primeiro questionamento. O fato de se comprar uma criança de uma mãe, mesmo em dificuldade é correto? O filme porém não para por ai, assim como Thomas busca comprar, existe os que querem ganhar em cima desse interesse, fazendo disso, como é frisado em certa altura do filme, um grande negócio.

Thomas tenta uma primeira vez, se aproximando de uma mãe humilde e fazendo uma proposta. Porém não é bem vinda. A esposa de Jacob, interpretada pela ótima Viviane Pasmanter, trabalha com comunidades carentes e conhece uma mulher grávida que tem interesse no “negócio”. Thomas conhece e se aproxima da mãe e de sua familia. Passa então a conviver, conhecer e até se envolver com ela. Essa aproximação acaba trazendo problemas e tensão.

O filme tem vários acertos. O roteiro muito bem escrito, a direção de fotografia Philippe Kress é muito bem realizada. Interessante notar como é muito mais um estilo europeu que brasileiro. O olhar da periferia, da pobreza é diferente de como é retratado nos filmes brasileiros. Pois como o diretor salientou, o Brasil que vemos alí é a partir da visão de um europeu.

A escolha do elenco também é um ponto certo. Rostos menos conhecidos e o ótimo roteiro dá naturalidade as interpretações. Você acredita em cada personagem. Viviane Pasmanter é o rosto mais conhecido, e ainda assim, não é um rosto óbvio. O filme não se vende pelo elenco famoso e sim pela questão que coloca.

Ainda temos trilha sonora. Algo que ainda é um problema na maiorida dos filmes brasileiros, aqui é outro dos pontos mais fortes. O responsável é o compositor dinamarques Frithjof Toksvig, desconhecido por aqui, mas em seu país é um compositor bem requisitado para trilhas de cinema, séries e comerciais.

“Rosa Morena” é um filme que questiona, mas não julga. Faz melhor. Nos coloca situações para que o espectador avalie, pense, se questione. E também chama atenção tanto para a lentidão na justiça para uma adoção (existem mais de 80 mil crianças orfãs no Brasil), para também o quanto é “facil” burlar a lei e conseguir esse filho por outras vias. Mais que certo ou errado, o filme nos apresenta uma realidade muito particular dessa situação, questionando mas não colocando um ponto final.

Cinema brasileiro com um outro e novo olhar. O jovem diretor Carlos Oliveira, que hoje vive na Dinamarca, trás uma autênticidade ao cinema brasileiro que vemos pouco. O cinema que por aqui costuma se resumir a comédias e filmes de ação, encontra nesse drama um debate sobre questõres muito próximas a nossa realidade. E aí é a grande chave do filme.

“Rosa Morena” não é um filme sobre favela, sobre pobreza, é sobre relações humanas e busca de um sonho. O quanto custa buscar o seu sonho e até onde podemos ir por eles.

Jair Santana




Postado Por Cintia Liana

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O Pequeno Italiano

Foto: Google Imagens

 SINOPSE

Vanya Solntsev (Kolya Spiridonov) é um garoto de 6 anos, que vive em um orfanato na Rússia. Como em breve será adotado por um casal de italianos ele ganhou o apelido de "pequeno italiano" entre os colegas de orfanato. Um dia Vanya vê uma jovem mulher chegar ao orfanato, buscando reaver o filho. Ele passa a sonhar que sua mãe também pode tentar buscá-lo algum dia e, desta forma, decide procurar por ela.





Postado Por Cintia Liana

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Mulher faz protesto para adotar filho de amiga

Foto: Google Imagens

IONILDA CUIDOU DA CRIANÇA DESDE QUE ELA NASCEU SEM O CONSENTIMENTO DA JUSTIÇA

Manifestação na Avenida Brasil nesta sexta-feira (22), em frente ao prédio da Vara da Infância e Juventude de Juiz de Fora. O motivo: uma criança dada para adoção.

A mãe Dayane Carla disse que antes de o bebê dela nascer foi à Vara da Infância e manifestou o desejo de dar a criança para adoção. Segundo ela, não chegou a assinar nenhum documento. A menina nasceu e ficou com uma amiga da mãe durante 40 dias.

Depois disso, Ionilda Aparecida Miranda procurou a justiça para legalizar a adoção. Foi quando descobriu que o procedimento estava equivocado. A juíza da Vara da Infância determinou a busca e apreensão da menina que foi entregue provisoriamente à uma família registrada no Cadastro Nacional de Adoção. Agora, a mãe biológica e a amiga lutam para ter de volta a recém nascida. Um inquérito policial foi aberto para investigar o caso.

Publicado em 22/10/2010 às 18:58
Por MGTV Panorama de Juiz de Fora


Para saber mais sobre este tipo de adoção vá até a caixa de pesquisa deste blog e coloque "adoção consensual" ou "Adoção Intuito Personae" e clique em pesquisar.


Postado Por Cintia Liana

sábado, 23 de outubro de 2010

Acesso ampliado ao Cadastro Nacional de Adoção permitirá atuação mais efetiva do MP

Foto: Flávio Chiarini


Texto extraído do: Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte

Já está disponível para membros do Ministério Público em todo o Brasil o acesso ampliado ao Cadastro Nacional de Adoção (CNA), mantido pelo Conselho Nacional de Justiça. A medida permite que Promotores e Procuradores de Justiça da área da infância façam o cruzamento dos dados disponíveis no banco, comparando informações sobre as pessoas habilitadas para adoção com os perfis das crianças e adolescentes na fila de espera por uma família substituta em todo o país.

O acesso ampliado era exclusivo para juízes e foi estendido aos membros do MP depois de negociação conduzida pela Comissão de Infância e Juventude do CNMP. O objetivo é democratizar o acesso à informação no sistema de Justiça e, com isso, dar os membros do MP mais subsídios para uma atuação cada vez mais efetiva na área, explica a conselheira Sandra Lia, presidente da Comissão.

"Esta mudança dará mais agilidade ao processo de adoção porque, a partir de agora, será possível fazer uma varredura na lista de pretendentes e de crianças e adolescentes em todos os estados", diz o coordenador do Centro de Apoio às Promotorias de Justiça da Infância e Juventude do MPRN, Sasha Alves.

Através do cadastro nacional, o Promotor de Justiça poderá fazer a busca por perfil da criança, incluindo idade, raça, se tem irmãos, estado de saúde, local de origem. E ainda é possível fazer a busca por perfil geral, sem restrições.

No Rio Grande do Norte, Ministério Público e Poder Judiciário estão fazendo uma capacitação de juízes e Promotores de Justiça sobre a importância do cumprimento da lei que determina a adoção através do cadastro nacional. O objetivo é combater a prática cultural da entrega direta da criança a uma família que não tenha esteja incluída no cadastro. Só pessoas que já fizeram o curso sobre adoção, ministrado pelo judiciário, podem estar no cadastro. São cidadãos individuais ou famílias que passam por treinamento para compreender o que é a adoção, a importância deste processo na vida de uma criança e do próprio adotante. O próximo treinamento de magistrados e membros do MP será em Natal, dia 4 de novembro e em Mossoró, dia 11 de novembro.

Este curso é necessário porque mesmo no judiciário e no MP ainda há o conceito de que é da mãe o direito de escolher a quem entregar o filho para adoção. O problema é que esta informalidade pode esconder uma mãe que está abrindo mão do filho por problemas financeiros, porque foi abandonada pelo companheiro, porque é adolescente e não necessariamente porque não quer criar o filho. E estes motivos, podem fazer esta mulher querer desistir de entregar o bebê, casos estes problemas sejam resolvidos. "Por isso, é importante que a decisão da mãe de não ficar com o filho seja acompanhada pelo judiciário e pelo Ministério Público", explica Sasha Alves.

Autor: Assessoria de Imprensa do MPRN

A senha para o acesso ampliado é a mesma já utilizada para o acesso regular ao cadastro. Os promotores
que não ainda têm senhas devem procurar o setor de informática do respectivo MP.

A Comissão de Infância e Juventude está concretizando o acesso dos membros do MP aos Cadastros Nacionais de Adolescentes em Conflito com a Lei (CNACL) e de Crianças e Adolescentes Acolhidos (CNCA), também mantidos pelo CNJ. Os acessos já foram autorizados, mas a viabilização depende apenas de ajustes técnicos. Nos dois casos, a distribuição de senhas será feita pelo próprio CNMP.

Secretaria de Comunicação
Conselho Nacional do Ministério Público
Fone: (61) 3366-9133/9134/9131

Acesso em 21/10/2010


Postado Por Cintia Liana

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Bichos: por que tê-los?

Foto: Google Imagens


Por Bruna Menegueço, Cíntia Marcucci e Fernanda Carpegiani

Pode ser gato, cachorro, papagaio, peixe, periquito. Não importa. Conviver com um animal de estimação é um ensaio para lidar com a vida. Nas próximas páginas, você vai descobrir por que a infância fica muito mais gostosa com um bicho ao lado.

As 10 razões definitivas para você ter um amigo de estimação
Mamãe, papai e Totó... Segundo o veterinário Marty Becker, autor do livro O Poder Curativo dos Bichos (Ed. Bertrand Brasil), no vocabulário inicial infantil, cachorro e gato estão no mesmo nível de papai e mamãe – portanto, se o seu filho falou “au-au” primeiro que “mamá”, não precisa entrar em crise. E tem mais: entre as primeiras 50 palavras que uma criança diz, sete referem-se a animais de estimação. De onde será que vem toda essa magia que une pessoas e animais? Ora, ora, diante de tantos benefícios que eles trazem à nossa vida, fica fácil descobrir. Veja só: ter um bicho...

Aumenta o senso de responsabilidade
Eles são fofos e estão sempre prontos para brincar, mas precisam de cuidados. É bom que você saiba que essa parte vai ficar com você, mas dá para combinar que seu filho será responsável por algumas tarefas – as mais legais e divertidas –, como a troca de água e as brincadeiras diárias, por exemplo. Até ele se acostumar, você terá de lembrá-lo, como deve fazer sempre para que lave as orelhas no banho. É assim que ele vai entender que, se não cumprir com a sua responsabilidade, o bicho poderá sofrer.

Facilita a socialização
A companhia de um animal dá à criança a oportunidade de ensaiar para o contato com as pessoas e a gente não está falando aqui de tratar bicho feito gente. Juntos, eles aprenderão a respeitar o espaço um do outro. Enquanto o bicho estiver dormindo ou comendo, é fundamental que você ensine seu filho a deixá-lo quieto, caso contrário ele pode ficar nervoso. Afinal, quem não ficaria se fosse cutucado no melhor do cochilo? Se a criança for contrariada pelo pet, pode ser uma boa maneira de aprender a lidar com frustrações. Durante um passeio, muitas pessoas vão se aproximar para fazer carinho. Cachorro com criança, então, é combinar dois fatores atrativos enormes para começar um papo no parque. E seu filho vai interagir, você vai ver!

Fortalece o sistema imunológico
Não faltam pesquisas para provar o quanto essa informação é verdadeira. Um levantamento de estudos feito por pesquisadores do departamento de Psicologia Experimental da Universidade de São Paulo (USP) confirma a melhora da imunidade de bebês e crianças. Segundo os cientistas, a companhia de um animal reduz as chances de desenvolver resfriados, problemas estomacais e dores de cabeça. Tudo isso acontece só de acariciar um bicho. Os níveis de imunoglobulina A, um anticorpo presente nas mucosas que evita a proliferação viral ou bacteriana, aumentam, fortalecendo o sistema imunológico. Saúde à base de carinho. Em outro estudo, cientistas da Universidade Warwick, na Grã-Bretanha, afirmaram que crianças se recuperam mais rápido de doenças rotineiras quando têm um pet em casa.

Previne alergias
Sim, é verdade! Um exemplo clássico são os bebês que vão para a creche muito cedo. Eles ficam mais gripados ou têm mais infecções de garganta. Mas, por outro lado, o organismo desenvolve um processo imunológico que, mais tarde, reagirá melhor ao entrar em contato com esses fatores. Com a alergia é a mesma coisa. Se o seu filho tiver contato com o animal desde pequeno, o organismo passará a tolerar mais as reações alérgicas. Um estudo coordenado por Joachim Heinrich, cientista do Instituto de Epidemiologia de Munique, na Alemanha, comprovou a informação. Na pesquisa, 3 mil crianças foram monitoradas desde o nascimento até os 6 anos. Exames de sangue mostraram que aquelas que conviviam com cachorro dentro de casa apresentavam menos risco de desenvolver sensibilidade a pelos, pólen, poeira e outros agentes alergênicos inaláveis do que crianças sem cães.

Trabalha a autoestima
Quando percebe que o animal não precisa ser perfeito para ser amado – mesmo se é um cachorro que baba em tudo, ou um gato caçador que traz insetos de brinde para o dono –, a criança ganha mais um espaço para exercitar seus sentimentos. Assim, fica fácil para ela aceitar melhor seus erros e entender que sempre será amada pelos pais e pela família. No contato com os bichos, elas deixam os medos e as dificuldades de lado e dão risada, relaxam e se tornam mais tolerantes.

Torna seu filho mais inteligente
Uma pesquisa feita pelo norte-americano Robert Poresky, professor de desenvolvimento humano e estudos de família da Universidade Estadual do Kansas, mostra que as crianças que têm um pet possuem um desenvolvimento cognitivo, social e motor superior à média. Outro estudo norte-americano, dessa vez da Universidade Davis School de Medicina Veterinária, mostrou que os cães podem ajudar no aprendizado da leitura. Faz todo sentido. Quando estão aprendendo coisas novas, em especial na etapa de alfabetização, é fundamental que as crianças tenham alguém amoroso ao lado, que não olhe feio se errarem. E o máximo que o cachorro pode fazer é abanar o rabo ou comer um pedaço do livro para dar uma animada na brincadeira.

Desenvolve a capacidade afetiva
A companhia de um bicho mexe com o emocional, principalmente na infância, e faz nascer e crescer novos sentimentos. Cumplicidade, amizade, respeito, paciência e amor, do jeito mais sincero possível, e de ambas as partes.

Reduz o estresse
Um animal de estimação faz (muito) bem ao coração também. Enquanto abraça, brinca e acaricia o pet, o organismo diminui os índices de cortisol, hormônio do estresse, e aumenta os de serotonina, substância responsável pela sensação de bem estar. Resultado: menos tensões, pressão controlada e menor risco de sofrer problemas cardiovasculares. E antes que você pense: “Socorro, meu filho tem tudo isso?”, acalme-se. São mesmo coisas de adulto, mas que podem ser prevenidas desde bem cedo, o que não é nada mal.

Incentiva a fazer exercícios
Se o seu filho já tem mais de 5 anos, levar o cachorro para passear vai ser um dos pontos altos dessa companhia. Além de ser a desculpa que você precisava para tirar ele da frente da TV e exercitar mais do que os polegares no joystick. Uma pesquisa da St. George’s University, de Londres, Inglaterra, mostrou que nas famílias com cão as crianças dão 4% mais passos diariamente e os adultos 25%(!) a mais do que nas que não têm um bicho. Ou seja: é bom para todos em casa se mexerem mais e ficar mais saudáveis.

Ensina sobre a morte
Muitas vezes, o contato com o animal é a experiência mais próxima da natureza que a criança vive. Quando o bicho morre, ela passa pelo luto e é capaz de entender o ciclo da vida. Aproveite esse momento para conversar sobre a morte. A melhor maneira de seu filho entender é explicar de uma maneira simples. Fale a verdade, mas na hora de responder sobre a tradicional pergunta: “Para onde ele foi?”, você pode usar a criatividade. Muitas acham que o pet virou uma estrela ou que foi para o céu... Nessa hora, o simbolismo é fundamental porque a criança vai entender o que aconteceu à maneira dela.


Postado Por Cintia Liana

terça-feira, 19 de outubro de 2010

História de adoção: Depois de anos de espera, enfim a Duda

Foto: Google Imagens

Escrito para o Baby Center Brasil

Após dois anos de casamento, resolvemos ter o nosso primeiro bebê. Parei o contraceptivo e, como não engravidava, meu ginecologista pediu alguns exames para mim e para meu marido. De acordo com os resultados, eu poderia engravidar.

Fiz uma estimulação dos ovários por mais ou menos oito meses, tomando medicamentos todos os meses. A cada mês uma expectativa, e nada!

Fui a outro ginecologista que me pediu mais exames e sugeriu uma cirurgia para dilatar o colo do útero. Fiz a cirurgia, fiquei dois dias internada e depois de algum tempo comecei a estimulação dos ovários novamente por mais um ano, mas sem sucesso.

Passei para um especialista, e ele me pediu mais exames complicados e muito dolorosos, como a histerossalpingografia (fiz um total de três), que diagnosticou uma obstrução em uma das trompas.

O médico sugeriu então uma fertilização in vitro. Como o tratamento é caro, entrei em depressão. Foi uma fase muito difícil, eu chorava muito e não suportava ouvir falar em gravidez, achava que todas as mulheres a minha volta conseguiam realizar uma coisa tão natural, menos eu!

Algum tempo depois, uma amiga me indicou outro especialista em infertilidade, que me pediu para repetir vários exames (os que mais doíam). Ele dizia que os exames anteriores eram antigos, com mais de 1 ano, e poderia ter ocorrido alguma mudança (a essa altura eu não sabia se essas mudanças eram para melhor ou pior).

Refiz os exames e ele me indicou o único hospital na época que realizava fertilização in vitro gratuitamente, porém era em São Paulo: o hospital Pérola Byington. Eu morava no Rio.

Eu e meu marido ficamos meses ligando para o hospital à espera da abertura da inscrição e, quando finalmente consegui uma senha, fui várias vezes para lá, viajava a noite toda. Várias vezes, o ano todo.

Finalmente fui me cadastrar na fila de espera para a fertilização, só que, para meu desespero, o número do meu cadastro era 2.235 e a fila estava atendendo o número 332. Além do que, todo o tratamento dependia de verbas do governo de São Paulo.

Um dia voltei chorando durante as seis horas de viagem de São Paulo para o Rio de Janeiro, porque, pelos cálculos que fiz, quando fosse convocada já estaria com mais de 39 anos e a possibilidade de sucesso na fertilização seria menor. Foram meses de choro e depressão, tinha dias que não queria me levantar da cama.


A grande decisão
Somente depois de 10 anos de casados começamos a olhar a adoção como uma opção mais concreta.

Três anos depois do início do processo no Pérola Byington, demos entrada nos documentos para poder participar do processo de habilitação para adoção. Foram dois anos de muita expectativa e ansiedade.

Para o cadastro, preenchemos um questionário com o perfil da criança. Como numa gravidez, não optamos por sexo, somente indicamos a faixa etária de 0 a 2 anos e cor parda ou negra. Para aumentar ainda mais a ansiedade, para essa faixa etária existe uma fila de espera.

Após a habilitação era impossível não me pegar às vezes sonhando acordada que a qualquer momento meu sonho de 10 anos de espera finalmente se realizaria.

Enquanto aguardava, participei (e ainda participo), uma vez por mês, do grupo de apoio à adoção "Adoçando vidas, um projeto de amor", que conta com uma psicóloga e uma assistente social.

Cada mês é abordado um tema diferente escolhido pelo próprio grupo. Todos os temas são voltados para adoção, tutela, adoção tardia, as mudanças que estão acontecendo nas leis e regras para adoção. Sempre que possível convidamos promotores e a juíza do fórum para uma palestra.

Ali trocamos ideias, dúvidas sobre o processo e mantivemos contato com outras pessoas que já tinham adotado ou estavam habilitadas e aguardando o telefonema (os "grávidos", como apelidamos).

Sempre que conversávamos, meu marido e eu fazíamos planos sobre o enxoval e a decoração do quarto. O grupo de apoio foi muito importante porque foi dele que recebemos conselhos de outros casais e orientação para economizar dinheiro e fazer uma poupança para comprarmos as coisas do bebê depois que ele chegasse.

O nosso perfil de bebê era muito abrangente, já que não determinamos o sexo. O que comprar? Azul ou rosa? Saída de maternidade ou roupinhas maiores? Berço ou minicama? Resposta: nada!


Ela chegou!
O telefonema foi num final de tarde, eu estava em casa cozinhando e, assim que a comissária se identificou, minhas pernas começaram a tremer. Ela não entrou diretamente no assunto. Perguntou como nós estávamos e se estávamos muito ansiosos.

Quando ela me disse "estou entrando em contato com você hoje para saber como está o casal e para dizer que temos uma criança dentro do perfil que vocês escolheram..." começaram as "contrações" e entrei em trabalho de parto.

Ela me deu informações sobre a criança: era uma menina de 8 meses. Iríamos conhecê-la no dia seguinte.

Assim que ela desligou, liguei para o trabalho do meu marido e dei um baita susto nele, pois não conseguia falar, eu só chorava. Depois de alguns minutos balbuciei: "Vamos conhecer a nossa filha amanhã".

Não dormi a noite toda, fiquei olhando para o teto tentando imaginar como seria essa menina, se eu iria sentir algo por ela de imediato ou se a convivência é que nos aproximaria.

Tive medo de a criança me estranhar, de chorar ou não aparecer nenhuma afinidade com ela, coisa que pode acontecer. Nesse caso o casal não é obrigado a ficar com a criança, e seu nome volta para a fila de espera.

Mas o momento que vimos o seu rostinho foi emocionante. Meu coração apertou, é uma sensação maravilhosa. Senti que ela era minha, a minha filha. Ela se encaixou completamente nos meus braços como se eles sempre tivessem pertencido a ela.


Hora das compras
Antes de ir conhecê-la, de manhã, corri até a loja de bebês mais próxima para comprar um kit básico, ou kit desespero, com o essencial que você precisa para as primeiras horas, até poder fazer uma lista mais detalhada.

A vendedora me orientou em relação ao tamanho. Comprei uma sandália, dois vestidos cor-de-rosa (é claro), enfeite para o cabelo (e se ela não tiver cabelo?), uma tiara, fraldas, pomada para assadura, toalha, sabonete e banheira rosa (é claro).

Mas a assistente social que a trouxe me entregou uma bolsa com algumas roupinhas, mamadeira e todas as orientações sobre vacinas, alimentação e consultas e exames médicos. Ela veio tão linda e bem vestida que parecia uma boneca.

Como a espera foi de dois anos, tivemos bastante tempo para escolher o nome: Maria Eduarda, lindo e forte como ela.

O resto das compras foi uma correria só, mas com uma alegria imensa. Eu entrava toda orgulhosa nas lojas com minha filha nos braços para escolher roupas, móveis do quarto, objetos de decoração... Tudo o que um casal compra ao longo dos nove meses compramos em uma semana!


Processo em andamento
Estamos juntos há cinco meses e nossa vida mudou completamente. Nossa filha é uma bênção, dorme a noite toda, come muito bem, tem uma saúde perfeita e agora é o centro das atenções. Tudo gira em torno dela.

Ela é o xodó de toda a família, e está completamente adaptada. É um bebê muito risonho.

Estamos ainda com a guarda provisória. Ela é fundamental para o processo de adoção para que haja a verificação de adaptação da criança ao casal e como está a família num todo (como, por exemplo, a criança foi recebida por parentes e amigos).

Nesse período são realizadas entrevistas com psicólogos e, segundo sabemos, a guarda definitiva pode variar de um a dois anos, de acordo com o fórum e o número de processos existentes.

Estamos tão entusiasmos que já pensamos em adotar um irmãozinho para a Duda.


Postado Por Cintia Liana

domingo, 17 de outubro de 2010

"A gente volta pra casa? Reflexões sobre o processo de reintegração familiar". - 4º Vídeo



Proteção Integral à Criança e ao Adolescente - 4. "A gente volta pra casa? Reflexões sobre o processo de reintegração familiar".


Material didático composto de quatro vídeos em desenho animado para servir de apoio aos profissionais que atuam nos serviços de proteção integral às crianças e adolescentes, e também às famílias envolvidas.


Postado Por Cintia Liana

sábado, 16 de outubro de 2010

"Diferentes adoções - uma nova cultura de acolhimento." - 3º Vídeo



Proteção Integral à Criança e ao Adolescente - 3. "Diferentes adoções - uma nova cultura de acolhimento." (2008)

Material didático composto de quatro vídeos em desenho animado para servir de apoio aos profissionais que atuam nos serviços de proteção integral às crianças e adolescentes, e também às famílias envolvidas.
 
 
Postado Por Cintia Liana

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

"Delicada escolha: uma família para a criança e uma criança para a família." - 2º Vídeo



Proteção Integral à Criança e ao Adolescente - 2. "Delicada escolha: uma família para a criança e uma criança para a família." (2008)

Material didático composto de quatro vídeos em desenho animado para servir de apoio aos profissionais que atuam nos serviços de proteção integral às crianças e adolescentes, e também às famílias envolvidas.


Postado Por Cintia Liana

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Adoção é tema de vídeo educativo - "Que casa é essa?" - 1º Vídeo

Foto: Google Imagens

Material procura passar informações para futuros pais, abrigos e servidores públicos

O Centro de Investigações sobre Desenvolvimento Humano e Educação Infantil (Cindedi-USP) e a Vara de Infância e Juventude de Ribeirão Preto finalizaram uma série de quatro vídeos sobre temas relacionados à adoção. A ideia é que o material chegue a abrigos, fóruns e instituições que trabalham com adoção e acolhimento infantil para capacitar e levantar discussões sobre o tema. Para facilitar a distribuição, a série está disponível no site da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, responsável por financiar três dos quatro episódios.

Intitulada “Proteção Integração à Criança e ao Adolescente”, a série começou a ser desenvolvida e filmada há quatro anos. Os vídeos são uma mescla de desenho animado, mesas de debate e depoimentos de famílias e adolescentes. “Resolvemos fazer este modelo pois é um assunto muito delicado. O desenho dá uma cara mais lúdica”, disse a coordenadora do Cindedi, Maria Clotilde Rossetti-Ferreira.

A assistente social da Vara de Infância, Genecy Duarte Barros, explica que tudo começou quando houve mudanças na entrevista de cadastro de pessoas interessadas em adotar crianças. “Precisávamos de um material que provocasse a discussão do que é, de fato, acolher e proteger crianças e adolescentes”, contou.

O primeiro episódio trata de como devem ser os abrigos, enquanto o segundo fala da entrevista de cadastro. O terceiro trata de adoções de crianças mais velhas, grupos de irmãos ou com necessidades especiais. A série é finalizada com histórias de crianças que precisaram ficar em abrigos para depois voltarem às famílias biológicas. “É interessante que famílias e interessados em adotar assistam também. O recurso do vídeo, além de informativo, sensibiliza quanto à realidade”, disse a psicóloga do Tribunal de Justiça, Solange Aparecida Serrano. Apesar de saber que é um processo longo, a coordenadora do Cindedi espera melhorar a rede de adoções. “Precisamos garantir os direitos das crianças, estejam em famílias estruturadas ou em abrigos.”

http://www.tj.sp.gov.br/Corregedoria/InfanciaJuventude.aspx

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Procurei e encontrei os vídeos da série no you tube. Este o primeiro:



Proteção Integral à Criança e ao Adolescente - 1. "Que casa é essa? O abrigo enquanto um acolhimento de qualidade à criança e ao adolescente." (2007)

Material didático composto de quatro vídeos em desenho animado para servir de apoio aos profissionais que atuam nos serviços de proteção integral às crianças e adolescentes, e também às famílias envolvidas.

Postado Por Cintia Liana

domingo, 10 de outubro de 2010

GAFI - Grupo de Apoio à Família e à Infância

Fotos: Cintia Liana. Todas autorizadas pelos dirigentes da GAFI.
Neste blog não existem fotos de crianças para adoção.

Foto: Cintia Liana com crianças da GAFI e Associação "Um mundo melhor"

Foto: ambulatório fechado por falta de profisionais

Foto: Irmã Ricarda com algumas crianças beneficiadas

Foto: Crianças maiores almoçando

Foto: Irmã Ricarda, professora e crianças fazendo a oração da tarde


O GAFI, Grupo de Apoio à Família e à Infância, fica no Povoado de Gangú em Acajutiba-BA.

A pedido da entidade italiana para a qual eu trabalho fui conhecer e visitar a Irmã italiana Ricarda.

Esta senhora com mais uma equipe de 7 pessoas muito generosas alimentam e educam mais de 200 crianças entre 2 e 12 anos de idade, ajudam às suas respectivas famílias carentes e dedicam suas vidas a fazer o bem.

Contam com uma horta criada por eles, onde tiram algumas hostaliças para a alimentação das crianças; uma casa de farinha, para consumo da comunidade e alguma venda para pessoas da região; um centro comunitário, para espetáculos das crianças; uma pequena igreja, onde organizam encontros e um ambulatório montado, mas sem profissionais.

A associação passa por dificuldades financeiras, pois recebe uma ajuda da prefeitura que não é suficiente, conta com algumas poucas doações de amigos italianos e nada recebem do Governo Federal ou Estadual.

Eu estive lá e constatei o sério trabalho desenvolvido e o impenho de amor que eles têm pelo próximo.

Para ajudar, entre em contato através do e-mail: ufm_gafi@hotmail.com (Anunciata ou Elisângela).


Por Cintia Liana

Livro da Psicóloga Cintia Liana sobre o percurso de construção da família através da adoção e seus aspectos psicológicos
Para comprar ou visualizar:
http://www.agbook.com.br/book/43553--Filhos_da_Esperanca
(2ª Edição - 2012)

sábado, 9 de outubro de 2010

Informações sobre o Cadastro Nacional de Adoção (CNA)

Foto: Cintia Liana com filho de uma grande amiga

O Cadastro Nacional de Adoção é uma ferramenta criada para auxiliar os juízes das varas da infância e da juventude na condução dos procedimentos de adoção. Lançado em 29 de abril de 2008, o CNA tem por objetivo agilizar os processos de adoção por meio do mapeamento de informações unificadas. O Cadastro irá possibilitar ainda a implantação de políticas públicas na área.

 Perguntas mais frequentes

1. O cadastro nacional de adoção já está disponível? Que providências deve o pretendente adotar para ser inserido no sistema?
O Cadastro Nacional de Adoção já está disponível no link: http://www.cnj.jus.br/cna. O pretendente a adoção deve primeiro habilitar-se na vara da infância e da juventude de sua Comarca ou, inexistindo nela vara especializada, na Vara competente para o processo de adoção. Após o trâmite do processo e prolatada a sentença de habilitação, o próprio Juiz que habilitou o pretendente realizará o seu cadastro no Sistema. Assim, todos os juízes competentes para a adoção terão acesso às informações deste cadastro, bem como de todos os demais cadastros de pretendentes habilitados no país e de todas as crianças aptas a serem adotadas.
Caso o pretendente já esteja habilitado a adotar, deve ele preencher a ficha de atualização cadastral e entregá-la na vara em que se habilitou.
Sobre os passos para iniciar o processo de adoção, você pode se informar na vara com competência para a Infância e Juventude do seu local de domicílio.

2. Que critério utiliza o cadastro nacional de adoção para a fixação da posição na "fila" da adoção?
O Estatuto da Criança e do Adolescente não estabelece os denominados critérios de prioridade para a convocação de pretendentes e sabemos que são aplicados, nas diferentes unidades da federação, critérios distintos. Em alguns Estados e Comarcas, os habilitados são indicados exclusivamente de acordo com a ordem cronológica de habilitação. Em outros, há apreciação de dados acerca dos pretendentes, como, p. ex. se são estéreis, se possuem outros filhos, etc. Diante da missão constitucional do Conselho Nacional de Justiça, não cabe ao CNJ estabelecer tais critérios. Apenas por uma questão de melhor apresentação das listas de pretendentes, buscados pelo perfil da criança/adolescente, os resultados apresentados pelo CNA (Cadastro Nacional de Adoção) são exibidos da seguinte forma:

  1. pretendentes do Foro Regional (nos casos de mais de uma vara na mesma Comarca), por ordem cronológica de habilitação;
  2. pretendentes da Comarca, por ordem cronológica de habilitação;
  3. pretendentes da Unidade da Federação, por ordem cronológica de habilitação;
  4. pretendentes da Região Geográfica, por ordem cronológica de habilitação;
  5. pretendentes das demais Regiões Geográficas, por ordem cronológica de habilitação. O Estatuto da Criança e do Adolescente não estabelece critérios de prioridade para a convocação de pretendentes. Assim, cada juiz, nas diferentes unidades da federação, utiliza critérios próprios como, por exemplo, a ordem cronológica de habilitação; outros usam como critério os dados dos pretendentes: se são estéreis, se possuem outros filhos, etc. Ademais, diante da missão constitucional do Conselho Nacional de Justiça, não lhe cabe estabelecer nenhum critério.

Porém, para obter uma melhor apresentação das listas de pretendentes buscados pelo perfil da criança/adolescente, os resultados apresentados pelo CNA são exibidos da seguinte forma:

  1. pretendentes do foro regional (nos casos de mais de uma vara na mesma comarca), por ordem cronológica de habilitação;
  2. pretendentes da comarca, por ordem cronológica de habilitação;
  3. pretendentes da unidade da Federação, por ordem cronológica de habilitação;
  4. pretendentes da região geográfica, por ordem cronológica de habilitação;
  5. pretendentes das demais regiões geográficas, por ordem cronológica de habilitação.

Importante ressaltar que haverá respeito a todas as habilitações realizadas anteriormente à implantação do CNA.

3. Qual o prazo final para o cadastramento das crianças/adolescentes e dos pretendentes?
É de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data da publicação da Resolução n. 54 - 8/5/2008 - o prazo para que os juízes com competência para a Infância e a Juventude insiram os dados no CNA.

4. Como proceder nos casos de habilitações muito antigas, visto que o pretendente pode não mais ter interesse em adotar ou já ter adotado?
O sistema não restringirá o cadastramento de pretendente cuja data da sentença de habilitação for superior a cinco anos, desde que ele tenha sido reavaliado dentro desses cinco anos.

5. Como deve proceder o juiz da comarca onde reside o pretendente quando, ao iniciar o cadastramento, descobre que ele já está cadastrado em outra comarca e que os dados do primeiro cadastro estão desatualizados?
O juiz deverá inserir o processo de sua vara como adicional e contatar o juiz que primeiro cadastrou o pretendente para informá-lo de que os dados estão desatualizados. O e-mail será encontrado no próprio CNA.

6. Como proceder ao receber carta precatória de outra comarca, mesmo após a publicação da resolução que cria o cadastro nacional?
O juiz deve devolver a carta precatória, visto que o CNA não aceita, a partir da publicação da Resolução n. 54 do CNJ, a habilitação de pretendente em comarca que não a do seu domicílio.

7. Como serão realizados os cadastros de crianças e pretendentes nas varas não informatizadas?
As corregedorias são encarregadas de inserir informações no CNA, em nome dos juízes cujas varas não forem informatizadas. Ao entrar no Sistema, o juiz da corregedoria escolherá, na listagem de magistrados que lhe será exibida, aquele que enviou o cadastro preenchido manualmente.

8. Os pretendentes e crianças/adolescentes, cujo processo de adoção já está em andamento, precisam ser cadastrados no cna?
Nesse caso, os pretendentes e as crianças/adolescentes não precisam ser cadastrados, visto que o intuito do CNA é possibilitar o encontro que, no caso, já está garantido.


Procurem informações nas Comarcas onde se habilitaram.
Importante ressaltar que haverá respeito a todas as habilitações feitas anteriormente à implantação do cadastro. Qualquer dúvida, favor entrar em contato pelo email: cna@cnj.gov.br Comitê Gestor do CNA


 Informações retirada do site Conselho Nacional de Justiça.
 Para ver a matéria no site do Conselho Nacional de Justiça visite:



Postado Por Cintia Liana

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Mais um Poema sobre "Filho do Coração"

Foto: Flávio Chiarini


Não habitou meu ventre,
mas mergulhou nas entranhas da minha alma.
Não foi plasmado do meu sangue,
mas alimenta-se no néctar de meus sonhos.
Não é fruto de minha hereditariedade,
mas molda-se no valor de meu caráter.
Se não nasceu de mim,
certamente nasceu para mim.
E se mães também são filhas, e se filhos todos são
duplamente abençoado és,
meu filho do coração!!

(Autor desconhecido)


Postado Por Cintia Liana

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Mais uma vez o assunto é Adoção no "Mais Você"

Foto: Google Imagens

Queridos amigos da Adoção,


Amanhã, dia 06/10/2010, no Programa "Mais Você" da Tv Globo, haverá uma entrevista sobre adoção homoafetiva contando com a participação de um casal amigo do "Quintal", Carlos e André, assim como de suas filhas Valesca e Vanessa, abordando além da adoção homoafetiva, a adoção interracial e tardia.

Essa é mais uma oportunidade para refletirmos sobre os preconceitos ainda existentes quando o assunto é adoção!


Por Cintia Liana

domingo, 3 de outubro de 2010

Mãe é tudo igual e mãe é mãe!

Foto: Google Imagens

Por Cláudia Gimenes

Fui convidada pela Glauciana para escrever artigos para a coluna “Mãe é tudo Igual” e fiquei pensando sobre que tema falar. Como a coluna tem um nome bem significativo, vou reforçar que mãe é tudo igual e que “mãe é mãe”!

Sabe, eu não gerei meus filhos. A vida não me deu esta oportunidade, até porque eu não fui atrás de fazer com que ela me desse! Não quis fazer tratamentos nem exames doloridos. Achava que para ser mãe eu não precisaria sofrer mais do que pela espera por eles.

Eu sabia que tinha filhos para mim em algum lugar e que eram 4, mas eu não sentia que precisasse sentir dor, me submeter a doses massissas de hormônios, piorar ainda mais o que já é ruim em mim em questão hormonal, piorar ainda mais meu problema de obesidade, gastar um dinheiro que eu não tinha para ter um filho. Eu sabia que eles viriam e a adoção era o caminho!!!

E agora vou falar algumas coisas à respeito da maternidade escolhida através da adoção!

Quando decidimos adotar um filho e comunicamos isso a parentes e amigos, todo mundo faz festa, boa parte nos cumprimenta dizendo: “ah, admiro vocês… que gesto nobre”.

E aí, por mais que você explique que não é um gesto nobre, que é a espera por um filho, ninguém compreende. As pessoas passam a te olhar com um olhar que vai da admiração à pena e você vê nos olhares reticentes o pensamento de “coitada, não pode ter filhos”.

E passamos a sentir nossa gravidez de uma forma solitária, sem os paparicos de uma grávida biológica, porque ou somos criticadas ou somos exaltadas, colocadas à altura de santas por estarmos, apenas, desejando ser mães!!!

Isso aconteceu comigo! Não tive paparicos, não tive chá de bebê organizado pelas cunhadas – que organizavam chás para todas as crianças prestes a chegar na família -, mas tudo bem. o filho que eu esperava era meu, não dos outros!

Quando o filho chega, todo mundo vem, olha com cara de pena para o seu filho e diz: “coitadinho, né?!? Como a mãe teve coragem de largar um bebê tão lindo?!?”. Mas, espera aí. Quem é a MÃE? Você está diante de uma mãe que acaba de ganhar um filho e diz uma frase destas? Meu coração se partia a cada comentário “sem maldade”, advindo da total falta de senso, caridade e amor, referidos à minha filha. Eu era A MÃE! Ela teve uma progenitora e uma mãe em duas pessoas diferentes. A mãe sou eu!

E aí seu filho vai crescendo e você vai ouvindo: “mas você não tem medo que ela vá procurar a mãe verdadeira?”. E mais uma vez eu digo: “Quem é a MÃE VERDADEIRA? Aquela que gerou e não pôde ou não quis ficar ou você que está convivendo no dia a dia com a criança?”

Então posso afirmar que “mãe verdadeira” não existe, porque se aceitarmos o conceito de “mãe verdaderia” teremos que admitir que existe uma “mãe falsa”. Tá, eu sempre fui considerada a mãe falsa pela sociedade, mas pela linguagem popular, sou a mãe verdadeira!!! rss

Muita gente fala: “mãe é quem cria”, mas estas mesmas bocas te perguntam se você não tem medo que seu filho procure a progenitora, referindo-se a ela como “a mãe verdadeira”. Hipocrisia! Sendo assim, vamos fazer deste desabafo um momento de esclarecimento. O que existe são: mães biológicas e mães adotivas. Nenhuma delas é falsa.

E quando você decide ter o segundo filho, ouve: “você vai adotar outra vez? Porque não tenta ter um filho seu?!”. Para tudo!!! Porque eu não tento ter um filho meu?! A outra filha que eu tenho é de quem, afinal de contas?! Eu sou a mãe, ela é minha filha! Qual a dúvida?

E aí as bocas “sem maldade” completam seus questionamentos com um “ah, claro que ela é sua filha, afinal de contas você é quem cria, mas você já fez uma caridade, agora precisa tentar ter um filho seu mesmo, de verdade, do seu sangue”.

E quando você escuta coisas assim, cai sua ficha! Você é mãe, tem um filho, está esperando outro filho e não é considerada mãe, nem seus filhos considerados filhos! Somos pais e filhos de segunda linha em uma sociedade cheia de preconceitos enrustidos.

Quem disse que quando eu adotei pensei em fazer caridade?! Adotei para ser MÃE, oras. Caridade a gente faz doando dinheiro para asilos, abrigos, abrigos de cães, fazendo trabalho voluntário em hospitais e comunidades carentes. Quem adota, adota para ter um filho, tal e qual quem engravida. Quem adota não pensa em fazer caridade, em salvar uma vida do mundo do crime, em tirar um coitadinho da rua, da miséria ou seja lá de onde for. Quem adota o faz para ser MÃE.

E de mais a mais, quem disse que sangue diz alguma coisa na relação mãe x filhos, pai x filhos? Quem crê que sim, basta relembrar o caso da mocinha Suzane R., filha biológica, advinda de uma gravidez planejada, bem criada e tal…

Apesar de pessoas assim, você segue sua vida e quando decide ter seu terceiro filho, pouca gente é comunicada, menos gente ainda participa. Você já cansou do verniz que as pessoas usam no preconceito e na discriminação e, como sua gestação é sem barriga e sem paparicos, você decide que será sem encheção de saco também.

O terceiro filho pouca gente visita, quase não ganha presentes. Você, definitivamente, é louca perante a sociedade, principalmente se seu filho chegar doente, afinal de contas se você pode escolher, porque aceitou uma criança doente?

O quarto filho só pessoas muuuito próximas e não necessariamente parentes, ficam sabendo. Você só conta para pessoas que compartilham o desejo de adotar, mesmo, e nem faz ideia como será quando este filho chegar. Provavelmente será festejado só em casa, mesmo, entre papai, mamãe, irmãos e alguns pouquíssimos amigos de longe, que nunca te viram pessoalmente.

Se eu tenho mágoas disso tudo?! Não, não tenho!!! Aprendi a conviver e descobri que o preconceito existe, sim, que está mais presente em nossa sociedade do que as pessoas imaginam e que se você não for forte, você é engolido por ele, sucumbe à depressão.

Por isso não me dou o direito de ter preconceito contra nada, também não me dou o direito de julgar as decisões alheias. Escolhas são direito inalienáveis do ser. Você pode até não concordar com algumas escolhas das pessoas que ama, mas tem obrigação de respeitar.

Por isso, aproveito sempre que posso para falar sobre o assunto, porque acredito que somente com informações é que se acaba com o preconceito! Pior do que isso tudo que eu passei é ver meus filhos, agora entrando na adolescência, serem bombardeados com perguntas movidas pela falta de conhecimento do que seja uma relação de filiação verdadeira.

Hoje já não perguntam mais para mim se não tenho medo que eles queiram procurar a mãe verdadeira. Hoje os amigos deles perguntam se eles não têm curiosidade de conhecer suas mães verdadeiras. E o preconceito vai sendo passado de geração a geração.

Eles são bem orientados em casa e são multiplicadores dos conceitos corretos, explicam com paciência para os amigos sobre a inexistência de uma “mãe verdadeira” e colocam os conceitos em seus lugares, mas na minha modesta opinião, se não existisse de verdade preconceito, não haveriam mais crianças e adolescentes fazendo esse tipo de pergunta.

E só para constar: não, eu não tenho medo!!! Se um dia eles quiserem procurar suas mães biológicas eu os ajudarei. Amor é algo que se conquista com a convivência do dia a dia e eu não tenho porque temer um encontro deles com uma desconhecida – que lhes deu à vida -, mas uma desconhecida.

Isso tudo para dizer que mãe é tudo igual, que mãe é mãe, não importa de que forma ela se torna mãe. Se você teve a paciência de ler tudo isso, vou me atrever a deixar algumas dicas se, por acaso, você for pego de surpresa com a notícia de que alguém próximo vai adotar:

- Não olhe com compaixão, nem pena. Adotar não é uma sentença, é uma escolha!

- Não exalte o ato de adotar como algo sublime, não coloque a pessoa em questão nos pés de uma santa, porque isso magoa e ofende.

- Trate seu parente ou amigo que vai adotar tal e qual trataria se ele estivesse esperando um filho biológico. Nós, mães adotivas, também gostamos de ganhar mimos para nossos filhos.

- Quando visitar a família na chegada da criança, jamais olhe com pena nem diga “coitadinha, né?!”. Nenhuma mãe gosta de ouvir que seu filho é coitadinho! Se, por um lado, ele foi abandonado, por outro foi muito esperado e amado antes mesmo de nascer, então não existe nenhum coitadinho.

Foto: Cláudia Gimenez com seus filhos

Claudia Gimenes, 41 anos, casada, mãe (24 horas por opção) de 3 filhos, e à espera de mais uma. Minhas atribuições diárias são: mãetorista, mãesicóloga, mãefessora, mãerientadora, mãeselheira, mãeducadora, mãezinheira, mãe, mãe, mãe… Também é mãe do blog Adoção Amor Verdadeiro.

Fonte: http://www.coisademae.com/2010/09/mae-e-tudo-igual-e-mae-e-mae/page016/

Tenho orgulho de ser amiga desta mãe e mulher!
Um forte abraço, Cláu!


Postado Por Cintia Liana

sábado, 2 de outubro de 2010

Posso registrar a criança com o meu nome?

Foto: Google Imagens

Olá Cintia, Como vai você?
Fiquei encantada com seu carinho por esse universo tão lindo que é o da adoção.

Bom, sou um pouco leiga no assunto.
Tive problemas na gravidez e perdi meu filho com 2 dias de vida, enfim, venho superando tudo, pois confio muito no Deus. Há alguns dias tive uma notícia que me deixou feliz, mas com dúvidas.
Conheci uma senhora que quer doar seu filho em adoção, ela já tem 9 filhos e não tem condições de criar mais um, na verdade já deu 3 bebês antes e, por isso, que quer dar mais outro.
A mãe me daria o bebê ainda na maternidade, eu sairia de lá e faria o registro me meu nome.
 Posso adotar desta forma? Esse tipo de ato é natural? Posso inserir essa criança no plano de saúde empresarial da empresa que meu esposo trabalha?

Deixo um super abraço e aguardo um breve retorno.
Bjs,
B.
____________________________

Cara B., muito obrigada pelo carinho.

Querida, em primeiro lugar te alerto que registrar uma criança como nascida de teu ventre é crime previsto em código penal.
Ok, ninguém pode nunca saber, mas não deixa de ser um crime, pois coisas podem acontecer e você pode fazer diferente, tudo pelo meio legal, mesmo que isso demore um pouco mais.

Você pode fazer assim, a mãe de origem registra a criança e te entrega, isso não é crime.
Você e teu esposo entram com o pedido de habilitação imediatamente (agora), pois só pode adotar quem fez isso e depois de alguns meses entra com o pedido de adoção com sua habilitação.
Ou então espera alguns meses (após estabelecimento de vínculos fortes com a criança) e entra com o pedido de adoção especial para legalizar uma situação familiar já existente.
Se você entrar com o pedido de adoção agora o juiz poderá ver com maus olhos, pois hoje em dia muitos (juízes) pegam a criança e entregam para o primeiro da fila, pois entendem que você está passando na frente na fila de uma pessoa que já espera há anos por um bebê.

No mais, você deve ler muito sobre adoção e conversar com profissionais e pessoas que adotaram. Deve também se observar muito e ver se é isso mesmo que vc quer. Na verdade você só tem que ver se está pronta para ser mãe, porque o amor pelo teu futuro filho adotivo será fortíssimo.
Antes de vocês concluírem a adoção podem incluí-lo no plano de saúde, com os papéis de entrada da adoção.
No passado registrar a criança como filho biológico era mais comum, antes do novo ECA de 1992, chama-se adoção a brasileira, mas hoje é vista de outro modo porque o ECA melhorou e existem meios mais seguros de se fazer uma adoção.
Sou contra a adoção a brasileira, ela é ilegal. Essa prática pode fortalecer o tráfico de crianças.

Não seria bom começar a vida do teu filho e a relação de vcs com esse ranço de ilegalidade. Há quem ache bobagem, mas se eu achasse bobagem eu não seria psicóloga ou seria uma péssima e não daria a mínima para esses aspectos mais sutis da vida e seria uma pessoa descrente nos meios mais honestos, tudo tem um sentido para existir. Vejo sempre o lado da segurança dos pequenos e no que pode refletir na vida dos outros que virão.

Pense e decida o que for melhor. Pode me escrever mais se precisar.
Tudo de bom e muita saúde para o teu futuro filho.
Um abraço.


Por Cintia Liana

Livro da Psicóloga Cintia Liana sobre o percurso de construção da família através da adoção e seus aspectos psicológicos
Para comprar ou visualizar:
http://www.agbook.com.br/book/43553--Filhos_da_Esperanca
(2ª Edição - 2012)