Recebi um belo presente. Fui convidada para falar um pouco do Grupo "Psicologia e Adoção", do qual sou criadora e moderadora, para o site do "Yahoo! Grupos". Graziana fez um belo trabalho em sua postagem. Aqui vocês podem conferir o post.
Cintia Liana
Foto: Getty Images
Por Graziana, moderadora do Yahoo! Grupos
Vocês sabiam que no Brasil existem cerca de 4 milhões de crianças órfãs segundo dados da Unicef? E que no percurso deste ano foram adotadas somente 84 delas segundo o Registro de Adoção do Ministério Público? O número é baixo, mas significativo e fala muito bem da generosidade dos casais e das mães e pais solteiros que decidem dar esse passo, embora, eles sejam tanto ou mais abençoados que as crianças que acolheram em seus lares.
Aliás, um assunto delicado e muito importante de refletir é a necessidade das crianças mais velhas, que constituem uma grande faixa da população órfã. Elas estão especialmente expostas a serem vítimas de violência e exploração e é por isso que precisam de uma família com urgência. Entretanto, a preferência natural dos pais se curve pelos bebezinhos.
Foto: Cintia Liana
No Yahoo! Grupos existem múltiplas comunidades dedicadas a darem orientação e apoio aos pais que desejam adotar. Um delas é “Psicologia e adoção”, moderado por Cintia Liana Reis de Silva, psicóloga.
‘Pais de coração’
“A idéia de criar o grupo “Psicologia e adoção” no Yahoo! Grupos começou quando eu ainda era coordenadora do Serviço de Psicologia de uma VIJ – Vara da Infância e Juventude no Brasil. O desejo era criar, além das reuniões sobre adoção no ambiente Jurídico, um espaço onde os futuros pais adotivos pudessem estreitar os laços de amizade e fortalecer juntos a “cultura da adoção”, proporcionar a discussão de temas importantes e acolher as dúvidas e ansiedades uns dos outros, apoiando assim novas adoções de crianças, além de dismistificar muitos preconceitos que envolvem esse universo e informar às pessoas, ajudando-as a realizar seu sonho de se tornarem “pais do coração” e, assim, ver mais crianças em famìlia, sendo amadas, valorizadas e respeitadas em seus direitos fundamentais”, explica Cintia.
“O grupo cresceu, mas não entraram somente pessoas que passavam pela VIJ onde eu trabalhava, começaram a surgir solicitações de participação de pais adotivos e habilitandos a adoção de todos os lugares do País e também de fora dele, desejando desenvolver discussões sobre essa linda trajetória da paternidade e maternidade e trocar conhecimentos cientificos, além de se sentirem fazendo parte de um grupo onde outras pessoas estivessem passando pelas mesmas expêriencias e sentimentos. Depois foram surgindo também filhos adotivos adultos e profissinais da área, inclusive alguns renomados e com grande experiência.
O grupo foi tomando forma, a forma do amor e do acolhimento, do apoio, da compreensão e da força. Em 21 de março deste ano o grupo completou 3 anos de existência contando com a bela presença de muita gente que o iniciou junto comigo sua história. Muitos integrantes se tornaram grandes amigos, pudemos marcar bons encontros, reuniões, convidar pessoas para a festa de aniversário dos filhos, reunir novos amigos de uma mesma cidade, reeencontrar colegas conhecidos em outros contextos e grupos de adoção, divulgar cursos e grupos de apoio, reafirmar idéias de empenho e compromisso com a causa da adoção e da criança abrigada.
Hoje trabalho com adoção internacional na Itália e daqui modero o grupo, nos chamamos de amigos , nos gostamos como tal e contamos sempre com a ajuda e a palavra de afeto do outro, seja no exercício da parentalidade e do amor, seja na vida”, conclui a Cintia.
“Grávida com um filho na alma”
“Eu sempre sonhei ser em mãe. Acho que desde criança!!!, conta Claudia Gimenes, associada ao grupo “Psicologia e adoção”. Dizem que isso é natural da mulher, mas acho que não! Pelo menos em minha adolescência não via ninguém da minha idade sonhando em ter filhos!
Nunca sonhei em fazer uma carreira, em fazer um mestrado ou coisa do gênero. Meu sonho era o de SER MÃE!
Embora eu não tivesse nada físico até o casamento, embora sempre tenha tido muita saúde, algo me dizia que eu jamais ficaria grávida, mas ainda assim sonhava que seria mãe! Mãe de quatro!!! Sim…quatro filhos!!!
Eu fui muito certinha, quis fazer tudo direitinho como mandavam as regras da casa: encontrei uma pessoa por quem me apaixonei, e já nos primeiros encontros descobri que era o homem da minha vida, aquele com quem eu viveria até ficar beeeem velhinha, namoramos, noivamos, planejamos ‘nossa vida inteira’, preparamos nosso ninho e casamos!
Um filho estava planejado para o primeiro ano de casamento, mas ele não veio!
Quem sabe no segundo ano?!
Mas qual o quê! Nada do filho chegar!
E eu continuei sonhando, algumas vezes (muitas!!!) me desesperando, chorando, rezando, perguntando ‘porquê não?’, pedindo a Deus que me desse o filho tão sonhado, desejado e já tão amado!
E dentre nossos planos de vida toda estava a adoção! E em meio a rebates falsos, idas e vindas a médicos que não encontravam nada de errado, decepções e uma grande depressão, vi que aquele sentimento tão meu de que eu jamais geraria uma criança parecia ser mesmo realidade!
Nossos planos eram ter dois filhos biológicos e dois filhos adotivos, mas porquê esperar mais, tentar mais, nos decepcionarmos mais se podíamos adotar, se já tínhamos esse plano antes mesmo do casamento?!
Decidimos parar de tentar e ir à busca da adoção!
E quando eu realmente fiquei feliz novamente, passei a planejar as coisas para o filho que viria…sim, porque na adoção eu sabia que não me decepcionaria!…passei a ouvir: ‘e se você se arrepender?!’, ‘e se não der certo?!’, ‘porque você não tenta ter um filho seu’ (como se os filhos adotados não fossem nossos!!!), ‘e se você adotar e ficar frustrada por não ter sentido o filho dentro de você?!’, ‘isso é loucura porque criar filhos dos outros só dá problema!’, ‘você não tem medo de ser filho de alguém de má indole?!’, e aí passei a me decepcionar com as pessoas!
Mas tudo bem, isso faz parte da vida! No início fiquei chateada, depois indignada, depois passei a tentar explicar algumas coisas e depois passei a ignorar toda e qualquer manifestação preconceituosa produzida pela ignorância humana, me libertei e me dei o direito de sentir-me realmente feliz!!!
Quando mandamos os documentos eu realmente me senti grávida!
Descobri, então, que estar grávida não é estar gerando uma criança dentro do corpo! É estar gerando uma criança dentro da alma!!!
Sim, eu estava grávida! Fiz enxoval, preparei a casa e exatamente 8 meses depois que enviamos os documentos nossa primeira filha, tão sonhada, desejada e amada nasceu!!!
Trouxe felicidade, trouxe alegria, trouxe luz às nossas vidas!
E dois anos e meio depois tivemos nosso segundo filho, que veio complementar nossa felicidade!
E há 3 anos e 3 meses, ganhamos nossa terceira filha!
E hoje esperamos pela nossa quarta filha, com a mesma ansiedade com a qual esperamos a primeira, o segundo e a terceira!
Todos foram muito desejados e amados antes mesmo de nascerem e de todos me senti grávida sem tê-los carregado no meu ventre!
Hoje posso dizer tenho a família que sonhei, que meus filhos são muito mais do que ousei pedir a Deus, que sou feliz e uma mãe realizada!
Posso dizer que não tê-los carregado no meu ventre não fez diferença alguma, não me fez menos mãe nem menos mulher, não me deixou uma pontinha sequer de ressentimento nem contra Deus, nem contra a vida!
A gente pode ser feliz com o que a vida nos apresenta se não nos prendermos a padrões, a preconceitos e, principalmente, à opinião alheia!”.
Foto: Google Images
Por quê não se associar nestes grupos?
Adoção – Adote essa Idéia
Esse grupo se destina a todos os Pais e Grávidos de Coração!!!
“A adoção não é somente um assunto de coração ou generosidade. Põem em jogo relações psicológicas às vezes difíceis; exige superar batalhas administrativas, desconfianças do serviço de adoção e outros entraves reais no processo. Resume-se no manifesto de amor de uma mãe que supera todas essas barreiras. Voz de uma família inteira na busca do crescimento através da experiência do acolhimento.”
Livro: Eu não te amarei como aos outros
Autor: Françoise Champenois-Laroche
Editora: Sulina
Adoção tardia
Grupo de discussão sobre a adoção tardia (adoção de crianças maiores de três anos). Apesar de existirem mais pretendentes a pais por adoção do que crianças e adolescentes legalmente disponíveis, há uma incompatibilidade entre os desejos dos pretendentes e as necessidades das crianças maiores que não conseguem uma família para viver. Este grupo visa discutir os aspectos da adoção tardia e funcionar como um grupo de apoio para quem adotou ou pretende adotar uma criança com mais de três anos.
Adoção Tardia Mitos e Verdades
Esse grupo se destina somente a pais ou futuros pais para troca de experiências e informações sobre adoção em geral, mas principalmente sobre a Adoção Tardia.
Foto: Google Imagens
Psicologia e Adoção
Dia 21 de março de 2010 completamos 3 anos de existência e de amizade! Reunindo pessoas de todo o Brasil e outros Países, realizamos muitas coisas juntos nesses três anos, ajudando muitas famílias e crianças desampadas. Vitória de todos nós. E viva a luta pelas crianças abrigadas! Viva a luta pela adoção!
Moderadora: Cintia Liana
Adoção uma Emoção
Compartilhar emoções, experiencias, expectativas e sonhos com relação a adoção. Sejam todos bem vindos. Um cadastro deve ser preenchido previamente para que possa ingressar no grupo. Normas e regras de boa conduta devem ser seguidas no grupo.
Moderadora: Patrícia
Você adotou um filho, está pensando adotar ou foi adotado mesmo? Compartilhe a sua história embaixo
Obrigada, Graziana!
Postado Por Cintia Liana